Ao se candidatar para uma vaga de estágio em desenvolvimento pelo site Infojobs, João (nome fictício) acreditou ter encontrado a oportunidade perfeita. Dias depois, recebeu mensagens informando haver sido selecionado pela empresa ""Eu no Supermercado". Porém, havia um detalhe: para continuar com a candidatura, precisava pagar R$ 26 para receber equipamentos e mais R$ 200 para fazer o exame admissional. Então, quase caiu em um golpe que tem prejudicado dezenas de candidatos a emprego em todo o Brasil.
Apesar da iniciativa ser legítima, criminosos usam o nome da plataforma para aplicar golpes em pessoa que buscam por uma oportunidade de emprego. Pensando nisso, o TechTudo preparou uma matéria completa para explicar o que é o projeto "Eu no Supermercado'" se é confiável ou não, como se proteger de vagas falsas e mais. Confira!
'Eu no Supermercado' é golpe? Entenda casos em torno da iniciativa — Foto: Reprodução/Checkout RH 'Eu no Supermercado' é golpe? Entenda casos em torno da iniciativa
No índice abaixo, confira os tópicos que serão abordados nesta matéria do TechTudo.
- O que é o “Eu no Supermercado”?
- Como funciona o golpe?
- Recado oficial da empresa
- Sinais de que é golpe
- Como se proteger de vagas falsas?
- Canais oficiais do “Eu no Supermercado”
- O que diz a lei?
1. O que é o “Eu no Supermercado”?
O projeto “Eu no Supermercado” é uma iniciativa da Checkout RH, empresa especializada em recursos humanos voltada exclusivamente ao setor supermercadista. A companhia é legítima, registrada sob o CNPJ 28.504.875/0001-40, e tem como principal objetivo facilitar o acesso de jovens entre 14 e 24 anos ao primeiro emprego.
Por meio do programa, são oferecidas vagas de estágio, jovem aprendiz e empregos efetivos, muitas delas para funções como repositor de mercadorias e operador de loja. Embora seja uma iniciativa real e confiável, a marca “Eu no Supermercado” tem sido alvo de uso indevido por criminosos que aplicam golpes com falsas promessas de emprego e cobranças de taxas ilegais.
'Eu no Supermercado' é uma plataforma que auxilia jovens na busca pelo primeiro emprego — Foto: Reprodução/Checkout RH O Eu no Supermercado é um projeto com propósito educativo e social, voltado à promoção do estágio como experiência formativa e transformadora. Nosso papel é aproximar a educação da prática, criando oportunidades para que estudantes apliquem o que aprendem na escola em contextos reais, de forma orientada e segura.
— Checkout RH
2. Como funciona o golpe?
O golpe que usa indevidamente o nome do projeto “Eu no Supermercado” começa com a publicação de anúncios falsos em sites de emprego, principalmente no Infojobs. Os criminosos utilizam dados reais da empresa para conferir legitimidade e credibilidade às ofertas, fazendo com que as vagas pareçam confiáveis e atraentes. As descrições são elaboradas com cuidado para soar profissionais e despertar o interesse de candidatos em busca de uma oportunidade.
Assim que o candidato se inscreve, recebe uma mensagem informando que foi “selecionado”, mesmo sem ter passado por entrevista ou qualquer etapa formal de seleção. Os golpistas criam um senso de urgência, dizendo que é preciso agir rapidamente para garantir a vaga. Em seguida, transferem a conversa para aplicativos de mensagens, como WhatsApp ou Telegram, onde mantêm um contato direto e informal.
Na terceira etapa, os criminosos solicitam pagamentos. Alegam que é necessário realizar um exame admissional e cobram valores entre R$ 160 e R$ 260. Além disso, pedem uma taxa adicional, de cerca de R$ 26, para o envio de supostos equipamentos de trabalho. Para tranquilizar a vítima, prometem que todos os valores serão reembolsados no primeiro salário, o que nunca acontece. Os links enviados para pagamento geralmente contêm erros de português e domínios suspeitos, como “admicional.com.br”, reforçando o caráter fraudulento.
Por fim, após receberem o pagamento via Pix, os golpistas simplesmente desaparecem. Bloqueiam o contato do candidato e encerram qualquer tipo de comunicação. A vítima, então, fica sem o dinheiro e sem a vaga de emprego prometida.
Criminosos usam o nome da iniciativa para roubar dinheiro dos candidatos — Foto: Divulgação/Freepik Segundo respostas oficiais enviadas ao TechTudo, a Checkout RH informou que criminosos têm se aproveitado da credibilidade do projeto "Eu no Supermercado" para aplicar golpes online que envolvem falsas promessas de emprego, cobrança de taxas e pedidos de pagamento antecipado para supostos exames admissionais.
Essas práticas nunca fizeram parte dos nossos processos de recrutamento e seleção e contrariam completamente nossos princípios éticos e institucionais. Reforçamos que nunca cobramos, sob nenhuma hipótese, qualquer tipo de valor ou taxa para participação em processos seletivos. Todas as etapas — do cadastro à contratação — são gratuitas, éticas e realizadas por meio de canais oficiais.
