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Conheça os candidatos da Argentina que disputam o 1º turno

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Publicado 22.10.2023 06:00 Atualizado 22.10.2023 06:41

Conheça os candidatos da Argentina que disputam o 1º turno Conheça os candidatos da Argentina que disputam o 1º turno

A disputa para saber quem sucederá Alberto Fernández na Presidência da Argentina e pode tirar o peronismo do poder começa neste domingo (22.out.2023). Participam do 1º turno do pleito 5 candidatos: Javier Milei (direita), Sergio Massa (esquerda), Patricia Bullrich (direita), Juan Schiaretti (esquerda) e Myriam Bregman (esquerda).

Milei, da coalização de direita La Libertad Avanza, foi o candidato com o maior percentual de votos nas primárias argentinas realizadas em 13 de agosto. Ele ficou com 30,04% dos votos.

Na maioria das pesquisas de intenção de voto realizadas antes do pleito, Milei aparece numericamente à frente. Ele está quase sempre empatado na margem de erro dos estudos com o 2º colocado, Sergio Massa.

Na última pesquisa feita pela CB Consultora antes do início das eleições gerais da Argentina, Milei teve 29,9% das intenções de voto, ficando tecnicamente empatado com Massa, que teve 29,1%.

O levantamento entrevistou de forma online 4.069 argentinos de 9 a 11 de outubro. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual. O nível de confiança é de 95%. Por lei, a Argentina proibiu a publicação de novas pesquisas eleitorais depois do dia 14 de outubro. Eis a íntegra do relatório (PDF – 3 MB, em espanhol).

Já na pesquisa feita pelo instituto Atlas Intelligence, Massa aparece com 30,9% das intenções de voto, enquanto Milei tem 26,5%. Bullrich foi citada por 24,4% dos eleitores.

Os dados foram coletados de 10 a 13 de outubro de 2023. Foram 5.702 entrevistados. A margem de erro é de 1 ponto percentual. O intervalo de confiança é de 95%. Eis a íntegra do relatório (PDF – 9MB, em espanhol).

Para vencer em 1º turno, os candidatos à Presidência precisam de pelo menos 45% dos votos válidos –excluídos brancos e nulos– ou 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao 2º colocado. Caso ninguém atinja essa marca, será necessário um 2º turno, marcado para 19 de novembro de 2023. Neste caso, vence o candidato com maior número de votos.

A Argentina tem, atualmente, 35,8 milhões de eleitores, sendo que 449 mil moram no exterior. A população total do país é de 46,2 milhões.

Leia abaixo sobre os candidatos e as propostas de cada um:

JAVIER MILEI

Javier Milei tem 52 anos e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023. Ele concorre à Presidência pela coalizão de direita La Libertad Avanza (A Liberdade Avança, em português) e se define como “anarcocapitalista” e “libertário”.

Milei foi eleito em 2021 para deputado. Ele se apresenta como um político de direita conservador “diferente de tudo que está aí” e usa o lema “contra a casta política”, que, segundo o deputado, refere-se aos políticos argentinos que vivem do Estado, fazem políticas “contra a população” e que não resolvem os problemas do país.

Nascido em 22 de outubro de 1970 em Buenos Aires, é formado em economia pela Universidade de Belgrano. Tem 2 mestrados cursados no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social e na Universidade Torcuato di Tella.

Reprodução/Instagram @javiermilei Javier Milei venceu as primárias argentinas e está empatado na margem de erro com Sergio Massa em pesquisas sobre o 1º turno Ele foi ainda economista-chefe da empresa de previdência privada Máxima AFJP e da empresa de assessoria financeira Estudio Broda. Também trabalhou como economista sênior do HSBC e como assessor econômico do militar e ex-deputado Antonio Domingo Bussi, acusado de crimes “contra a humanidade” cometidos quando foi governador de Tucumán.

O argentino também integra o B20 (Business 20), grupo de diálogo relacionado ao G20 para o setor empresarial, e o Fórum Econômico Mundial. Também já atuou como professor universitário de disciplinas sobre economia.

