"Claramente, um insider com uma cadeira no conselho de administração vendendo nunca é percebido como uma boa notícia, particularmente porque o investidor está reconhecendo perdas consideráveis no investimento", afirma o relatório do BTG, assinado por Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Henriques.
"No entanto, vemos o movimento como sendo mais motivado pela necessidade de abordar os altos índices de alavancagem da holding em meio a um contexto de aumento das taxas de juros, em vez de algo específico sobre a Vale", explica a área de pesquisa do banco.
Na semana passada, o UOL revelou que o prejuízo da Cosan com a venda de ações da Vale pode chegar a um valor próximo a R$ 5 bilhões.
Os analistas do BTG destacam que a pressão sobre os fluxos de caixa em 2025 deve limitar a atratividade dos dividendos, estimados entre 6% e 8%, um nível inferior ao de papéis de outras empresas conhecidas como boas pagadoras de proventos, como a Petrobras.
O alto nível de investimentos e compromissos financeiros tem impacto. A empresa prevê desembolsos de caixa da ordem de US$ 3,7 bilhões neste ano, enquanto o capital de manutenção deve consumir cerca de US$ 6,5 bilhões. Esse cenário gera receios entre investidores mais voltados para retornos de curto prazo, que preferem companhias com maior previsibilidade de geração de caixa.
Apesar dos desafios, o BTG acredita que há perspectivas de melhora para a Vale no médio prazo, à medida que a empresa conclui a renegociação da concessão ferroviária e avança na resolução de passivos com a Samarco. No entanto, o relatório ressalta que o cenário ainda é de cautela, com a necessidade de uma reavaliação futura dos fundamentos do mercado de commodities antes de qualquer mudança de recomendação.
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