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China cutuca Trump e publica vídeo de 1987 em que Reagan diz que tarifaço leva a pobreza, desemprego e 'guerras comerciais'

Pouco antes da ameaça de Trump, a Embaixada da China nos EUA compartilhou na rede social X um discurso de Reagan de abril de 1987. O republicano governou os Estados Unidos entre 1981 e 1989 e morreu em 2004.

O trecho publicado faz parte de um pronunciamento de Reagan no rádio. Na época, os EUA haviam imposto tarifas a produtos japoneses, alegando que o Japão descumpria um acordo comercial sobre semicondutores.

No vídeo compartilhado pela China, Reagan critica a defesa de tarifas como medida patriótica para proteger empregos. Ele admite que pode haver efeitos positivos a curto prazo, mas argumenta que eles não se sustentam.

"Primeiro, as indústrias locais começam a depender da proteção do governo por meio de tarifas elevadas. Elas deixam de competir e param de fazer as mudanças gerenciais e tecnológicas necessárias para ter sucesso nos mercados globais", afirma.

"E, enquanto tudo isso acontece, algo ainda pior ocorre. Tarifas altas inevitavelmente levam à retaliação de outros países e ao desencadeamento de intensas guerras comerciais", continua.

"O resultado são tarifas cada vez maiores, barreiras comerciais mais altas e menos concorrência. Assim, em pouco tempo, devido aos preços artificialmente elevados por tarifas que subsidiam a ineficiência e a má gestão, as pessoas param de comprar", afirma Reagan.

Ele conclui afirmando que, no longo prazo, tarifas contra importados resultam em colapsos de mercados, falências de empresas e milhões de empregos perdidos.

O trecho inicial do discurso não aparece no vídeo publicado pela China. Segundo os arquivos da Casa Branca, Reagan abriu sua fala dizendo que em breve receberia o então primeiro-ministro do Japão, Yasuhiro Nakasone, para discutir o comércio entre os dois países. Ele também chamou os japoneses de amigos

Reagan afirmou ainda que detestava adotar tarifas e barreiras comerciais, pois essas medidas prejudicariam trabalhadores e consumidores americanos a longo prazo. No entanto, justificou que, naquele caso específico, a medida foi necessária.

O então presidente também mencionou que alguns membros do Congresso defendiam uma postura mais rígida sobre tarifas, mas alertou que mais taxas colocariam a prosperidade e os empregos de milhões de pessoas em risco. Ele ainda relembrou a crise da década de 1930.

"Para aqueles de nós que viveram a Grande Depressão, a memória do sofrimento que ela causou é profunda e marcante. E hoje, muitos analistas econômicos e historiadores argumentam que a legislação tarifária aprovada naquele período, conhecida como tarifa Smoot-Hawley, agravou significativamente a depressão e impediu a recuperação econômica.", disse.

O ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan — Foto: Mike Sargent/AFP Files/AFP

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