Como montar um PC gamer barato em 2025? 8 dicas de quem entende

Veja, no índice abaixo, todas as dicas que serão abordadas pelos especialistas.

Antes de comprar qualquer peça, é fundamental entender qual tipo de jogo você quer rodar, em que resolução e com qual desempenho. Definir os seus objetivos direciona todas as próximas escolhas e impede que o orçamento seja desperdiçado em componentes que não fazem diferença real no resultado.

Esse passo inicial pode parecer bobo, mas faz toda a diferença no custo final da máquina. Se, como quem vos escreve, você quiser jogar títulos mais antigos ou menos exigentes, como Bully ou Civilization VI, qualquer configuração intermediária já pode resolver. Mas, se a ideia é encarar jogos pesados ou lançamentos recentes com gráficos no alto, o planejamento muda completamente.

De fato, Guigo e Junior recomendam refletir sobre os títulos desejados antes de qualquer ação. “Fortnite e Valorant pedem uma configuração, mas GTA 5 e outros títulos com mundo aberto pedem outra”, resume o primeiro. O segundo acrescenta que também é preciso definir a resolução pretendida (como 1080p, 1440p ou 4K) e o nível de performance desejado (gráficos no baixo, médio, alto ou competitivo, ou priorizando taxa de quadros).

Reaproveitar componentes é uma das formas mais eficientes de reduzir o custo total de um PC gamer novo. Entretanto, segundo os especialistas, isso só funciona quando o usuário sabe diferenciar o que ainda tem vida útil e o que pode colocar o sistema em risco. Afinal, nem tudo que “ainda liga” deve ser reaproveitado.

Guigo lista os itens que normalmente compensam: “Gabinete, se estiver em bom estado; SSDs; uma CPU de pelo menos seis núcleos; e fonte de qualidade com potência suficiente para a nova configuração”. Ele também lembra que periféricos — como monitor, teclado e mouse — podem ser mantidos sem prejuízo. Por outro lado, o especialista recomenda evitar placas-mãe antigas, GPUs sem procedência confiável, RAM muito lenta e HDs antigos como unidade principal, pois podem limitar o desempenho e aumentar o risco de falhas.

Letech segue a mesma linha e complementa que alguns componentes têm vida útil longa o bastante para atravessar várias gerações de upgrades. “Se você comprou uma boa fonte com 10 anos de garantia e um gabinete bem projetado, esses aí você vai manter durante muitos upgrades”, afirma. Ele menciona ainda que air coolers robustos também podem ser reaproveitados em novas CPUs. Por outro lado, ele alerta para peças que definitivamente não valem a pena manter: “Water coolers têm prazo de validade. Depois de cinco ou seis anos, eles perdem eficiência”.

Segundo Guigo, para quem vai montar um PC de entrada, as APUs (processadores com vídeo integrado da AMD) são uma opção eficiente para economizar sem perder desempenho. “Elas conseguem reduzir bastante o custo porque eliminam a necessidade de GPU dedicada logo de início”, afirma.

Para o especialista, um modelo como o Ryzen 5 5600GT, disponível por R$ 879 na Amazon, entrega performance suficiente para jogos leves e médios. Ele destaca que essas peças também são uma base sólida para upgrades futuros, já que permitem adicionar uma placa de vídeo mais potente quando o orçamento permitir.

Para quem prefere CPUs tradicionais sem vídeo integrado, Guigo recomenda opções como o Ryzen 5 5500, encontrado por R$ 553, e o Intel Core i5-12400F, por R$ 821. São processadores capazes de acompanhar GPUs intermediárias sem criar gargalos, tornando-se escolhas seguras para configurações baratas e equilibradas.

Para Letech, o mercado de GPUs em 2025 está caro e exige escolhas cuidadosas. “Atualmente, está tudo muito caro, então indico duas placas que considero o mínimo para rodar qualquer lançamento em 1080p com qualidade decente”, aponta. A primeira delas é a Radeon RX 6600, que ele chama de “placa bastante honesta”, aparecendo por volta de R$ 1.738 na Amazon. A outra é a RTX 5050, encontrada por R$ 1.810.

