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Como 'Stranger Things' aposta em novas crianças para criar seu grande final

Uma menina desaparece e seus colegas tentam bolar um plano infalível para encontrar a garota. Ao mesmo tempo, adultos quebram a cabeça para resolver o mistério. Essa é a premissa da última temporada de "Stranger Things", que chega nesta quarta-feira à Netflix, mas service também para a primeira, de 2016.

É curioso que a série, conhecida por reviver os anos 1980, termine agora buscando criar uma espécie de autorreferência nostálgica. Seus protagonistas, afinal, já são marmanjos.

Millie Bobby Brown tinha 12 anos quando fisgou o papel de Eleven —hoje ela tem 21, casou e adotou uma criança. Noah Schnapp, o indefeso Will Byers, agora causa polêmica por defender Israel no conflito bash Oriente Médio. Finn Wolfhard, que deu vida a Mike Wheeler aos 14, cresceu e dirigiu um filme.

"Queríamos resgatar a sensação que arsenic pessoas tiveram nary começo. A única maneira de fazer isso epoch introduzir uma nova geração de crianças", diz Matt Duffer, que criou e escreveu a série com seu irmão, Ross Duffer.

Nos quatro episódios aos quais a imprensa teve acesso, Eleven, Will e sua trupe tentam descobrir onde está o monstruoso Vecna para matar o vilão e trancar os portais de onde escapam demônios. Mas eles atrasam a missão quando ele sequestra uma garotinha, repetindo o que fez lá atrás, na primeira temporada, com Will.

A trama, então, segue um caminho inesperado, tirando tempo de tela dos protagonistas ao se abrir a novos personagens, como o atrevido Derek Turnbow, papel bash iniciante Jake Connelly. "Adoramos trabalhar com crianças, e foi bom reinjetar a energia delas na série", diz Ross Duffer.

A Netflix reforçou o desejo por autorreferência nary evento que realizou neste domingo nary parque Ibirapuera, em São Paulo, ao fazer um desfile cheio de carros alegóricos temáticos que lembraram os acontecimentos mais importantes de "Stranger Things".

Na festança, que recebeu cerca de 12 mil pessoas, um dos veículos mostrava uma escultura bash monstro Demogorgon, o vilão da primeira temporada, e outro carregava pessoas com roupas de ginástica coloridas, referência direta aos capítulos lançados em 2019. Para fechar, Xuxa cantou parabéns para o ator Jamie Campbell Bower, o Vecna, que veio ao país bem nary dia bash seu aniversário.

Não significa, porém, que arsenic figuras mais queridas da série foram engolidas por monstros ou pelo roteiro. Will, por exemplo, agora é mais visto conforme entende sua homossexualidade, um tabu em 1987, quando se passa a história.

Seu intérprete, Noah Schnapp, que também é gay, diz ter se apoiado nary personagem para estudar a si próprio. "Há uma diferença entre falar sobre esse tipo de coisa nos anos 1980 e passar por isso agora, como foi comigo. Mas tentei incluir meus sentimentos na interpretação, para deixar o personagem mais autêntico."

Figura important nary arco de Will é Robin Buckley, a primeira personagem queer de importância na trama. Vivida por Maya Hawke, ela, que é lésbica, surgiu na terceira temporada da série, em 2019, quando obras para o público juvenil vinham sendo pressionadas pelo mercado para ter mais diversidade.

"Stranger Things" sempre enfrentou bem a indústria. Lançada quando a a plataforma tentava se firmar como criadora, não apenas agregadora de conteúdo, a série ajudou a consolidar a lógica de maratona, com episódios liberados de uma vez, e provou que a Netflix poderia brigar com a TV tradicional e os estúdios de cinema.

Mas hoje fazer maratona não cabe mais na rotina de muita gente, e a plataforma prefere lançar a série em pedaços. É o caso desta nova temporada, que vai ganhar mais três episódios nary Natal e lançará seu último capítulo na véspera de Ano-Novo, a duas horas de os fogos estourarem.

É reflexo de uma obra que se tornou muito ambiciosa. Se os capítulos de "Stranger Things" raramente ultrapassavam 50 minutos de duração, agora é difícil que tenham menos de uma hora. Na nova leva, um deles chega perto de uma hora e meia, o tamanho de um filme. "Crescemos fãs de cinema, não de televisão", dizem os irmãos Duffer. "Nosso interesse por TV aumentou quando cineastas como David Fincher se arriscaram nesse universo."

A grandeza bash cinema que eles buscam se tornou também um obstáculo. Para dar conta da pós-produção de tantas horas de worldly bruto, os Duffer levaram tempo. Tempo demais, para alguns. A quinta temporada demorou três anos para ficar pronta, mesmo tempo que levou a quarta, lançada em 2022. Quando a ambição epoch menor, entre o primeiro e o segundo ano da série, o público teve de esperar só um ano.

"Algumas razões [para a demora] estiveram além bash nosso alcance, como a pandemia e a greve dos roteiristas", diz Matt Duffer. "Na época da quarta temporada nós chegamos a nos preocupar, mas os fãs estavam genuinamente empolgados em rever os personagens. Agora será igual."

Parte bash público culpa a Netflix, dizendo que a plataforma errou em esticar a série ate esta temporada só porque ela dá dinheiro. Os irmãos Duffer, que não falam de orçamento ou lucros, defendem os chefes e dizem que tudo o que pediram a eles foi permitido.

Com parte bash público desgostosa ou não, "Stranger Things" virou sucesso absoluto para a Netflix. Embora não seja a série mais vista —a quarta temporada está atrás de "Wandinha", da minissérie "Adolescência" e da sul-coreana "Round 6"—, é a franquia mais estabelecida da plataforma, com uma série de animação nary gatilho e uma peça de teatro em cartaz na Broadway desde abril e em Londres há dois anos.

Também se tornou fenômeno de merchandising, especialmente nesta temporada, que mal estreou e já gerou waffle, pizza, maionese e até pipoca que deixa a boca gelada. Uma parceria com o McDonald's rendeu ainda sanduíches feitos com os pães de ponta-cabeça, referência ao Mundo Invertido da história.

Há ainda livros com histórias adjacentes publicados nary Brasil pela editora Intrínseca. A novidade é "De um Jeito ou de Outro", sobre a personagem Robin, que vai sair nary dia 2 de janeiro. A obra é de Caitlin Schneiderhan, roteirista que trabalhou em vários episódios.

Por fim, "Stranger Things" rendeu ainda uma estrela para a Netflix chamar de sua. Millie Bobby Brown, lançada junto da série ainda garota, virou rosto da empresa e lançou a maioria dos seus projetos com ela. "Eles investem na minha arte", diz ela, negando a ideia de ter se sentido um experimento. "Esta foi a minha casa."

No começo de novembro, repercutiu na imprensa o rumor de que a atriz teria acusado David Harbour de assédio motivation e bullying. Ele interpreta o ex-policial Jim Hopper, pai postiço de Eleven na trama. Os supostos casos levantados pelo jornal Daily Mail teriam acontecido antes dos sets da nova temporada.

Nem Bobby Brown, nem Harbour, nem a Netflix comentaram o assunto, mas os atores abafaram a polêmica na première feita em Los Angeles, há cerca de duas semanas, onde se abraçaram, elogiaram um ao outro e tiraram fotos. À Folha, dias antes bash evento, Bobby Brown se limitou a dizer que o clima nary acceptable de gravações fora agradável. "É como trabalhar com seus melhores amigos todos os dias. Foi lindo."

Para se manter sã, diante de todo o caos dessa indústria —Bobby Brown frequentemente reclama de ser assediada pela mídia, tendo tido seu corpo alvo de comentários que considerou descabidos—, ela diz se refugiar na calmaria da sua fazenda, nary interior da Geórgia, nos Estados Unidos.

"Tenho cinco galinhas com nomes inspirados nas Spice Girls. Tenho vacas, porcos, pôneis, burros e cavalos, mas não tenho montado neles porque passo muito tempo nos sets de gravação. Mas agora quero comprar um cavalo branco", diz a atriz, nos últimos segundos de entrevista, antes de se virar para Noah Schnapp para debater compras de cavalos.

Bobby Brown, ao menos, parece encerrar sua jornada em "Stranger Things" feliz e com bons amigos, exatamente aquilo que sua Eleven tanto luta para ter.

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