
Crédito, Reuters
- Author, Kayla Epstein
- Role,
- Author, Josh Cheetham
- Role, BBC Verify
Há 16 minutos
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, ordenou que o porta-aviões USS Gerald R Ford, com capacidade para transportar até 90 aeronaves, retire-se do Mediterrâneo nesta sexta-feira (24/10).
Os EUA têm aumentado sua presença militar no Caribe nas últimas semanas, no que dizem ser uma campanha para atingir traficantes de drogas.
Já foram enviados anteriormente outros navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves F-35.
O país já realizou nas últimas semanas dez ataques aéreos contra barcos que, segundo os EUA, pertencem a traficantes — incluindo um nesta sexta, quando Hegseth afirmou que "seis narcoterroristas do sexo masculino" foram mortos.
A operação ocorreu no Mar do Caribe contra um navio que, de acordo com o secretário, pertencia à organização criminosa Tren de Aragua.
Em seu anúncio de sexta-feira, o Pentágono afirmou que o USS Gerald R. Ford seria enviado para a área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, que inclui a América Central e a América do Sul, bem como o Caribe.
As forças adicionais "irão aprimorar e aumentar as capacidades existentes para interromper o tráfico de narcóticos e degradar e desmantelar as TCOs [organizações criminosas transnacionais]", disse o porta-voz Sean Parnell.
De acordo com a Marinha americana, o USS Gerald R. Ford é a "plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo".
Ele foi comissionado (incorporado oficialmente à força e considerado ativo) em 2017, em cerimônia com a presença de Trump, então em seu primeiro mandato.
O nome do navio homenageia o 38º presidente dos EUA.
O navio é movido a energia nuclear e tem mais de 335m de comprimento — como comparação, o HMS Queen Elizabeth, o maior navio de guerra construído pelo Reino Unido, tem 280m.
USS Gerald R. Ford pode chegar a pesar 100.000 toneladas.
Ele custou quase US$ 13 bilhões e carrega armas como mísseis de autodefesa ESSM e o sistema de armas de curto alcance CIWS.
Segundo a agência Reuters, o porta-aviões pode carregar cerca de 5.000 militares.

Agora, o envio do porta-aviões para o Caribe forneceria os recursos para iniciar ataques em terra.
Trump levantou várias vezes a possibilidade do que chamou de "ação terrestre" na Venezuela.
"Certamente estamos considerando a possibilidade de ataques terrestres agora, porque temos o mar muito bem controlado", disse ele no início desta semana.
A CNN relatou que Trump está considerando atacar instalações e rotas ligadas ao tráfico de cocaína dentro da Venezuela, mas ainda não tomou uma decisão final.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os EUA de "fabricarem uma guerra".
"Eles estão fabricando uma nova guerra eterna", disse Maduro à mídia estatal nesta sexta-feira.
"Prometeram que nunca mais se envolveriam em uma guerra, e estão fabricando uma."
O porta-aviões americano transmitiu publicamente sua localização pela última vez há três dias, na costa da Croácia, no Mar Adriático.
Segundo o jornal New York Times, o porta-aviões poderia levar de sete a dez dias, a depender de condições climáticas e de sua velocidade, para chegar à missão na região do Caribe.
A grande carga de aeronaves carregada pelo porta-aviões pode incluir jatos e aviões para transporte e reconhecimento.
Não está claro quais embarcações o acompanharão no caminho para o Caribe, mas uma possibilidade é a presença de contratorpedeiros carregando mísseis e outros equipamentos.
Ataques americanos a barcos são questionados até por republicanos

Crédito, Reprodução/Pete Hegseth/X
A maioria dos ataques americanos a barcos ocorreu no Caribe mas, em 21 e 22 de outubro, foram realizados ataques no Pacífico.
Vários especialistas e parlamentares americanos têm questionado a legalidade dessas ações. Para eles, o governo Trump está conduzindo uma campanha de intimidação que busca desestabilizar o governo da Venezuela.
Presidente do país sul-americano, Nicolás Maduro é um antigo inimigo de Trump e já foi acusado pelo americano de ser o líder de uma organização de narcotráfico, o venezuelano nega.
"Trata-se de uma mudança de regime. Eles provavelmente não vão invadir, a esperança é que seja uma sinalização", disse à BBC Christopher Sabatini, pesquisador sênior para a América Latina no think tank (centro de pesquisas) Chatham House.
Sabatini argumenta que a ofensiva militar americana visa "causar medo" nos militares venezuelanos e no círculo íntimo de Maduro, para que se voltem contra ele.
Tanto parlamentares democratas quanto republicanos levantaram preocupações sobre a legalidade dos ataques americanos e a autoridade de Trump para ordená-los.
Em 10 de setembro, 25 senadores democratas escreveram à Casa Branca alegando que o governo havia atacado um navio dias antes "sem evidências de que os indivíduos a bordo e a carga representassem uma ameaça aos Estados Unidos".
O senador republicano Rand Paul argumentou que tais ataques exigem aprovação do Congresso.
Já Trump disse ter autoridade legal para ordenar os ataques.
"Temos permissão para fazer isso e, se fizermos algo por terra, podemos recorrer ao Congresso", disse Trump a repórteres da Casa Branca na quarta-feira (22).
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, acrescentou que "se as pessoas querem parar de ver navios transportando drogas explodirem, parem de enviar drogas para os Estados Unidos".
As seis mortes na operação anunciadas por Hegseth na sexta-feira elevam o total de mortos nos ataques dos EUA para pelo menos 43.
*Com reportagem adicional de Mariana Alvim, da BBC News Brasil em São Paulo

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