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Com alta da Selic, empréstimos e financiamentos devem ficar mais caros

Eventuais financiamentos atrelados à Selic ou CDIs ficariam mais caros, o que levaria os empresários a postergar eventuais planos de investimentos destinados a aumentar a produção e/ou a produtividade. Esta conduta levaria a diminuição da oferta de produtos ou serviços, pressionando ainda mais o aumento de preços e o crescimento da economia (PIB). Já os consumidores tenderiam a ter que renegociar dívidas ou restringir seu consumo, ou ambas as coisas. Este fator contribuiria para esfriar a demanda, o que teria um efeito benéfico sobre as pressões inflacionárias. Ricardo Júlio Rodil, economista e líder do Mercado de Capitais da Crowe Macro Brasil

Famílias endividadas e empresas que dependem de capital de giro devem ser as mais impactadas. Entre as empresas mais afetadas estão aquelas ligadas aos setores de varejo e construção civil. Nelas, a alta dos juros compromete o fluxo de caixa dessas companhias e acelera processos de inadimplência ou reestruturação, observa Matos.

Para os consumidores, especialmente aqueles com dívidas de juros variáveis, o aumento da Selic significa parcelas mais altas e maior dificuldade em manter as contas em dia. João Kepler, CEO do Equity Group

Mais pobres devem ser os mais afetados. Famílias com renda de até três salários mínimos devem ser os mais impactados com a alta da taxa Selic, observa Alexandre Miserani, professor de Economia do UniArnaldo Centro Universitário, de Belo Horizonte. "A classe mais pobre não dispõe de dinheiro para poder investir. Com a taxa Selic mais alta, você tem maiores juros nos investimentos, então ela não vai privilegiar disso", observa.

Por outro lado, dólar pode baixar. Ricardo Júlio Rodil, economista e líder do Mercado de Capitais da Crowe Macro Brasil, observa que o aumento da taxa Selic pode provocar elevação na entrada de investimentos estrangeiros. Como consequência, o dólar pode registrar queda. "A queda nas cotações da moeda norte-americana levaria a um barateamento dos produtos importados, o que aliviaria arte das pressões inflacionárias, tendendo a manter o poder de compra dos brasileiros. Concomitantemente, os exportadores teriam menos incentivos para exportar, o que aumentaria a oferta agregada de produtos no Brasil, contribuindo também para o alívio das pressões inflacionárias", observa Rodil.

Alta da Selic também pode fazer investidores a aplicar em fundos atrelados à Selic. O movimento é conhecido por 'financismo', explica Rodil. " Haveria um encarecimento do crédito interno, o que impactaria as possibilidades e planos de empresários locais de investir em aumentos da produção e/ou da produtividade. Estes impactos teriam um efeito de contração da oferta agregada, alimentando mais uma vez as pressões inflacionárias."

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