Como calcular nota do Enem 2025? Veja 5 simuladores e dicas de professores

A TRI (Teoria de Resposta ao Item) é o método estatístico adotado pelo Enem para corrigir as questões objetivas da prova. Diferente de uma correção simples de acertos e erros, o algoritmo avalia o nível de dificuldade de cada item e o padrão de respostas do participante.

Cada questão do Enem possui três parâmetros: de dificuldade, de discriminação e de acerto casual. O primeiro indica a complexidade da questão, o segundo filtra quem realmente sabe o tema, já o terceiro aponta a chance do participante acerta por "chute". Fellipe Rossi, professor de matemática da Escola SAP, explica que essa medição leva em conta não apenas quantas questões o candidato acertou, mas também quais ele acertou e quais errou.

"É o que chamamos de coerência pedagógica: o esperado é que o estudante acerte a maioria das questões fáceis, boa parte das médias e, se cometer erros, que comece a errar apenas nas mais difíceis. Quando esse comportamento é coerente, a TRI consegue estimar com precisão a proficiência do aluno", afirma Rossi. Por outro lado, o professor explica que quando o candidato erra muitas questões fáceis, a coerência se perde. O sistema entende que há uma inconsistência, afinal, se alguém acerta um item de alta complexidade, é esperado que também domine os conceitos mais simples. Por isso, errar questões fáceis reduz a nota final, mesmo com um bom número total de acertos.

"Em resumo, na TRI, não basta acertar uma boa quantidade de questões. É preciso acertar de forma coerente. O segredo para um bom desempenho está em garantir as fáceis, consolidar as médias e lutar pelas difíceis de maneira consistente", esclarece o especialista.

Para sobreviver à TRI, o participante do Enem precisa ser efetivo com as questões difíceis e evitar chutes aleatórios, que podem comprometer a pontuação final. Vale ressaltar que, o modelo também é utilizado em outros vestibulares, como a Fuvest, da USP, e nos processos seletivos da UnB e Unicamp, uma das primeiras instituições acadêmicas a aplicar o modelo de avaliação.

A seguir, veja dicas eficientes propostas pelo professor Felipe Rossi.

1) Estabelecer uma estratégia de execução da prova para priorizar as questões mais fáceis

Manter a coerência pedagógica depende tanto do conhecimento quanto da estratégia de execução da prova. Muitos candidatos perdem pontos por má gestão do tempo, um dos fatores que mais afetam o desempenho.

Quando o candidato não se organiza bem, pode acabar sem tempo de ler ou resolver uma quantidade de questões, principalmente da parte final da prova. Nesses casos, acaba chutando as respostas e, provavelmente, errando a maioria. O problema é que, dependendo da prova (e até da cor da prova), essas últimas questões podem incluir várias fáceis, o que prejudica diretamente a coerência pedagógica e reduz a nota final.

O ideal, então, é adotar uma estratégia com, pelo menos, duas passadas pela prova:

Primeira passada: resolver todas as questões fáceis e médias, pulando as mais difíceis. O foco é chegar até o final da prova garantindo o maior número de acertos possíveis nos itens mais acessíveis.

Segunda passada: com o tempo restante, voltar às questões mais complexas e tentar resolvê-las com calma. Quando os acertos nas questões mais fáceis já está garantido, os acertos nas mais difíceis são bem mais valorizados e a tendência é a nota aumentar consideravelmente.

Essa estratégia garante que o estudante leia toda a prova, maximize os acertos coerentes e preserve a consistência exigida pela TRI.

É claro que existem outras estratégias possíveis, com mais passadas pela prova. A escolha da estratégia é individual e depende do treinamento que foi realizado por cada candidato ao longo do ano.

2) Roteirizar a realização de cada dia de prova

O dia do Enem não é momento de improvisar. Candidatos que chegam com um roteiro pessoal bem definido tendem a se sair melhor porque gastam menos energia tomando decisões durante o exame.

Na véspera, o ideal é planejar e até escrever o roteiro do dia da prova: a que horas sair de casa; por qual área do conhecimento começar; em que momento passar as respostas para o cartão; quando fazer pequenas pausas para lanches ou ir ao banheiro.

