
Entre os muitos efeitos do tarifaço de Donald Trump está a reorganização geopolítica. "Estão nos empurrando para a China", resume um assessor envolvido nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Na visão dele, o país asiático fará o papel que os Estados Unidos deveriam fazer, intensificando o diálogo com o governo brasileiro e tornando a relação mais próxima e amistosa. O presidente Lula tem viagem marcada para a China em maio e Xi Jinping pode vir à Cúpula do Brics, em julho.
O Itamaraty tem visão mais cautelosa. "Não existe tanto automatismo. Pode ser uma tática negociadora ousada para um acordão com a China. Tem muita coisa em jogo. Trump joga no caos para conseguir algo em troca. Está todo mundo em casa com a calculadora na mão. A poeira não baixou. É hora de avaliar o movimento dos outros", explica um diplomata graduado.
Embora a escalada tarifária possa representar ganho pontual para algum setor, não compensará as perdas, a destruição de riqueza e o deslocamento de produção de um mercado para o outro. Todos perdem na guerra comercial. Outra constatação importante no Itamaraty é que o aumento do protecionismo é resultado de uma "obra dos americanos", com contribuição de democratas e republicanos. Desde Obama, governo após governo atuou para enfraquecer a Organização Mundial do Comércio. "Tiraram os dentes da OMC", resumiu o diplomata. E o mais irônico, segundo essa fonte, é que o tarifaço de Trump "é a receita Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) de industrialização latino-americana dos anos 1960, que os americanos tanto condenaram, e agora é empregada pelos arautos do liberalismo do Partido Republicano.

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6 meses atrás
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