As principais propostas do candidato são:

  • economia: fechar o Banco Central e dolarizar a economia argentina. Estimular a concorrência monetária no país. Criar um plano econômico que possibilite “um forte corte nos gastos públicos” e “eliminar despesas improdutivas do Estado”.
  • segurança: reformular a legislação penitenciária da Argentina, despolitizar as Forças Armadas e construir mais prisões em parceria com empresas privadas. Desregulamentar o mercado de armas e o porte para uso pessoal da população. Criar uma base nacional de dados ligados às câmeras de segurança com identificação facial.
  • educação: estabelecer um sistema de voucher para universidades. Extinguir o Ministério da Educação. Aumentar a competitividade no mercado universitário. Reformar o sistema curricular de estudos com base nos profissionais que o país precisa, como engenheiros e cientistas da computação.
  • trabalho: implementar uma nova legislação trabalhista, sendo o fim das indenizações por demissão sem justa causa a principal mudança. Estabelecer um sistema de seguro-desemprego. Reduzir os impostos pagos por empregadores. Diminuir os impostos sobre os salários dos trabalhadores.

Eis a íntegra do plano de governo de Javier Milei (PDF – 696 kB, em espanhol).

Sergio Massa

Sergio Massa, de 51 anos, é formado em direito pela Universidade de Belgrano. Nasceu em 28 de abril de 1972 na cidade de San Martín, na província de Buenos Aires. É o atual ministro da Economia e disputa as eleições pela coalizão de esquerda Unión por la Pátria (União Pela Pátria, em português).

Sua carreira política começou em 1999, quando foi eleito deputado provincial de Buenos Aires. Três anos depois, em 2002, foi indicado pelo então presidente argentino, Eduardo Duhalde, para comandar a Anses (Administração Nacional de Segurança Social). Ele ficou na função por 5 anos.

Reprodução/X @SergioMassa – 13.set.2023 Sergio Massa é o atual ministro da Economia de Alberto Fernández, sendo o 3º a ocupar o cargo durante o mandato do peronista Em 2007, já adepto ao kirchnerismo –ideologia política de esquerda relacionada ao ex-presidente Néstor Kirchner e a Cristina Kirchner, atual vice-presidente da Argentina–, Massa foi eleito prefeito da cidade de Tigre, na província de Buenos Aires.

No entanto, teve que deixar o cargo por ser nomeado, em julho de 2009, chefe de gabinete da então presidente Cristina Kirchner. Ele permaneceu no cargo por quase 1 ano. Depois desse período, Massa retornou à prefeitura de Tigre, e foi reeleito em 2011. Ele também foi deputado nacional de 2013 a 2017 e de 2019 a 2022.

Nas eleições presidenciais de 2019, o advogado chegou a cogitar sua candidatura, mas desistiu para apoiar a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner.

Em 3 agosto de 2022, Massa deixou o cargo de deputado e se tornou o 3º ministro da Economia da gestão de Fernández. Ele passou a comandar o órgão depois que o presidente decidiu unificar os ministérios da Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pesca em uma tentativa de centralizar as ações para solucionar a crise econômica do país.

As principais propostas do candidato são:

  • economia: renegociar dívidas, principalmente com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Criar uma mesa de negociação de preços e salários a fim de conter a inflação. Ter acordos sobre áreas econômicas prioritárias, como produção, tecnologia e geração de empregos. Implementar um programa macroeconômico visando a geração de excedente de moeda estrangeira.
  • segurança: criar uma unidade policial especializada na repressão ao tráfico de drogas. Implementar sistemas de monitoramento por câmeras para prevenir crimes.
  • educação: aumentar o investimento na educação. Implementar disciplinas obrigatórias de programação e robóticas para alunos do ensino secundário. Fortalecer e a recriar as bases institucionais para a geração e coordenação das políticas educacionais nacionais.
  • trabalho: estabelecer uma lei que garanta o acesso ao 1º emprego. Incentivar a formação profissional. Oferecer incentivos fiscais às empresas que criam oportunidades de emprego para jovens ainda não inseridos no mercado de trabalho. Lançar um programa de capacitação e emprego destinado às mulheres que foram vítimas de violência de gênero. Criar projetos de obras públicas comunitárias para criar postos de trabalho.

