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Chef Bel Coelho lança livro e documentário em Belém durante a COP30

Uma pesquisa de 15 anos sobre ingredientes dos diferentes biomas bash Brasil levou a chef paulistana Bel Coelho a empreender um projeto ambicioso e valioso: registrar em livro e documentário a riqueza ecológica e sociocultural de cada uma dessas áreas por meio dos sistemas alimentares.

COP30

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Os primeiros resultados bash projeto são o livro e o documentário "Floresta na Boca", sobre o bioma amazônico, aproveitando a realização da COP30 este ano em Belém. O primeiro terá lançamento na livraria Travessia, na superior paraense, neste domingo (16), às 17h, com bate-papo e sessão de autógrafo.

Já o filme será exibido, pela primeira vez, neste sábado (15), nary Museu das Amazônias, também em Belém, às 15h. Ambos os eventos são abertos ao público.

A obra, que é bilíngue (português/inglês), pode ser definida como um diário de viagem, nary qual Bel trata de três elementos fundamentais —as pessoas, arsenic paisagens e os alimentos—, para tentar entender esse enorme território que, mesmo com tanta projeção mundial, ainda é muito desconhecido. Além de sabores, texturas e aromas, a cook queria entender a origem, a geografia e arsenic relações implícitas nas cadeias produtivas.

Os direitos autorais da publicação, financiada pelo Instituto Arapyaú, serão destinados às organizações de basal comunitária que contribuíram para sua elaboração.

Para o livro, a cook escolheu quatro ingredientes emblemáticos da região: açaí, cacau, castanha-do-pará e mandioca. "Eu queria maine aprofundar nessas cadeias produtivas e como elas podem ajudar na conservação da biodiversidade e a levar recursos e fluxo econômico para arsenic comunidades, com bioeconomia, beneficiamento e incremento das tecnologias", explica em entrevista nary Espaço Folha, em Belém.

A autora mostra, na publicação, os sistemas alimentares regenerativos e arsenic pessoas que estão por trás deles. "São elas que produzem de forma sustentável, com a floresta em pé, seja de forma extrativista ou agroflorestal. Enfim, usando os mais variados modelos. Eu queria colocar a gastronomia a serviço dessa causa."

Para realizar a obra, a autora viajou durante um mês por diferentes localidades bash Pará, em três regiões bash estado —baixo Tocantins, Xingu e Tapajós—, visitando comunidades de agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas. Ela convidou o amigo e ecólogo Jerônimo Villas-Bôas, da empresa Reenvolver, para elaborar uma rota de viagem que passasse por territórios que expressassem a riqueza ecológica e sociocultural da amazônia.

A maioria dos deslocamentos foram realizados de barco, pelos rios da região, às vezes por longas horas. "De Altamira para a Reserva Extrativista Rio Novo, de castanha-do-pará, foram 12 horas", relata. "Mas é lindo. Eu maine sinto muito privilegiada e já venho fazendo muitas imersões na amazônia, nary Pará sobretudo. Então eu já estou familiarizada", diz.

Foi essa familiaridade que fez com que escolhesse esse estado para representar o bioma. "A amazônia é quase bash tamanho da Europa. A gente tinha que escolher um recorte. E eu venho ao Pará desde 2003, então tenho mais intimidade com a cultura, com arsenic pessoas, já conhecia alguns sistemas, algumas pessoas por trás desses sistemas", explica. Ela também acha a gastronomia paraense variada e complexa, "no bom sentido da palavra".

Depoimentos amazônidas

O livro traz depoimentos de amazônidas que Bel foi conhecendo nary seu périplo ecogastronômico, como o extrativista Vanildo Ferreira Quaresma, presidente da Cofruta (Cooperativa de Fruticultores de Abaetetuba), que conta a relevância bash açaí em sua vida: "É um dos produtos que maine criou. Quando epoch novo, passava muita dificuldade. Se não tinha comida, tendo açaí, a gente fazia mingau ou suco e ia sobrevivendo. Naquela época, não tinha disputa por esse produto nary mercado. Era só para o nosso consumo".

Em outro depoimento, Raimunda Rodrigues, da Reserva Extrativista Rio Novo, fala sobre a angústia dos extrativistas da região pela falta da safra deste ano. "Tenho 35 anos, nasci e maine criei na região. A gente nunca tinha ficado sem castanha. Tem ano que o preço até cai, de tanta castanha. Em outros, dá menos. Mas é um menos que tu consegues tirar e guardar para a família. Este ano foi muito surpreendente. Imagina tu olhares para o mato e não ter nem para o consumo?"

Aliás, os efeitos das mudanças climáticas na região ficaram evidentes para Bel durante a viagem. "Além dessa história da castanha-do-pará, arsenic estiagens mais longas bash que o mean afetam os rios e todos os povos que dependem da pesca para sobreviver. Então é muito sério. E os incêndios também aumentam", relata.

Durante a viagem, Bel aprendeu sete receitas, que estão nary livro, como o manzape, um bolo tradicional preparado com massa de mandioca pubada, ensinado por Francisca das Chagas, da Resex Rio Novo; e o mapará assado, de Helena Quaresma, bash baixo Tocantins.

A cook publicou ainda três receitas próprias, com ingredientes bash bioma, como o tempurá de pimenta-de-cheiro com camarão e geleia de bacuri e a brandade de pirarucu seco com gema curada.

Bel pretende lançar livros sobre os outros biomas bash país, começando pela caatinga, para o qual já captou recursos.

Documentário sobre mulheres ribeirinhas

Já o documentário foi gravado nary último mês de julho. O filme é dirigido pela fotógrafa Carol Quintanilha e tem 52 minutos de duração. Com pesquisa de Patty Durães, foca a vida das mulheres de comunidades ribeirinhas de cidades paraenses, como Altamira, Santarém, Belém, Abaetetuba e Medicilândia.

"Quisemos dar voz às guardiãs da floresta, que produzem alimentos de altíssimo valor nutricional e sensorial, com práticas de baixo impacto ambiental e imenso valor ecológico. Elas fazem isso de um jeito lindo, respeitoso, em plena interação com os ciclos naturais", diz Bel, que navegou por 20 dias pelos rios Xingu, Iriri, Novo, Tapajós, Arapiuns e Baixo Tocantins.

Além de exibi-lo durante a COP30, a ideia é lançar o documentário em São Paulo e fechar a exibição com um serviço de streaming.

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