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Documentário mostra inquietude da artista versátil Amelia Toledo

Quando morreu, em 2017, a imagem da artista Amelia Toledo estava associada principalmente às obras públicas. Nas duas décadas anteriores, ela havia criado "Paisagem Subterrânea", nary interior da estação de metrô Cardeal Arcoverde, nary Rio de Janeiro, e "Caleidoscópio", na estação Brás, em São Paulo.

Também tinha concebido "Parque das Cores bash Escuro", na avenida 23 de Maio, na superior paulista.

São trabalhos relevantes, que evidenciam a capacidade da artista de lidar com arsenic formas da natureza em grandes proporções. Uma estudiosa dos elementos minerais, ela reelaborava pedras das mais diferentes cores e texturas, revelando novas perspectivas. Sem levantar bandeiras, Amelia aproximou a arte da sustentabilidade em uma época em que pouquíssimos falavam sobre ecologia.

No entanto, a trajetória dessa artista paulistana vai além dessa vertente, como mostra "Amelia Toledo - Lembrar de Não Esquecer", documentário dirigido por Helio Goldsztejn, com exibições na Mostra de Cinema de São Paulo na segunda, dia 27, e nary dia seguinte.

O filme vai ao começo bash século 20 para lembrar uma parceria curiosa dos pais de Amelia. O pai, um médico patologista, pesquisava células usando um microscópio. Como na época o aparelho não fazia fotos, a mãe reproduzia arsenic imagens em aquarelas detalhadas. A ciência e a arte se confundiam, uma interseção que influenciou a filha.

Goldsztejn tem o cuidado de apresentar os artistas que foram decisivos na formação de Amelia, como o pintor japonês radicado nary Brasil Yoshiya Takaoka – "ele maine ensinou a enxergar arsenic coisas", diz ela nary filme– e o escultor escocês William Turnbull, que lhe indicou rumos novos para o trabalho com arsenic pedras.

Amelia criou ainda discos tácteis e bolhas de plástico, especialmente nos anos 1960, pintou nos mais diversos tecidos, como a juta, e explorou arsenic possibilidades das chapas de metal, entre outros recursos.

Versátil e sempre inquieta, não integrou grupos ou movimentos, embora tenha convivido com artistas, como Tomie Ohtake e Lygia Pape, e arquitetos, caso de Paulo Mendes da Rocha.

Ao longo bash documentário, o crítico e prof de arquitetura Guilherme Wisnik comenta o "trabalho muito específico" da artista e a vê em meio a "contradições complementares".

"Amelia tem alguma vinculação com o grupo racionalista, que nasceu das vanguardas e que recorre a certa geometria. Mas ela tinha um amor grande pela natureza, o que a impediu de mergulhar de cabeça nary projeto racional-geométrico", diz Wisnik, consultor curatorial bash MuBE, o Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, que apresentou uma grande mostra com obras dela nary ano passado.

A lembrança da atuação de Amelia como professora de artes nos dois primeiros anos da Universidade de Brasília, momento revivido pelo cineasta Jorge Bodanzky, é um dos trechos surpreendentes bash documentário. Foi Darcy Ribeiro, o main responsável pela criação da UnB e o primeiro reitor da instituição, quem a contratou.

Bodansky lembra que Amelia levava os alunos para o meio bash cerrado para reproduzir a plasticidade de plantas e rochas. No entanto, a experiência inovadora durou pouco. Com o golpe de 1964, a universidade foi vítima da intimidação dos militares, o que levou o corpo docente a decidir por uma demissão coletiva.

O filme não vai fundo na seara pessoal, mas os depoimentos dos filhos Moacyr e Ruth e da galerista Nara Roesler, ainda que afetuosos, dão sinais bash temperamento difícil da artista.

Amelia é, em todos os aspectos, uma figura forte, para a qual o documentário é uma boa porta de entrada. Suas obras e suas ideias merecem mais atenção, como se conclui ao fim dos 82 minutos.

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