6 meses atrás 14

Com 95% dos votos apurados, nova eleição na Romênia deve ter 2º turno com candidato de extrema direita

George Simion, candidato nacionalista de extrema-direita de 38 anos, deve disputar o 2º turno da eleição presidencial da Romênia, mostravam os dados eleitorais do 1º turno, que aconteceu neste domingo (4). Até o momento, 95% dos votos foram contabilizados.

O líder da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR) estava com 40% dos votos. Muito atrás, em segundo lugar, está o candidato conjunto da coalizão governista, Crin Antonescu, com 20,9%, e em terceiro lugar, o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com 20,2%.

🗳️ Os dois principais candidatos se enfrentarão em um segundo turno em 18 de maio. O presidente da Romênia tem um papel semiexecutivo que inclui comandar as forças armadas e presidir o conselho de segurança que decide sobre a ajuda militar.

Calin Georgescu e George Simion — Foto: Reuters

Segundo a BBC, o resultado é aguardado com nervosismo em Washington, Kiev e Moscou. A Romênia é uma rota importante de trânsito para sistemas de armas e munições para a Ucrânia.

O país possui um escudo de defesa antimísseis dos EUA em Deveselu (uma cidade da Romênia) e três grandes bases aéreas, de onde a OTAN realiza missões de policiamento aéreo até a fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia, e sobre o Mar Negro.

Além disso, a Ucrânia exporta 70% de seus grãos pela costa do Mar Negro, através das águas territoriais romenas, em direção a Istambul. A Marinha romena desmina essas águas e a Força Aérea romena treina pilotos ucranianos para pilotar caças F-16.

O governo Trump está reavaliando seu compromisso com a Romênia. Um acordo de isenção de visto foi abruptamente cancelado na véspera da eleição.

As eleições presidenciais de dezembro foram suspensas depois que o principal conselho de segurança da Romênia divulgou documentos que indicavam que o país foi alvo de "ataques híbridos agressivos russos" durante o período eleitoral.

Calin Georgescu, que tem ideais pró-Rússia, aparecia à época com porcentagem baixa nas pesquisas eleitorais e terminou em 1º lugar.

Em março, ele foi impedido de disputar as eleições presidenciais desse domingo. Em fevereiro, promotores abriram uma investigação criminal contra Georgescu, acusando-o de "incitação a ações contra a ordem constitucional", apoio a grupos fascistas, declarações falsas sobre financiamento de campanha e omissão de ativos financeiros.

🔁 Dessa forma, Georgescu foi substituído por George Simion, que liderava o pleito neste domingo.

Uma vitória de Simion poderia isolar o país, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Otan, onde a Ucrânia está lutando contra uma invasão russa de três anos, dizem observadores políticos.

Calin Georgescu em de debate entre candidatos a presidente em Bucareste, na Romênia — Foto: Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS

George Simion também prometeu no domingo que, se se tornasse presidente, colocaria seu colega ultranacionalista Calin Georgescu no poder.

Para tal, ele disse que faria: "um referendo, eleições antecipadas ou a formação de uma coalizão no parlamento que o nomearia primeiro-ministro".

Dessa forma, a atual disputa eleitoral é vista como um teste da ascensão do nacionalismo ao estilo Donald Trump na União Europeia.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro