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ChatGPT completa 2 anos: saiba o que esperar da OpenAI no futuro

O ChatGPT está completando dois anos desde sua primeira versão pública neste sábado (30). O projeto em si nasceu bem antes, como uma missão da OpenAI em desenvolver sistemas de inteligência artificial que fossem também acessíveis. Tanto por isso, quando a plataforma foi lançada globalmente em 30 de novembro de 2022, ela já estava na versão 3.5 do modelo de linguagem GPT, ou Generative Pre-trained Transformer (Transformador Generativo Pré-treinado). Desde então, muita coisa evoluiu não apenas no ChatGPT, como no mercado tech como um todo, que enxergou nas soluções de IA o ponto de virada para alavancar a próxima revolução industrial. A seguir, relembre o histórico da plataforma de IA, com retrospectos de sua evolução até aqui, além alguns vislumbres sobre o que os planos da OpenAI reservam para os próximos anos de sua plataforma.

 Mariana Saguias/TechTudo CHATGPT macbook horizontal marca d'água — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

Investimento de quase uma década

Antes de chegar à fundação da OpenAI em 2015, é preciso voltar alguns anos, para 2012, quando a NVIDIA reconheceu em suas GPUs, um potencial muito maior do que apenas criar gráficos de jogos, mas de realizar cálculos e inferências extremamente complexas para tarefas de aprendizado de máquina (ML). Mais que o potencial do hardware, parte da competência nessas cargas de trabalho estava relacionada diretamente à API CUDA, uma interface proprietária de programação em C desenvolvida para aproveitar ao máximo o potencial de paralelismo dos processadores gráficos.

Essa mudança de foco para avançar GPUs, não apenas para lazer, mas para os segmentos de P&D, possibilitou que, quando a OpenAI fosse fundada, já no ano seguinte a NVIDIA conseguisse entregar o primeiro servidor DGX AI, desenvolvido sob medida para atender as demandas específicas da criadora do ChatGPT. Com tamanho poder computacional, a fundação conseguiu explorar diversas frentes em potencial do uso de IA, e o chatbot lançado em 2022 era apenas uma das possíveis aplicações, como explica Kenneth Corrêa, especialista em Dados, Inteligência Artificial e Metaverso e Professor na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e na Avado Learning, Inglaterra.

ChatGPT anuncia novo modelo que pode conversar por voz e vídeo

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“É curioso pensar que o ChatGPT nasceu quase que por acidente. A OpenAI já tinha a tecnologia GPT há pelo menos dois anos, e o chatbot era apenas uma das possíveis aplicações. Mas quando decidiram disponibilizar essa interface conversacional para o público, algo extraordinário aconteceu: em apenas 5 dias, mais de 1 milhão de pessoas já estavam usando a ferramenta, tornando-o o aplicativo de consumo com crescimento mais rápido da história”, relembra o especialista.

De lá para cá, a plataforma, liberada ao público inicialmente com o modelo GPT-3.5, recebeu uma série de melhorias, como o modelo GPT-4, e o Modo Empresarial com a versão Pro, permitindo personalizar o ChatGPT para necessidades específicas, ambas em 2023. Já em 2024, o chatbot recebeu suporte a interações multimodais e a integração com o DALL-E para gerar e reconhecer imagens, abrindo margem para análise mais detalhadas de dados.

A evolução tecnológica também foi notável. Começamos com o GPT-3.5, passamos pelo GPT-4 e agora temos o GPT-4o, capaz de processar texto, imagem, áudio e vídeo simultaneamente. Mais recentemente, o lançamento do modelo o1 trouxe algo ainda mais interessante: a capacidade de ‘pensar antes de responder’ (…)”, complementa Corrêa.

De acordo com dados trazidos pelo pesquisador, atualmente o ChatGPT já processa mais de 10 milhões de consultas diárias entre aproximadamente 100 milhões de usuários ativos semanais, com o Brasil ocupando o 5º lugar globalmente em número de acessos. Também segundo Corrêa, pesquisas em vários setores apontam que o uso regular do ChatGPT já vem aumentando comprovadamente a produtividade entre 20% e 40%, principalmente em tarefas de análise e processamento de dados, e nos setores de produtores de conteúdo.

Ainda assim, considerando o contexto da tecnologia e as curvas evolutivas de avanço, o ChatGPT ainda é uma criança que está “apenas começando a revelar todo seu potencial”. Kenneth Corrêa encerra categórico, afirmando que “o próximo ano promete ser ainda mais transformador, à medida que aprendemos a trabalhar melhor com essa tecnologia que está redefinindo como trabalhamos.”

