Na manhã desta quinta-feira (6), o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira mantinha a incrível sucessão de 12 pregões de alta, o que não acontecia há quase 30 anos. Mesmo com a expectativa de juros altos por mais tempo, o movimento no mercado de ações é de compra, refletido em altas no índice.
A "estranha" combinação de juros altos por mais tempo com alta nas cotações se refletia numa enxurrada de análises inconvincentes, nas redes sociais de analistas de mercado. Mais inconvincentes ainda quando se lembra que a explicação dos analistas para a atual fase de "boom" no mercado acionário é a de que a longa sucessão de altas se deve à expectativa de queda nos juros.
Não é possível antecipar quando terá início um movimento de "realização de lucros", com venda de papéis e recuo nas cotações e nos índices — o que se deve esperar, pela simples constatação de que, nos mercados financeiros, tudo que sobe muito acaba caindo, e vice-versa. O fato do momento é que operadores de mercado que põem a mão na massa e precisam decidir comprar ou vender ativos estão apostando na queda dos juros. Essa aposta se baseia em projeções de continuidades na tendência de queda da inflação, acompanhada de uma freada no ritmo de expansão da atividade econômica.
Uma das principais razões para a ampliação das expectativas de queda na inflação reside no alargamento do "carry trade". A expressão designa o movimento de arbitragem com taxas de juros, nas quais investidores tomam recursos em mercados com juros mais baixos para aplicar em mercados com juros mais altos, ganhando na diferença, desde que algumas outras condições sejam atendidas — como a variação da taxa do dólar.
Ao manter juros básicos acima do estabelecido pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) para suas taxas de referência de mercado, o Copom promove atração de recursos externos para o mercado de ativos local, o que resulta em queda nas cotações da moeda americana.
O peso das variações do dólar na marcha da inflação brasileira não é pequeno. Estima-se que cerca de metade dos preços de bens e serviços que compõem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a medida oficial de inflação no Brasil, seja afetada pela taxa de câmbio.
Iniciou-se, nos Estados Unidos, em outubro, um processo de corte pelo Fed dos juros de referência, que, com maior ou menor aceleração, deve prosseguir no futuro próximo. Cortes de juros pelo Fed, até sob pressão do presidente americano, Donald Trump, em combinação com as incertezas promovidas pela política econômica do republicano, tendem a enfraquecer o dólar e colaborar para manter as taxas de câmbio acomodadas no Brasil.

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