Dólar e Bolsa são influenciados hoje por decisões de juros no Brasil e EUA

Dólar comportado pode ajudar a aliviar inflação no Brasil. A estabilidade ou desvalorização da moeda americana ante o real reduz a pressão por reajustes de preços de produtos importados ou que seguem cotações internacionais, como grãos e petróleo. Esse cenário é considerado positivo pelo Banco Central do Brasil quando o órgão analisa condições para voltar a reduzir a taxa básica de juros Selic.

Bolsa começa sessão com variação leve variação positiva. Na abertura dos negócios, o Ibovespa apontava alta de 0,12% a 158.170 pontos. Chegou a operar em baixa, mas por volta das 11h, o indicador voltava a avançar: 0,20%, a 159.291 pontos.

Bolsa brasileira também tende a ser influenciada positivamente pela queda de juros nos Estados Unidos. Parte desse fluxo de capital apoiado na diferença de taxas entre Estados Unidos e Brasil tem ido para investimentos em ações. No acumulado deste ano, as entradas de recursos de estrangeiros superam as saídas em R$ 27,3 bilhões. Fluxo oposto ao de 2024, quando o saldo líquido foi negativo em R$ 32,1 bilhões..

Mercado repercute ainda inflação oficial. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal referência do Banco Central para condução da política monetária, ganhou ritmo e subiu para 0,18% em novembro, após alta de 0,09% registrada em outubro, mas no acumulado em 12 meses o indicador ficou dentro do teto da meta pela primeira vez desde setembro do ano passado. A variação de 4,6% é menor que os 4,68% acumulados até outubro.

O dado refletiu a queda nos preços de bens industriais, influenciada pelos descontos da Black Friday, somada à alimentação no domicílio, que continuou em trajetória deflacionária e ainda não registrou a pressão sazonal típica do fim do ano, fator que contribui para manter a inflação abaixo da meta. No geral, foi um número sem novidades relevantes na composição, reforçando a continuidade do processo de desinflação gradual, mas com pontos de atenção, como o elevado patamar da inflação de serviços intensivos em mão de obra. Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos