Compra por impulso? Veja como isso te leva a um golpe na Black Friday

No índice abaixo, confira os tópicos que serão abordados nesta matéria do TechTudo.

A Black Friday e a temporada de compras de fim de ano são momentos de grande movimentação no comércio eletrônico, mas também representam um período de alto risco para os consumidores. Segundo o relatório Cyber Safety Insights: Holiday 2025, da Norton, os brasileiros estão entre os mais suscetíveis a cair em golpes online. O estudo revela que 64% dos consumidores no país comprariam imediatamente ao ver uma oferta, sem verificar a procedência.

Além disso, 65% já realizaram compras por meio de anúncios em redes sociais, canais que têm se tornado terreno fértil para fraudes. Outro dado preocupante é que 55% dos brasileiros pretendem usar ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para gerar ideias de presentes — o que pode aumentar a exposição a golpes mais sofisticados. E a preocupação é real: 69% dos entrevistados afirmam temer cair em fraudes geradas por IA.

O relatório também mostra que 35% já foram alvo de golpes em compras de fim de ano, e entre esses, 65% efetivamente se tornaram vítimas. De acordo com Iskander Sanchez-Rola, Diretor de IA e Inovação da Norton, “essas decisões impulsivas podem torná-los vulneráveis, já que a empolgação de encontrar o presente perfeito ou a melhor oferta frequentemente os leva a não verificar se a fonte é confiável”.

Durante a temporada de promoções, criminosos digitais aproveitam o clima de urgência e empolgação para aplicar golpes cada vez mais sofisticados. Uma estratégia recorrente é a criação de ofertas extremamente atrativas — com descontos irreais — acompanhadas de mensagens com frases como “última chance” ou “compre já”, que induzem o consumidor a agir por impulso.

"Sob essa pressão psicológica para não perder a oferta, o consumidor acaba deixando passar detalhes suspeitos que normalmente identificariam a fraude. O principal hábito de risco é, portanto, agir por impulso. A recomendação é sempre desconfiar, especialmente em épocas como a Black Friday, de ofertas com valores muito abaixo da média de mercado", diz Theo Brazil, CISO da Asper.

Outra prática comum é a falsificação de perfis em redes sociais, que simulam lojas conhecidas para enganar os compradores. Segundo relatório da Norton, 50% dos golpes detectados globalmente nessas plataformas têm origem justamente em lojas falsas ou anúncios fraudulentos. “Os golpes em redes sociais estão se tornando cada vez mais sofisticados e personalizados”, afirma Sanchez-Rola.

"Um dos principais pontos de atenção são os links patrocinados em sites de busca e os anúncios em redes sociais. Especialmente nesta época, cibercriminosos utilizam mecanismos de tráfego pago para impulsionar sites falsos, que se passam por marcas famosas ou revendedores oficiais, usando descontos muito atrativos para induzir o clique. A recomendação é: desconfie desses anúncios. Em vez de clicar neles, digite o endereço do site oficial da marca diretamente no seu navegador", orienta Brazil.

Embora qualquer pessoa possa ser alvo de golpes online, consumidores que utilizam redes sociais com frequência e adotam novas ferramentas digitais estão entre os mais expostos, segundo relatório da Norton.

Segundo Brazil, os criminosos agem onde há um maior volume de transações financeiras, geralmente envolvendo consumidores das classes A e B concentrados na região Sudeste. "Os adultos entre 25 e 50 anos são frequentemente os mais atingidos. Este é um grupo que está no auge do seu poder de compra, possui mais contas bancárias e cartões de crédito e passa mais tempo realizando transações online. Por ser uma geração que já cresceu acostumada com aplicativos de compra, eles tendem a confiar mais no ambiente digital, o que acaba aumentando a exposição ao risco", diz o especialista.

Identificar sinais suspeitos é o primeiro passo para não cair em armadilhas digitais. Por isso, desconfie de promoções exageradas, especialmente em produtos caros. Por exemplo, um “desconto de 80%” pode parecer tentador, mas é um alerta. Outro ponto de atenção são os perfis sem reputação ou as lojas pouco conhecidas. Antes de comprar, vale pesquisar e verificar se há reclamações em sites como o Reclame Aqui. Também observe com cuidado o endereço do site: erros de digitação, domínios estranhos ou páginas com aparência duvidosa costumam ser sinais claros de fraude.

Segundo dados da Norton, como citado anteriormente no tópico 2, metade dos golpes em redes sociais está ligada a lojas falsas ou anúncios fraudulentos. “É sempre recomendável verificar se a fonte é legítima ou acessar diretamente o site oficial da loja”, diz Sanchez-Rola.

"Se for um site novo, verifique se ele oferece métodos de pagamento confiáveis, como intermediadores de pagamento conhecidos, em vez de exigir apenas transferências diretas", orienta Brazil.

Evitar fraudes exige cuidados básicos. Antes de finalizar uma compra, verifique a procedência do vendedor e desconfie de promoções que parecem boas demais. Mensagens que apelam para o senso de urgência devem ser vistas com cautela. E nunca clique em links suspeitos, principalmente aqueles recebidos por e-mail, SMS ou redes sociais, sem antes confirmar se são legítimos.

Theo Brazil também orienta atenção com a forma de pagamento das compras online. "Para pagamentos com Pix a atenção deve ser redobrada. Antes de confirmar a transação, confira os dados do destinatário, verifique se a chave informada é um CNPJ e se a razão social que aparece na tela de confirmação realmente corresponde ao nome da loja. Para pagamentos com cartão de crédito, dê preferência absoluta ao uso do cartão virtual temporário", diz o CISO da Asper.

Outras medidas importantes incluem manter o sistema e o navegador atualizados, usar senhas seguras e contar com uma solução de segurança digital robusta, como o Norton 360. Esse tipo de software ajuda a bloquear sites falsos, links perigosos e outras ameaças em tempo real. “Essas precauções permitem que os usuários realizem compras online com mais segurança, mesmo em períodos de alto risco”, conclui Sanchez-Rola.

Com informações de Norton