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Ele trocou a publicidade pela costura e criou marca de moda LGBTP

A motivação, muitas vezes, nasce da exclusão. "Para grande parte desse público, especialmente pessoas trans, empreender não é uma escolha, é a única alternativa diante do preconceito e da rejeição no mercado formal", afirma Margarete Coelho, diretora do Sebrae Nacional. "Mas mais do que garantir renda, o empreendedorismo se transforma em espaço de transformação, propósito e protagonismo."

Cerca de 40% dos entrevistados disseram que a identidade de gênero e a orientação sexual influenciaram diretamente a decisão de abrir um negócio. A razão? Discriminação, falta de oportunidades e o desejo de criar ambientes mais seguros e inclusivos -- algo que Wider conhece bem.
"A gente, que é LGBT, carrega muita solidão. O mundo não foi feito para a gente. Precisamos nos adequar, criar e lutar pelos nossos espaços", resume ele.

Segundo o Sebrae, 70% das pessoas LGBTQIA+ que empreendem já enfrentaram algum tipo de preconceito no ambiente profissional. Entre mulheres trans e travestis, o cenário é ainda mais crítico: mais de 90% recorrem à informalidade ou à prostituição para sobreviver, diante da exclusão quase total do mercado formal de trabalho.

Apesar dos desafios, há potência: 19% dos empreendedores LGBTP têm no próprio negócio sua principal fonte de renda. E há nichos onde a presença desse público é marcante — o setor de Entretenimento e Cultura, por exemplo, reúne 14% dos LGBTP empreendedores, contra apenas 2% entre os não LGBT+.

"Mesmo com obstáculos, essa autonomia é motivo de orgulho. Ser dono do próprio negócio permite enfrentar o preconceito com mais força", afirma Margarete. "Eles não apenas criam para si, mas constroem negócios pautados na diversidade, empatia e inovação — e isso tem enorme valor para a sociedade e a economia."

Mais estudo, mais barreiras

Maior escolaridade e preconceito. A pesquisa mostra ainda que a população LGBTP tem níveis mais altos de escolaridade do que a média brasileira. Mas, na prática, isso não se traduz em igualdade de oportunidades. As violências — moral, verbal e psicológica — seguem constantes. Entre pessoas trans e travestis, os índices ultrapassam 75%. Quase 80% já foram vítimas de violência verbal no trabalho ou em ambientes sociais, e mais de 60% sofreram assédio moral no ambiente profissional.

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