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Chuva atrasa semeadura da soja e coloca rendimento da safra em xeque

Com pouco mais de 200 mil hectares semeados com soja no Rio Grande do Sul, a safra 2023/2024 já virou uma incógnita. O El Niño vem mostrando sua força e lançando grandes volumes de precipitação sobre o Estado, atrasando a entrada nas lavouras edeixando prever queda na produtividade.

Na média histórica dos últimos anos, à essa altura, passados mais de 30 dias do início do período oficial de plantio, os produtores gaúchos já haviam semeado cerca de 15% da área. Nesta safra, o percentual corresponderia a 1 milhão de hectares sobre os 6,74 milhões estimados. Mas, até o final de outubro, o índice era de apenas 3%.

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“A condição climática nas principais regiões produtoras estão ruins, com muitas chuvas. Além disso, mesmo que parem as precipitações, o solo ainda não pode ser trabalhado por pelo menos quatro a cinco dias, por conta da umidade em excesso. E, enquanto isso, o cronograma planejado nas propriedades vai sendo comprometido”, analisa o assistente técnico de Culturas da Emater, Alencar Rugeri.

É que o produtor define um plano para escalonar o plantio em diferentes épocas, com sementes variadas. Mas quando a semeadura das variedades adquiridas ocorre fora da janela adequada, e o rendimento que tende a cair.

Rugeri observa que o clima desfavorável afeta todo o ciclo agrícola. À medida que a chuva e a umidade atrasam a colheita das culturas de inverno, o efeito imediato é sobre a safra de verão. Cerca de 40% do trigo cultivado ainda não foi retirado das lavouras. No Noroeste do Estado, por exemplo, os produtores aproveitaram o tempo seco e intensificaram a colheita, uma vez que a qualidade dos grãos fica prejudicada pela permanência das lavouras em campo, o que irá reduzir a produtividade e a qualidade dos grãos.

Enquanto isso, o arroz chega a 69% da área estimada originalmente. A região mais avançada é o Sul, com 88% do projetado.

Ali também está o trecho do Rio Grande do Sul com as condições ambientais mais propícias à semeadura da soja, assim como no Leste do Estado. Na região administrativa da Emater/Ascar de Bagé, o plantio progrediu lentamente na Campanha, devido à falta de umidade, enquanto na Fronteira Oeste, o excesso de chuvas tem limitado a operação.

Em Maçambará, o excesso de umidade prejudicou o plantio, que atinge apenas 6% da área prevista. Já em Manoel Viana, a semeadura alcança em torno de 10% da área, mas chuvas intensas afetaram algumas lavouras, reduzindo seu potencial produtivo desde a emergência. No entanto, lavouras com boa cobertura de palha e plantio em nível apresentam adequada população de plantas, diz a Emater.

Na região de Frederico Westphalen, devido ao excesso de chuvas, que tem impedido a entrada de máquinas nas lavouras, o plantio da soja deve se intensificar durante a primeira quinzena de novembro. Na de Ijuí, houve um pequeno avanço na semeadura, totalizando 3% da área semeada. Os produtores deram prioridade ao preparo das áreas de plantio, aguardando condições ideais de umidade no solo, ainda de acordo com a autarquia.

Apesar das dificuldades, Rugeri acredita que toda a área planejada para a soja será plantada. “O produtor só migrará para outra cultura, como o milho, por exemplo, se não houver alternativa. Ele vai semear a soja, mesmo fora do seu planejamento original”.

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