O sinal mais evidente de que o ChatGPT ainda tem muito a evoluir é o próprio plano de lançamentos da OpenAI para serviços que utilizam a ferramenta, como o SearchGPT, e um navegador proprietário da OpenAI. O TechTudo listou as quatro principais inovações, quase todas previstas para chegar ao mercado já em 2025, ao menos em caráter de teste.

1. SearchGPT: buscador com IA

O SearchGPT é o motor de busca da OpenAI que traz o ChatGPT embarcado para realizar buscas contextuais mais precisas, entregando respostas mais completas e atualizadas em tempo real. Um primeiro impacto direto da ferramenta seria minimizar a necessidade de utilizar os filtros avançados do Google para entregar resultados relevantes de fato ao usuário, e não apenas as entradas que indexaram melhor por conta de estratégias de SEO. Além disso, o motor de busca teria funcionalidades embarcadas de checagem de fatos, para filtrar fake news, por exemplo.

 Divulgação/OpenAI SearchGPT é o novo buscador da OpenAI — Foto: Divulgação/OpenAI

Tecnicamente, o SearchGPT já está disponível, mas por enquanto apenas para assinantes do GPT Plus, plano Premium do ChatGPT. Apesar de não ter revelado oficialmente quando a ferramenta será disponibilizada ao público geral, a OpenAI costuma trabalhar com janelas relativamente curtas entre a apresentação de uma funcionalidade e seu deploy oficial, então a expectativa é que o novo buscador com IA chegue oficialmente até o final de 2025.

Seguindo a mesma linha do SearchGPT, o navegador da OpenAI visa rivalizar diretamente com o Google no setor de serviços para internet. A proposta é utilizar o ChatGPT integrado ao código do navegador para agir como um “copiloto digital”, otimizando a experiência geral de navegação, algo similar ao que a Microsoft planeja implementar com o Microsoft Edge e Microsoft Copilot. As informações sobre o novo produto foram discutidas apenas superficialmente com o veículo The Information, e ao que tudo indica o projeto continua em estágios iniciais. Algumas das funcionalidades esperadas são resumos automáticos de conteúdos, recomendações contextuais de artigos e produtos.

Um indício que reforça o investimento da OpenAI no segmento de navegadores é a contratação de um ex-engenheiro do Google, envolvido diretamente no desenvolvimento do Chrome . Apesar de ainda não estar confirmado oficialmente, um assistente de IA embarcado oferece um enorme potencial de melhorar a qualidade de vida do usuário e, teoricamente, até atuar como leitor de tela nativo para usuários cegos ou com baixa visibilidade.

3. Operator: Agente de IA Multifuncional

Algo no campo mais concreto é o projeto “Operator”, um agente de IA focado em automação, capaz de realizar tarefas interconectadas sem intervenção humana, oferecendo otimização em interações digitais. Seu propósito principal é lidar com atividades cotidianas mais simples, como gerenciamento de agendas, preenchimento de formulários, compras automatizadas para reposição de estoques e até envio de e-mails.

O grande diferencial previsto para o Operator é reduzir ao máximo a necessidade de interações humanas para algumas tarefas, otimizando fluxos logísticos e de trabalho em geral. Pensando em contextos aplicados à sociedade, integrar uma ferramenta deste tipo ao sistema de dispensação de medicamentos automatizado, como o do Hospital Alber Einstein, teria potencial para reduzir a zero os erros de dispensação, possibilidade de desvios de medicamentos, otimizar a gestão de estoques.

4. Orion AI: Modelo sucessor do GPT-4

Por fim, uma inovação mais próxima de se tornar realidade é o Orion AI, novo modelo que irá substituir o GPT-4. O projeto mira em um modelo que, além de mais eficiente, seja também mais colaborativo e ético, e com capacidade aprimorada de interpretação de contextos. Dessa forma, o Orion AI conseguiria ir além das respostas baseadas em bancos de dados. Na prática, a ideia por trás do Orion é combinar todos os modelos LLM do ChatGPT para criar uma Inteligência Artificial Geral, muito mais próxima de uma interação humana, com capacidade de interpretação.

A Open AI vem negando que irá lançar o novo modelo ainda este ano, mas não a existência. Sam Altman, um dos fundadores e CEO empresa, já vem realizando postagens referenciando o Orion já há algum tempo.

Com informações de Hospital Israelita Albert Einstein, NVIDIA (1, 2), OpenAI (1, 2, 3, 4) TechCrunch, TechRadar, The Verge (1, 2),

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