O programa de governo de Massa está detalhado no site oficial do partido.

Patricia Bullrich

Patricia Bullrich, de 67 anos, é formada em humanidades e ciências sociais com foco em comunicação pela Universidade de Palermo e tem mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade de San Martín.

Conhecida como a dama de ferro argentina, ela nasceu em 11 de junho de 1956 em Buenos Aires e concorre ao pleito pela coalizão de direita Juntos por el Cambio (em português, Juntos pela Mudança).

Em 1973, quando tinha 17 anos, Bullrich integrou o Juventude Peronista, grupo juvenil do peronismo, movimento político de esquerda relacionado ao ex-presidente argentino, Juan Domingo Perón.

Reprodução / Twitter @PatoBullrich – 2023 Patricia Bullrich foi ministra da Segurança de Mauricio Macri e tem o apoio do ex-presidente argentino Embora suas raízes políticas estejam ligadas à esquerda, a candidata à Presidência se apresenta como uma política de centro-direita. Atualmente, ela é presidente do Propuesta Republicana, que integra a coligação Juntos por el Cambio.

Bullrich foi deputada por Buenos Aires de 1993 a 1997 e 2007 a 2015. Foi ministra da Segurança (2015-2019) do governo de Mauricio Macri. Também já atuou como ministra do Trabalho (2000- 2001), ministra de Segurança Social (2001).

As principais propostas da candidata são:

  • economia: criar um plano de estabilização para a economia, a fim de reduzir “drasticamente” a inflação. Estabelecer um equilíbrio fiscal com o objetivo de reduzir os gastos públicos. Garantir a independência do Banco Central. Unificar os câmbios argentinos.
  • segurança: criar uma polícia especializada no combate a quadrilhas e prisões especiais para traficantes. Reduzir a maioridade penal, de 16 para 14 anos. Bullrich é contra o porte legal de arma e a descriminalização das drogas.
  • educação: estabelecer um acordo federal de 14 anos para o ensino obrigatório com 190 dias anuais de aula. Construir trajetórias educativas mais inclusivas. Flexibilizar a oferta de escolas técnicas.
  • trabalho: promover o emprego por meio de “novas formas de contratação”. Acabar “com a indústria de litígios”, eliminando multas que “incentivam processos judiciais”. Facilitar a transição dos trabalhadores informais para o emprego formal. Lançar um programa de treinamento em colaboração com o setor público e privado focado em grupos excluídos do mercado de trabalho.

Eis a íntegra de seu plano de governo (PDF – 9 MB, em espanhol).

Juan Schiaretti

Juan Schiaretti, de 74 anos, concorre à eleição presidencial pela coalizão de esquerda Hacemos por Nuestro País (em português, Fazemos por Nosso País). Nascido em 19 de junho de 1949, ele é contador público formado pela Universidade Nacional de Córdoba e atual governador da província de Córdoba.

Reprodução/Facebook Juan Schiaretti – 7.jul.2023 O candidato à presidência da Argentina, Juan Schiaretti, 74 anos, em evento de campanha Ele também já foi deputado 3 vezes: de 1993 a 1997, 2001 a 2003 e 2013 a 2015. Atuou ainda como vice-governador de Córdoba e secretário de Indústria da Nação.

Sua campanha eleitoral foca em um discurso crítico à coalizão governista, prometendo reverter a inflação que diz ter sido intensificada pelo kirchnerismo.

