11 horas atrás 3

Celulares chineses podem deixar de ser tão baratos em 2026; entenda

Celulares chineses sempre foram associados a preços agressivos e bom custo-benefício, especialmente no segmento de entrada. Mas esse cenário pode começar a mudar já nos próximos meses. Um novo relatório da empresa Counterpoint Research divulgado nesta semana indica que o aumento expressivo no custo de componentes, em especial de memória, deve pressionar os preços, reduzir a oferta de modelos baratos e afetar diretamente fabricantes chinesas como Honor, OPPO e vivo (JOVI no Brasil).

Segundo a consultoria, as remessas globais de smartphones devem cair 2,1% em 2026 — reflexo direto do encarecimento da produção. As marcas chinesas estão entre as mais impactadas, justamente por terem forte presença nos segmentos mais sensíveis a preço. Com o encarecimento dos componentes de memória, as margens de lucro nos smartphones básicos devem praticamente desaparecer. Nesse cenário, as fabricantes podem ou aumentar o preço final do produto — que deixaria de ser "baratinho" —, ou reduzir a produção.

 Divulgação/Counterpoint Research Projeção de vendas de smartphones no mundo fecha em queda de 2,1%, segundo Counterpoint Research — Foto: Divulgação/Counterpoint Research

Segmento de entrada é o mais afetado

O impacto é mais severo entre celulares de entrada, geralmente vendidos abaixo de US$ 200. De acordo com a Counterpoint, o custo de materiais desses aparelhos já subiu entre 20% e 30% desde o início do ano, puxado principalmente pela alta nos preços de memória DRAM.

Esse aumento não ficou restrito aos modelos mais baratos. Smartphones intermediários e premium também sofreram reajustes no custo de produção, na faixa de 10% a 15%, mas é no segmento de entrada que o repasse ao consumidor se torna mais difícil.

“Em faixas de preço mais baixas, aumentos acentuados não são sustentáveis”, aponta o analista sênior da Counterpoint Yang Wang.
 Reprodução/Honor Honor X7d é celular intermediário básico da fabricante chinesa, que deve sofrer com aumento nos preços de memória — Foto: Reprodução/Honor

Memória mais cara pressiona preços e compromete especificações

O relatório destaca que os preços de memória podem subir até 40% adicionais até o segundo trimestre de 2026. Caso esse cenário se confirme, o custo de produção dos smartphones pode aumentar entre 8% e 15% além dos níveis já elevados.

Para o consumidor, isso pode significar duas coisas: celulares mais caros ou celulares com especificações reduzidas. Segundo os analistas da Counterpoint Research, as fabricantes já vêm adotando estratégias de mitigação, como reduzir configurações de memória, reaproveitar componentes antigos e simplificar outros elementos do hardware.

 Divulgação/OPPO OPPO A5 Pro é celular de entrada da fabricante chinesa, que deve sofrer com aumento nos preços de memória — Foto: Divulgação/OPPO

“Outras táticas incluem reutilizar componentes antigos, simplificar o portfólio e incentivar os consumidores a optarem por variantes ‘Pro’ com especificações mais altas, além de adotar novos designs para estimular atualizações", complementa o analista sênior Shenghao Bai.

Como afirmado acima, outra consequência direta do aumento de custos é a redução da variedade de modelos. A Counterpoint observa que fabricantes estão cortando volumes de SKUs (Unidades de Manutenção de Estoque, na tradução da sigla para o português) de entrada e enxugando o portfólio para preservar margens de lucro. Na prática, podemos esperar menos opções de celulares baratos nas prateleiras.

Marcas chinesas sob maior pressão

O relatório aponta que HONOR, OPPO e vivo (JOVI) estão entre as fabricantes que sofreram as maiores revisões negativas em suas projeções de vendas para 2026. A retração está estimada em 3,4% para a Honor, e em 1,2% para as duas outras companhias.

 Chris Nagahama/Unplash Apple tem projeção de queda de 2,2% nas vendas de smartphones — Foto: Chris Nagahama/Unplash

Em contraste, empresas com portfólios mais diversificados e forte presença no segmento premium, como Apple e Samsung, aparecem como mais bem posicionadas para atravessar o período de pressão nos custos. Ainda assim, essas duas fabricantes devem apresentar queda de 2,2% e 2,1%, respectivamente.

🎥 Xiaomi 15T Pro: testamos as câmeras em uma viagem pelo Rio de Janeiro

 testamos as câmeras em uma viagem pelo RIO DE JANEIRO!

Xiaomi 15T Pro: testamos as câmeras em uma viagem pelo RIO DE JANEIRO!

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro