Especialistas revelam: 8 truques para o seu ar-condicionado gastar MENOS!

Quem são os especialistas da matéria?

A temperatura ideal do ar-condicionado pode variar conforme a sensibilidade de cada pessoa, mas algumas estratégias ajudam a reduzir a conta de energia no dia a dia. Uma delas é manter o aparelho regulado entre 24°C e 25°C, faixa considerada ideal para equilibrar conforto térmico e eficiência, segundo Lucas Nogueira, Gerente de Produto de Ar-condicionado Residencial da LG Electronics Brasil.

Ele ressalta que "cada grau abaixo dessa faixa pode aumentar o consumo em cerca de 3,5%". Na prática, isso significa que usar o aparelho a 23°C em vez de 25°C pode elevar os gastos em até 7%, já que o compressor precisa trabalhar mais para manter a temperatura desejada.

Por outro lado, Nogueira pontua que esse número é apenas uma média para condições típicas de uso residencial no Brasil. Assim, a recomendação do profissional deve ser entendida como uma referência de mercado, e não como uma promessa universal. A economia, portanto, pode variar de acordo com fatores como isolamento do ambiente, incidência de sol, qualidade do equipamento e padrão de uso.

Outro ponto de atenção é que, em dias muito quentes, é comum ligar o ar a temperaturas baixas, como 16°C, na tentativa de acelerar o resfriamento do ambiente. No entanto, isso não acontece. “Na verdade, o aparelho passa a operar em potência máxima por mais tempo, até que a temperatura definida seja atingida. Como esse processo exige maior esforço do compressor, o resultado é um aumento significativo no consumo de energia sem oferecer ganho real em conforto”, destaca.

O isolamento térmico também influencia diretamente o desempenho do ar-condicionado, alerta Simone Camargo, Diretora de Marketing da Midea Carrier. "Ambientes com janelas ou portas abertas, ou expostos ao sol forte, fazem o aparelho trabalhar mais para manter a temperatura, elevando o consumo de energia", explica.

Para economizar, algumas atitudes simples no dia a dia já ajudam: manter portas e janelas fechadas, usar cortinas ou persianas nos horários de maior sol e evitar abrir portas com frequência. Simone ressalta que essas medidas permitem conservar o ar climatizado por mais tempo, aliviando a carga do equipamento e reduzindo o gasto energético.

Caso ainda não tenha comprado o aparelho, o primeiro passo é escolher um modelo com capacidade adequada ao tamanho do ambiente. A recomendação da ABRAVA é considerar cerca de 600 BTUs por metro quadrado. Se o espaço for ocupado por mais de uma pessoa, é indicado acrescentar 600 BTUs para cada indivíduo extra. Já em locais que recebem sol com frequência, o ideal é adicionar 800 BTUs.

Nogueira explica que um modelo subdimensionado opera constantemente no limite, o que resulta em maior consumo de energia. Já um equipamento superdimensionado, com mais BTUs do que o espaço exige, tende a ligar e desligar com frequência, provocando picos de consumo. Além disso, é muito importante garantir que a instalação do aparelho seja feita corretamente, para que o equipamento alcance o máximo de eficiência. “A escolha de um bom profissional é essencial, pois uma instalação inadequada pode fazer o ar-condicionado trabalhar de forma mais forçada, aumentando o consumo de energia e reduzindo sua vida útil”, orienta Nogueira.

O clima da região influencia diretamente no gasto energético. Em locais muito quentes, o ar-condicionado precisa funcionar por mais tempo e com maior intensidade para atingir e manter a temperatura ideal. Já em áreas com alta umidade, o aparelho também trabalha mais para desumidificar o ar, o que eleva o consumo de energia. “Nesses casos, é importante investir em modelos com funções inteligentes de desumidificação e sensores que ajustam o funcionamento conforme as condições reais do ambiente", explica Simone, da Midea.

Pequenas mudanças no modo de usar o ar-condicionado também podem gerar economia significativa na conta de luz. Recursos como termostato, timer e os modos sleep e eco ajudam a reduzir o consumo sem abrir mão do conforto, conforme explica João Nakata, Engenheiro Especialista em Aplicação da Fujitsu General do Brasil.

Ele destaca que o termostato, por exemplo, mantém a temperatura estável e evita picos de funcionamento. O timer, por sua vez, permite programar o desligamento automático em horários específicos, impedindo que o aparelho fique ligado sem necessidade. Já o modo sleep “altera automaticamente e gradualmente a temperatura, permitindo um sono noturno confortável”, detalha Nakata. Enquanto isso, o modo eco limita o consumo máximo e previne refrigeração ou aquecimento excessivo.

Funções como sensores, modos inteligentes e aplicativos ajudam a otimizar o desempenho do ar-condicionado e reduzir o consumo de energia. Diante disso, as fabricantes têm investido cada vez mais em aparelhos modernos, capazes de se adaptar à rotina de cada consumidor. A LG, por exemplo, oferece modelos com sensor de presença, que identifica pessoas no ambiente, e sensor de janela aberta. “Esses sensores ajustam automaticamente o funcionamento do aparelho e evitam o desperdício de energia quando não há ninguém no local ou há entrada de ar externo”, explica Nogueira.

João Nakata, por sua vez, destaca que os modelos mais recentes de ar-condicionado utilizam tecnologias capazes de ajustar o desempenho conforme as condições do ambiente. “Isso se traduz na tecnologia 100% Inverter, em que compressor, válvula de expansão e ventiladores operam em velocidade variável, evitando os picos de energia típicos dos sistemas convencionais”, explica. Em relação às funcionalidades, o profissional acrescenta que os equipamentos da Fujitsu contam com sensor de presença, que identifica quando o ambiente está vazio, reduzindo o consumo de energia.

A tecnologia do ar-condicionado avançou nos últimos anos. “Já é possível encontrar recursos que permitem ao usuário monitorar, em tempo real, o consumo de energia do aparelho e até estabelecer metas de uso, algo impensável em modelos convencionais”, pontua Nogueira. Ele explica que essas funções fazem parte de uma tendência maior de casa conectada e uso consciente de energia, em que o consumidor passa a ter mais autonomia e previsibilidade sobre a conta de luz.

Um exemplo são os modelos com inteligência artificial. Neles, o sistema aprende o perfil de uso do consumidor e gerencia automaticamente o consumo de energia. O usuário define um limite mensal, por exemplo, 100 kWh, e a IA monitora o desempenho do aparelho em tempo real, ajustando o funcionamento sempre que o consumo se aproxima desse teto, garantindo que o uso permaneça dentro do planejado.

Substituir um modelo convencional por um ar-condicionado Inverter proporciona mais economia e conforto, destaca Lucas Nogueira. “Isso acontece porque, em vez de ligar e desligar o compressor de forma brusca, o Inverter ajusta continuamente a velocidade de operação conforme a necessidade do ambiente, evitando picos de consumo”, explica.

Além da eficiência energética, o modelo Inverter traz benefícios diretos para o bem-estar, mantendo a temperatura mais estável, sem oscilações perceptíveis, o que garante maior conforto térmico. Além disso, é um equipamento silencioso, ideal para quartos, escritórios ou qualquer ambiente que exija silêncio e conforto.

Além de ajustar corretamente a temperatura, adotar boas práticas de uso também contribui para tornar o ar-condicionado mais eficiente. É o caso da limpeza dos filtros, um serviço que melhora a qualidade do ar e impede que o aparelho trabalhe em excesso para climatizar o ambiente. A recomendação é realizá-la mensalmente e, em locais com muita poeira, maior circulação de pessoas ou presença de animais, a cada 15 dias.

Já a manutenção preventiva completa, incluindo limpeza das serpentinas, verificação do fluído e dreno/bandeja de dreno, é recomendada a cada trimestre, detalha João Nakata. Em todos os casos, é importante ficar atento aos sinais de que o ar-condicionado pode não estar funcionando corretamente. Entre os principais indícios estão a demora para atingir a temperatura desejada, a redução no poder de refrigeração, odores incomuns, ruídos diferentes do habitual e aumento inesperado na conta de energia.