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Dólar cai, e Bolsa sobe com inflação dos EUA reforçando cortes de juros

O PCE (Índice de Despesas com Consumo Pessoal) de agosto nos EUA confirma pressão inflacionária, mas fica dentro do esperado. O indicador favorito do Federal Reserve para medir a inflação subiu 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o PCE avançou 2,7%, depois de ter subido 2,6% em julho. Já os gastos com consumo das famílias americanas aumentaram em US$ 129,2 bilhões, uma alta de 0,6% em agosto, ligeiramente acima das projeções do mercado, de 0,5%.

Apesar de estar acima da meta de inflação do Fed, de 2%, os dados reforçam a expectativa por novos cortes nos juros. Segundo especialistas, os números dentro do esperado reforçam a visão de que a inflação não está fugindo do controle. A perspectiva de cortes de juros torna menos atraente o investimento em títulos americanos, os Treasuries, porque a remuneração cai, assim o capital estrangeiro mira para outros mercados, aceitando correr mais risco.

A expectativa de afrouxamento da política monetária nos EUA ajuda na desvalorização do dólar. Para comprar ações de empresas brasileiras na B3, por exemplo, esses investidores precisam trocar seus dólares por reais no mercado local, o que derruba as cotações da moeda americana e pode impulsionar a Bolsa brasileira.

Apesar de a meta de inflação do Fed ser de 2%, os números de hoje dificilmente devem mudar a rota dos diretores do banco, que já sinalizaram na semana passada a intenção de promover mais dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim do ano. Um ponto interessante do relatório é a indicação de que as tarifas impostas pelo governo do ex-presidente Donald Trump tiveram um repasse limitado para os preços ao consumidor. Autoridades do Fed, incluindo seu presidente, Jerome Powell, avaliam que o impacto das tarifas tende a ser um choque pontual nos preços, e não uma causa de longo prazo para a inflação, mas ainda com cautela.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad

O mercado também repercute as novas tarifas sobre medicamentos e caminhões impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. As taxas de importação variam de 25% a 100%, com foco em setores estratégicos. Os medicamentos de marca ou patenteados serão taxados em 100%, salvo quando produzidos por empresas que estejam construindo fábricas em solo americano. Caminhões pesados importados terão tarifa de 25%, medida voltada à proteção de fabricantes locais como Peterbilt, Freightliner, Kenworth e Mack Trucks. Já gabinetes, pias e móveis de banheiro serão taxados em 50%, enquanto os móveis estofados enfrentarão uma tarifa de 30%.

O impacto foi sentido nas bolsas asiáticas, que fecharam em baixa pressionadas por ações do setor farmacêutico. O índice Nikkei caiu 0,87% no Japão. Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 2,45%. Farmacêuticas chinesas também pesaram no Hang Seng, que caiu 1,35% em Hong Kong. Na China continental, o Xangai Composto registrou baixa de 0,65%, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu declínio de 1,54%. Em sua rede Truth Social, Trump postou ontem que as tarifas farmacêuticas entrarão em vigor no dia 1º de outubro.

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