Dona do ChatGPT no vermelho? Documento mostra cifras preocupantes do setor

A receita da OpenAI em 2024 foi de aproximadamente US$ 2,5 bilhões (R$ 13,3 bilhões); e US$ 4,33 bilhões (R$ 23 bilhões) nos três primeiros meses de 2025. Em entrevista à revista Fortune no início de novembro, Sam Altman, CEO da OpenAI, disse que a receita anual da empresa é "bem maior" que os US$ 13 bilhões reportados por veículos jornalísticos.

O dinheiro arrecadado e a grana investida em custo computacional seriam incompatíveis. O documento obtido mostra que a OpenAI gastou US$ 3,8 bilhões (R$ 20 bilhões) em 2024 em inferência (técnica da computação em que se aplica o que já aprendeu para resolver um problema novo) contra US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões) arrecadados. Nos primeiros nove meses de 2025, o gasto foi de US$ 8,65 bilhões (R$ 46 bilhões) —a receita nos primeiros três meses de 2025 foi de US$ 4,33 bilhões (R$ 23 bilhões).

Por que importa?

Dados vazados mostram que OpenAI pode estar gastando mais do que arrecada. Ainda que dados não mostrem resultados financeiros detalhados e a OpenAI possa ter outras fontes de receita, eles apontam para um cenário em que uma das pioneiras do ramo de inteligência artificial tem investido mais do que ganha apenas em inferência.

Alguns investidores desconfiam que o setor de IA vive uma "bolha". Se a OpenAI, que é líder no setor, tem dificuldades para ser lucrativa, outras empresas do ramo podem estar em situação ainda mais delicada. Nos últimos meses, companhias relacionadas à inteligência artificial atingiram valores estratosféricos na bolsa de valores, baseado no quanto o setor pode transformar diferentes ramos da economia. A Nvidia, que faz chips para treinar IA, chegou a valer US$ 5 trilhões.

O investidor que previu a bolha imobiliária nos EUA parou de investir em IA. No fim de outubro, Michael Burry —cuja história é retratada no filme "A Grande Aposta" (2015)— divulgou uma carta relatando fim de investimento no ramo e que o mercado tem adotado uma lógica irracional para o setor.