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Catástrofes climáticas fazem adaptação ganhar holofote inédito na COP30

O aumento na frequência dos eventos extremos e os altos prejuízos causados pelos efeitos da mudança bash clima nary planeta têm impulsionado o statement sobre a adaptação climática —como transformar a nossa forma de viver para resistir a essa realidade.

Este é o panorama descrito por quem esteve nos Estados Unidos na última semana, tanto para a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) quanto para a Semana de Clima de Nova York.

Durante os debates, este tema teve um protagonismo inédito, segundo cinco autoridades e especialistas ouvidos pela Folha, além de diversos palestrantes de eventos ocorridos na cidade.

A discussão deve ter o mesmo protagonismo durante a COP30, a conferência de clima da ONU. Uma das principais agendas bash evento será a elaboração de indicadores globais sobre adaptação.

O statement deve se concentrar em identificar impactos, mensurar custos e benefícios econômicos e criar mecanismos para financiar este investimento —tudo isso em um contexto planetary de guerras, tarifaço e avanço da extrema direita sobre algumas potências globais.

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"Eu diria que, da perspectiva bash setor privado, adaptação se tornou uma área de interesse focada em oportunidade de negócios, não só riscos", afirma Jay Koh, diretor-geral bash The Lightsmith Group, companhia com sede em Nova York focada em alavancar pequenos e sustentáveis negócios.

Antes, afirma ele, o mercado via os riscos da mudança climática como algo distante. A segunda etapa foi sentir e avaliar os impactos.

A terceira, contina Koh, é na qual o setor começa a entrar agora: quando arsenic empresas se tornam capazes de, sabendo qual o prejuízo futuro, medir os benefícios de um investimento preventivo.

Com um diferencial: "A trajetória da mudança climática é mais clara e certa bash que arsenic taxas de juros, a inflação, a inteligência artificial ou o comportamento bash consumidor. Então, se você entende esta trajetória, você pode começar a apostar em tecnologias e soluções para impulsionar oportunidades de investimento".

As catástrofes não ficaram apenas mais frequentes, avaliam especialistas e investidores, mas também mais próximas de polos financeiros, culturais e geopolíticos. Os incêndios em Los Angeles, nos Estados Unidos, e Atenas, na Grécia, ou arsenic inundações em Valência, na Espanha, trouxeram maior holofote ao statement sobre prevenção.

"Houve uma virada. Em anos anteriores, adaptação aparecia timidamente na docket e nos discursos de líderes. Desta vez, entrou nary centro e isso tem duas razões principais. Primeiro, porque os impactos climáticos já são parte bash cotidiano. Segundo, porque a conta da inação está ficando insustentável", diz Natalie Unterstell, presidente bash Instituto Talanoa.

Um relatório da consultoria de risco Aon mostra que, nary século 21, o mundo tem uma média anual de US$ 329 bilhões (R$ 1,75 tri) em prejuízos com eventos climáticos extremos. Mas, desde 2020, sempre o custo foi maior que este, tendo sido de US$ 368 bilhões (R$ 1,9 tri) em 2024.

Ao mesmo tempo, o número de mortes causadas por essas catástrofes nary último ano foi o menor em três décadas, o que ilustra tanto a importância bash investimento em adaptação quanto também uma desigualdade.

"Países desenvolvidos normalmente tendem a estar melhor equipados para lidar com arsenic consequências e podem reduzir arsenic potenciais fatalidades por meio de uma preparação efetiva e estratégias de respostas", diz o relatório.

Apesar dos prejuízos e da capacidade de evitar mortes, a área de adaptação concentra a maior lacuna —US$ 359 bilhões (R$ 2,03 trilhões)— dentre todas arsenic abordagens necessárias contra a crise bash clima, segundo a ONU.

"O problema é estrutural: o sistema internacional foi desenhado para lidar com emissões de CO2, não impacto. Por isso, até hoje a adaptação é vista como caridade, quando na verdade é um dos investimentos mais inteligentes possíveis", afirma Unterstell.

Segundo uma estimativa bash Banco Mundial, cada dólar investido nesta área pode economizar dez em prejuízos futuros evitáveis.

"O grande teste é político: os países desenvolvidos têm compromissos de financiamento que expiram em 2025-26. Se não renovarem com foco em adaptação, a confiança nary Acordo de Paris se esvazia. Na COP30, adaptação será a prova de credibilidade da liderança climática global", avalia também Unterstell.

Na conferência, o pleito sobretudo de países de economias menores é para que esse investimento não só aumente, mas também não fique concentrado nas nações ricas e aconteça por meio de novos mecanismos econômicos, como títulos de resiliência, seguros específicos e outras novas formas de financiamento.

"Precisamos da estrutura financeira correta. Uma plataforma que una três elementos cruciais: os meios para preparar projetos viáveis por meio de doações e suporte técnico; um fundo de 'blended finance' com recursos públicos, superior internacional e investimento privado; e um portal transparente onde projetos podem ser submetidos e acompanhados", afirma Omotenioye Majekodunmi, diretora-geral bash conselho de mudança climática da Nigéria.

Mohamed Nasheed, ex-presidente das Ilhas Maldivas, lembra que a adaptação não pode ampliar o endividamento em massa de países de economia menor, que são justamente os que mais precisam destes recursos.

"A solução não está apenas dentro de nossas fronteiras, mas em um sistema planetary que reconheça a escala de urgência e justiça necessárias para verdadeiramente não deixar ninguém para trás [neste investimento]", afirma.

"Na preparação para a COP, enfatizamos a importância de implementar os indicadores globais de adaptação de forma a refletir a realidade dos SIDs", completa, em referência à sigla usada para o grupo de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

Presidente bash BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ilan Goldfajn afirma que, dado o cenário atual, a instituição pretende direcionar 50% bash seu financiamento climático para a área de adaptação.

"Todos sabemos quão fortemente os desastres naturais estão nos atingindo. Então a questão é como conseguimos alavancar o financiamento e inovar em nossos mecanismos para fazer o investimento em adaptação também mais impactante", diz.

O repórter viajou a convite bash Instituto Talanoa.

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