— Checkout RH
3. Recado oficial da empresa
Nas redes sociais e em seu site oficial, o programa “Eu no Supermercado” publicou uma nota alertando sobre golpes que envolvem cobranças indevidas feitas em seu nome. A iniciativa reforça que todo o processo é totalmente gratuito e que qualquer solicitação de pagamento deve ser ignorada. Além disso, classifica a fraude como um “ato grave e inaceitável” e afirma que tomará todas as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos. Veja a nota completa:
A Checkout RH se manifestou oficialmente nas redes sociais para comunicar sobre as tentativas de golpe online — Foto: Reprodução/Luã Souza Ao TechTudo, a empresa informou que, assim que o problema foi identificado, adotou todas as medidas cabíveis, incluindo a comunicação aos órgãos competentes, o bloqueio de acessos indevidos e a emissão de alertas públicos aos candidatos. Segundo a Checkout RH, os protocolos de gestão de crise, que já existiam e são atualizados regularmente, foram acionados de imediato, com atuação conjunta das equipes jurídica, técnica e de comunicação.
A companhia destacou ainda que, embora já adotasse padrões elevados de proteção, o episódio reforçou a decisão de reduzir a dependência de plataformas terceirizadas e priorizar o uso de sistemas e canais próprios para conduzir os processos de recrutamento. “Neles conseguimos garantir integralmente as melhores práticas de governança, segurança de dados e conformidade com a LGPD”, afirmou.
Existem sinais que indicam que uma vaga de emprego pode ser falsa, e é importante saber reconhecê-los para evitar cair em golpes. Um dos principais alertas é a aprovação sem entrevista — nenhuma empresa séria contrata sem conhecer o candidato, seja por entrevista presencial ou virtual. Outro sinal claro de golpe é a cobrança de qualquer valor, principalmente para exames admissionais, que são, segundo a lei, de responsabilidade da empresa e jamais devem ser pagos pelo candidato.
A urgência excessiva também é um indicativo comum. Frases como “você precisa pagar agora ou perde a vaga” são usadas para pressionar e impedir que o candidato reflita ou investigue. Além disso, é preciso desconfiar quando o processo começa em uma plataforma oficial e rapidamente migra para canais como WhatsApp ou Telegram, sem justificativa clara.
Veja como identificar sinais do golpe da vaga falsa — Foto: Reprodução/Freepik Erros de português em sites, mensagens ou e-mails são outro sinal de alerta. Empresas sérias cuidam da comunicação institucional e dificilmente cometem erros grosseiros. Promessas de reembolso, como “você recebe de volta no primeiro salário”, também são enganosas e usadas para justificar cobranças indevidas.
Também fique atento a links suspeitos, pois sites com nomes estranhos, erros de digitação ou domínios incomuns podem indicar páginas falsas. Por fim, desconfie de solicitações de dados pessoais feitas antes mesmo da entrevista. Nenhuma empresa precisa de documentos como RG, CPF ou comprovante de residência antes de iniciar o processo seletivo formal.
5. Como se proteger de vagas falsas
Antes de se candidatar para uma vaga de emprego, sempre acesse o site oficial da empresa diretamente e evite abrir links suspeitos. Verifique o CNPJ da empresa no site da Receita Federal para confirmar sua existência e regularidade. Também vale pesquisar a reputação da empresa em plataformas como Reclame Aqui e no Google para buscar relatos de outros candidatos. Além disso, confira se a vaga está publicada no site oficial da empresa ou em plataformas confiáveis de recrutamento.
Durante o processo seletivo, fique atento a sinais de alerta. Empresas sérias realizam processos seletivos completos, com entrevistas e etapas de avaliação. Por isso, desconfie de aprovações automáticas. Nunca aceite pagar por exames admissionais ou qualquer tipo de taxa, já que essa prática é ilegal (saiba mais no tópico 7).
Saiba como se proteger do golpe — Foto: Mariana Saguias/TechTudo Tenha cuidado com processos seletivos muito rápidos ou que criam senso de urgência exagerado, pois podem ser armadilhas. Também mantenha o contato apenas por canais oficiais da empresa, como e-mails corporativos ou telefones listados no site. Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com a empresa pelos meios oficiais para confirmar a veracidade da vaga.
Se desconfiar de golpe, não realize nenhum pagamento, mesmo que o valor seja baixo. Procure a empresa verdadeira e informe sobre o uso indevido do nome dela. Denuncie a vaga no site ou plataforma onde ela foi publicada e registre um boletim de ocorrência online no site da Polícia Civil do seu estado. Também é importante denunciar o número de telefone ou perfil da empresa falsa nas redes sociais para alertar e evitar que outras pessoas sejam enganadas.
6. Canais oficiais do “Eu no Supermercado”
Atenção: qualquer contato fora desses canais deve ser verificado diretamente com a empresa antes de prosseguir.
Quando se trata de processos seletivos e contratação, é fundamental que os candidatos conheçam seus direitos para evitar cair em golpes ou práticas abusivas. Um ponto importante diz respeito ao exame admissional, exigido antes da formalização do contrato de trabalho. De acordo com o Artigo 168 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o exame médico admissional é de responsabilidade exclusiva do empregador. Isso significa que nenhum valor pode ser cobrado do candidato para a realização desse exame.
No entanto, golpistas se aproveitam da vulnerabilidade de quem busca por um emprego para aplicar fraudes. E uma delas é justamente exigir o pagamento antecipado para a realização de exames médicos, prometendo uma vaga que, na verdade, não existe. Essa prática, segundo o artigo 171 do Código Penal, configura crime de estelionato, com pena que varia de 1 a 5 anos de reclusão e multa.
Se você foi vítima de um golpe desse tipo, é importante registrar um boletim de ocorrência (B.O.) o quanto antes. Isso pode ser feito presencialmente em uma delegacia ou, em muitos estados, de forma online. A denúncia ajuda a interromper a ação de criminosos e protege outros candidatos de passarem pela mesma situação.
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