No primeiro dia, por exemplo, alguns candidatos preferem começar pela redação, especialmente se treinaram assim ao longo do ano. Outros optam por iniciar pelas questões de Linguagens e fazer a redação em seguida. Há quem deixe a redação para o final (o que não é recomendável, já que em uma eventual falta de tempo, o impacto na nota da redação pode ser severo).

O mesmo vale para o segundo dia. Cada candidato deve seguir o plano que praticou durante o ano, sem mudar a estratégia na última hora. Quanto menos decisões forem tomadas durante a prova, menor será a ansiedade e maior a concentração.

3) Planejar a véspera da prova

Um bom desempenho no Enem começa na véspera. O descanso físico e mental é fundamental para manter a atenção e, assim, evitar erros principalmente em questões fáceis.

O sábado antes da prova não deve ser um dia de estudos intensos. Se o estudante quiser revisar algo, que o faça pela manhã, encerrando antes do almoço. A partir daí, o foco deve ser relaxar: assistir a um filme, caminhar, conversar com amigos, ou simplesmente descansar.

A alimentação também influencia. Evite comidas pesadas, priorize refeições leves e tente dormir cedo. No dia da prova, faça um café da manhã reforçado e equilibrado e leve um lanche simples, uma barra de cereal, um chocolate, uma fruta e água são suficientes.

Descansar bem não é um luxo, é parte da estratégia. Atenção, coerência e clareza, que são pilares da TRI, começam com uma mente tranquila.

Em resumo, performar bem na TRI é muito mais do que acertar muitas questões. É acertar as certas, de modo coerente e estratégico. Isso exige domínio do conteúdo, gestão de tempo, planejamento prévio e equilíbrio emocional.

No SISU, a avaliação dos participantes ganha outro nível de complexidade, já que existem pesos diferentes em cada curso e universidade. Por exemplo, se o estudante conseguiu uma pontuação final bem alta no Enem e se inscrever para a faculdade de Medicina, mas sua maior nota não for em Ciências da Natureza, fica mais difícil de conquistar a vaga.

Além disso, é preciso se atentar à nota de corte, que é a pontuação mínima para concorrer a uma vaga. Enquanto as inscrições estão abertas para o SISU, o sistema atualiza diariamente a nota de corte. Ou seja, é possível que no ato da inscrição a nota para a faculdade de Administração fique em 600 e um dia depois, mude para 750. O que também vai depender da instituição escolhida.

Apenas o INEP divulga o resultado oficial do Enem, tanto as notas quanto os gabaritos, mas o anúncio demora algumas semanas para acontecer. Para os participantes mais ansiosos, é possível conseguir uma estimativa da pontuação por meio de simuladores na Internet. A seguir, confira alguns sites confiáveis para calcular a nota do Enem.

O Planejativo é uma startup que oferece ferramentas online para a montagem de planos de estudo para o Enem. No site (https://app.planejativo.com/calculadora-tri-enem), é possível utilizar gratuitamente a calculadora. Basta fazer o login com uma conta Google para simular a pontuação final.

O ProEnem é uma plataforma de cursos pré-vestibulares que também oferece de forma gratuita uma calculadora do Enem, mas voltada para simular a pontuação no Sisu. Ao acessar a página (https://sisu.proenem.com.br/), é necessário inserir as notas, informar o estado, curso e modalidade de preferência, e, em seguida, obter a simulação da nota.

Com a mesma proposta, o Descomplica (https://descomplica.com.br/sisu/) oferece um simulador para dar uma estimativa sobre as chances de entrar em uma universidade pública pelo SISU. Para testar a ferramenta, é preciso fazer login com uma conta Google, Facebook ou Apple. Em seguida, serão pedidas as notas do Enem e o curso que desejado, depois, a nota estimada estará disponível.

Entre as plataformas listadas, o Quero Bolsa (https://querobolsa.com.br/programas-do-governo) possui a calculadora mais completa, com simulações para todos os programas de entrada para a universidade: SISU, Fies e Prouni. Ao clicar em "Simular agora", é possível usar todas as pontuações do Enem ou apenas a nota geral. Em seguida, informe o curso de preferência, cidade, telefone e e-mail para receber o resultado da simulação.

No Brasil Escola (https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/como-calcular-nota-sisu.htm) também é possível simular a nota do Enem para o SISU. É necessário colocar as notas de cada área do conhecimento e da redação, além de selecionar o curso de preferência.

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