Letech também recomenda evitar modelos antigos demais — como GTX 1660, GTX 1650 e RTX 3050 — a menos que estejam abaixo de R$ 1.000. Guigo amplia o leque com opções adicionais que também se destacam no segmento de entrada. Segundo ele, quem busca o máximo custo-benefício pode considerar a Intel Arc A380 6 GB ou a Radeon RX 7600, por R$ 2.149.

Com os preços de GPUs em alta, muitos jogadores consideram comprar uma placa de vídeo usada para economizar — e, segundo os especialistas, essa pode ser uma boa estratégia, desde que feita com cautela. A economia é real, mas os riscos também são, especialmente quando não é possível testar a peça pessoalmente.

Guigo explica que a compra é viável, mas exige uma checagem rigorosa. Ele recomenda solicitar fotos e vídeos da placa em funcionamento, preferencialmente com benchmarks recentes, além de conferir sinais de superaquecimento. “A peça não pode estar queimada ou com histórico de temperatura alta”, diz. O especialista também orienta perguntar sobre o uso anterior: “Mineração de criptomoedas ou uso intensivo pode degradar a vida útil”.

Letech reforça as recomendações e lembra que a pressa é inimiga do bom negócio. Segundo ele, “é essencial verificar fotos detalhadas, estado dos conectores, PCIe e até os parafusos. Uma placa usada bem cuidada pode valer muito a pena, mas é preciso verificar tudo com calma”. A dica final é: se for possível, teste antes de comprar.

Memória RAM e armazenamento são dois pontos que ainda confundem quem está montando o primeiro PC gamer. Mesmo sendo componentes relativamente simples, escolhas ruins podem limitar o desempenho do sistema e até impedir que jogos mais novos rodem de forma estável. Em 2025, o mínimo aceitável mudou — e os especialistas deixam claro que economizar demais aqui pode custar caro depois.

Guigo resume a regra geral sobre memória: “16 GB de RAM hoje é considerado o mínimo recomendado para um PC gamer equilibrado”. Segundo ele, além da quantidade, o formato também importa. “Sempre use pares de memórias iguais — dois pentes de 8 GB em vez de um de 16 GB — para garantir melhor desempenho e estabilidade”, explica. O famoso dual channel continua sendo uma das otimizações mais importantes em PCs de entrada.

No armazenamento, o especialista recomenda cautela, mas afirma que ainda é possível economizar. “Um SSD SATA de 240 GB ou 480 GB já deixa o sistema muito mais rápido do que um HD”, afirma. Porém, ele orienta evitar marcas desconhecidas e priorizar fabricantes confiáveis, como Crucial, Kingston, Western Digital e Adata. Um SSD de 480 GB costuma aparecer na faixa dos R$ 250.

Letech reforça o alerta sobre memória: “8 GB não servem mais para quem quer jogar", diz. Ele repete que o mínimo recomendado é 2×8 GB, enquanto 2×16 GB garante folga para lançamentos pesados. Sobre SSDs, concorda com o colega e acrescenta: “Só pegaria um SSD SATA se achar uma promoção muito boa. Como os preços estão próximos, NVMe quase sempre vale mais a pena”.

Guigo aposta em uma estratégia clássica para quem tem pouco orçamento: investir em uma APU forte e montar uma base sólida que permita upgrades no futuro. Segundo ele, é possível montar um PC funcional com cerca de R$ 2.000 priorizando o essencial, deixando a aquisição de uma placa de vídeo dedicada para um segundo momento, quando o bolso permitir.

Letech segue uma linha parecida, mas com uma abordagem um pouco mais direta: montar o PC mais barato possível sem comprometer a estrutura básica. Para ele, a chave é combinar uma APU eficiente, uma placa-mãe simples e confiável e componentes que possam acompanhar vários ciclos de upgrade.