As principais propostas do candidato são:

  • economia: criar um “plano macroeconômico que se baseie na não existência de um deficit fiscal”. Evitar a sobreposição do Estado sobre os governos locais. Eliminar ou reduzir o subsídio ao setor energético e o deficit de empresas estatais. Estabelecer “prudência e disciplina na emissão monetária, equilíbrio fiscal e recomposição de reservas”. Simplificar o sistema fiscal “que não penalize a produção com impostos”. Redistribuir e alocar recursos e do incentivo às exportações.
  • segurança: acabar com a circulação de armamentos ilegais. Reforçar as forças federais para vigiar as fronteiras. Combater o tráfico de drogas no país. Implementar ferramentas tecnológicas para prevenir e repreender crimes. Criar um Conselho Federal “para o aperfeiçoar o serviço da Justiça” e tornar o andamento de processos e julgamentos mais rápidos.
  • educação: ampliar a jornada de aulas no nível primário, incluindo idiomas e robótica em todas as escolas. Implementar um modelo de aprendizagem que incorpore a tecnologia digital. Criar um nível educativo direcionado a jovens e adultos.
  • trabalho: aplicar de uma nova política fiscal, que inclui a concessão de incentivos para pequenas e médias empresas que reinvistam seus lucros em ativos fixos, bem como uma diminuição gradual das tarifas de exportação. Implementar uma política direcionada a “simplificar” e estimular a criação de novas empresas. Incorporar milhões de trabalhadores informais em empregos formais com salários “justos”.

Eis a íntegra de seu plano de governo (PDF – 2 MB, em espanhol).

Myriam Bregman

Myriam Bregman tem 51 anos e representa a coalizão Frente de Izquierda (Frente de Esquerda, em português) nesta eleição presidencial. É formada em direito pela Universidade de Buenos Aires. Foi eleita deputada nacional em 2009, 2011 e 2015.

Reprodução / Twitter @myriambregman – 2023 Caso eleita, Myriam Bregman promete um aumento mensal e “imediato” do salário dos trabalhadores que seja correspondente a alta da inflação no país As principais propostas da candidata são:

  • economia: romper com o FMI e o não pagamento da dívida com o fundo para que o “dinheiro seja usado para pagar salários, criar postos de trabalho e garantir acesso à saúde, educação e moradia”. Criar um programa econômico “para que a crise seja paga por quem a gerou”. Nacionalizar os banco, “evitar a fuga de capitais” e fornecer crédito para os empreendedores locais. Revogar a reforma da previdência e aumentar a renda mínima para aposentados.
  • segurança: legalizar a maconha e outras drogas. Nacionalizar portos privados e rotas comercias. Acabar com esquemas de lavagem de dinheiro. Facilitar o acesso de jovens ao trabalho, escolas e recreação para não ficarem vulneráveis a criminalidade. Destinar uma parte do orçamento para combater a violência de gênero e outros crimes de ódio.
  • educação: criar escolas públicas, gratuitas e com ensino laico. Eliminar subsídios à formação privada. Incluir educação sexual nas escolas, com assuntos como gênero e contracepção. Construir creches para crianças a partir de 45 dias. Implementar um bilhete único educativo para estudantes e professores.
  • trabalho: aumentar o salário mínimo. Proibir as demissões e a expropriação e nacionalização das fábricas. Distribuir a jornada de trabalho entre empregados e desempregados, sem reduzir os salários.

O programa de governo de Bregman está detalhado em seu site oficial.

Leia mais sobre os candidatos que concorrem à Presidência da Argentina:

  • Leia as propostas dos presidenciáveis da Argentina para a segurança;
  • Leia as propostas dos presidenciáveis da Argentina para o trabalho;
  • Leia as propostas dos presidenciáveis da Argentina para a educação;
  • Leia as propostas dos presidenciáveis da Argentina para a economia;
  • Argentina realiza 1º debate com candidatos à Presidência;
  • Com alta inflação, debate na Argentina é focado na economia;
  • Milei contesta número de desaparecidos na ditadura argentina;
  • 1º debate presidencial da Argentina vira meme nas redes;
  • Patricia Bullrich diz ter tido “um debate difícil” por estar doente;
  • Massa tenta ganhar fôlego em 2º debate na Argentina;
  • Bullrich sobe o tom e ganha sobrevida no 2º debate argentino.

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