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Deputado é expulso do Cidadania após acusação de comandar diretório do União Brasil

O deputado estadual Rafa Zimbaldi (SP) foi expulso do Cidadania sob acusação de, enquanto filiado ao partido, presidir o diretório municipal de outra legenda –o União Brasil– em Campinas, no interior paulista, por um ano.

Zimbaldi comunicou à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) na semana passada que se filiou ao União no dia 18 de novembro. Ele foi expulso do Cidadania no dia 5 deste mês.

No sistema de informações partidárias da Justiça Eleitoral, o parlamentar aparece como presidente do União Brasil em Campinas desde 5 de novembro de 2024. A filiação ao partido, de fato, foi registrada apenas em novembro deste ano, após sua expulsão do Cidadania.

Em nota ao Painel, o parlamentar acusa o deputado federal Alex Manente, presidente estadual do Cidadania, de perseguição. No entanto, Zimbaldi não esclarece o porquê de constar durante um ano como presidente municipal do União enquanto filiado a outro partido.

"A saída do deputado estadual Rafa Zimbaldi do Cidadania decorre de ato arbitrário e unilateral, praticado pelo presidente da executiva estadual do partido de São Paulo, deputado federal Alex Manente, sem que fosse concedida qualquer oportunidade de ampla defesa prévia e do contraditório", disse a assessoria de Zimbaldi em nota.

Filiado ao Cidadania desde março de 2022, Zimbaldi foi eleito deputado estadual pelo partido no mesmo ano com 76,9 mil votos. Nas eleições de 2024, concorreu à Prefeitura de Campinas pela sigla, com uma candidata a vice pelo União, e terminou em terceiro lugar, após ter recebido 42 mil votos (7,99%).

Segundo a equipe do parlamentar, era de conhecimento de Manente "o fato de o deputado estadual ter ótima e estreita relação com o União Brasil desde 2024 –ano em que o partido se uniu à chapa de Rafa à Prefeitura de Campinas na vice."

Zimbaldi também alega, na nota, que a expulsão foi motivada pelo fato de ele ser de direita e apoiador do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Tais posicionamentos vinham desagradando parte das fileiras do Cidadania", afirmou.

Manente, por outro lado, foi candidato à Prefeitura de São Bernardo do Campo na eleição de 2024 com um bolsonarista, o ex-vereador Paulo Chuchu (PL), como o seu vice.

Procurado pela coluna, o deputado federal disse ter recebido denúncias sobre Zimbaldi presidir o diretório municipal de outra sigla.

"Isso é vedado no nosso estatuto", disse ele à reportagem. "A presidência estadual fez sumariamente, conforme prevê nosso estatuto, a expulsão dele por dirigir outro partido diferente do Cidadania", acrescentou.

A mulher de Zimbaldi, Ana Michelle, também aparece como membro da direção municipal do União desde novembro do ano passado.

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) disse à reportagem que os partidos políticos possuem autonomia para se organizar de acordo como preferirem.

"Desta forma, trata-se de matéria interna dos partidos, regida pelo estatuto de cada agremiação, não cabendo a análise, a princípio, à Justiça Eleitoral", disse em nota.

O tribunal acrescentou não se manifestar sobre casos concretos. "Em casos de supostas irregularidades, é necessário que haja um processo judicial para o TRE se pronunciar."

O União Brasil não retornou os contatos feitos pela coluna sobre o porquê de Zimbaldi constar como presidente municipal, mas não como filiado, durante o intervalo de um ano.

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