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Dólar alto e tarifaço dos EUA chegam à 25 de Março: 'Todo dia sobe o preço'

Os importadores de produtos na região da 25 de Março confirmam que o principal impacto sentido com o tarifaço dos EUA até o momento é pela alta do dólar. Jin Li, dono da PLB, que é uma das maiores importadoras brasileiras de acessórios e artigos religiosos da China e tem escritório na 25 de Março, explica que o pagamento às empresas que importam mercadorias chinesas é feito em dólar. Com isso, quando a moeda norte-americana sobe e se mantém alta por muito tempo em relação ao real, as importações encarecem e, consequentemente, o preço dos produtos repassado ao consumidor também.

Os clientes, na maioria das vezes, não entendem muito isso. Eles reclamam e, às vezes, deixam de comprar. Mas quem compra no atacado e já entende esses aumentos às vezes espera o dólar abaixar.
Jin Li, distribuidor de produtos chineses no Brasil

Depois de cair 7,7% nos três primeiros meses do ano, em abril o dólar comercial acumula valorização de 2,9% ante o real, tendo encerrado a sexta-feira (11) vendido a R$ 5,871. As cotações têm oscilado bastante desde que Trump anunciou o tarifaço, no último dia 2, porque ainda existe muita incerteza sobre o desfecho da briga que o presidente americano arrumou com o restante do mundo. No mercado de câmbio, além da compra e venda de moeda propriamente dita, os preços são bastante influenciados pelas apostas dos participantes (bancos, investidores e empresas) no que vai acontecer, e as probabilidades vêm mudando diariamente de acordo com as reações dos países, do setor financeiro e dos empreendedores ao tarifaço.

Em momentos de crise e instabilidade, os investidores abandonam ativos e mercados considerados de maior risco, como o Brasil, para colocar seu dinheiro em aplicações mais seguras. O ouro, que é tido como um porto seguro financeiro há milênios, estendeu a alta que vem apresentando desde o início do ano e atingiu na sexta (11) o maior valor da história, de US$ 3.254,90 (R$ 19.109,52 pela cotação atual) a onça troy.

Alguns analistas do setor financeiro dizem que, nesse cenário, o real pode sofrer mais do que as moedas de outras nações porque o crescimento das despesas públicas deixa o país ainda menos atraente. O desequilíbrio orçamentário alimenta temores de que o governo federal vai aumentar o seu endividamento a fim de fazer frente aos gastos.

Por causa da volatilidade do dólar e das incertezas à frente, Jin Li ainda está segurando o aumento de preços de seus produtos. "O quanto isso tudo vai nos impactar daqui para a frente depende muito de quanto tempo essa alta do dólar vai durar e se vai diminuir o poder de compra dos brasileiros", afirma.

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