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EUA estão entregando mercado chinês de soja ao Brasil, diz estrategista

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Recentemente o senhor afirmou, em uma entrevista à Bloomberg, que os EUA "entregando participação de mercado ao Brasil". De sua perspectiva, quão profundo e duradouro é o dano da relação EUA-China no mercado da soja?

NICHOLSON: Hoje o dano já é muito profundo. A China não importa nenhuma saca de soja dos EUA desde maio, nem comprou qualquer volume para o ano-safra 2025/26, que começou [a ser colhida] em 1º de setembro. E não esperamos nenhuma compra no futuro previsível. Dito isto, as dinâmicas de mercado podem mudar rapidamente. Se os chineses são algo, eles são pragmáticos. Se a soja dos EUA estiver mais barata que a brasileira ou argentina, é provável que voltem a comprar a soja dos EUA. Já vimos os preços da soja brasileira subirem com as compras chinesas. Além disso, caso o Brasil ou a Argentina tenham qualquer deficit de produção, a soja dos EUA provavelmente voltaria ao radar da China.

Com a atual guerra tarifária ainda restringindo os fluxos, qual a extensão do prejuízo que a falta de compras chinesas causa aos agricultores dos EUA? Tanto em termos de renda agrícola quanto para a cadeia de valor da soja no país.

NICHOLSON: Já vimos uma queda nos preços recebidos pelos agricultores. É surpreendente que os preços futuros para entrega próxima ainda estejam negociando na mesma faixa de preço estabelecida em agosto de 2024. No entanto, os níveis de basis [prêmio ou deságio sobre a bolsa] estão US$ 0,10 a US$ 0,25 por bushel mais baixos do que há um ano [1 bushel equivale a 27,2 kg; no Brasil, o padrão do comércio de soja é por saca de 60 kg]. Simplesmente não há substituto para os compradores chineses de soja. Para colocar alguns números nisso: no ano-safra 2024/25, a China importou 106,5 milhões de toneladas de soja, enquanto o resto do mundo importou 71,67 milhões de toneladas. O maior período de exportação de soja dos EUA para a China foi de 36 milhões de toneladas na sefra 2016/17.

Realisticamente, existe algum mercado alternativo capaz de absorver o volume que os EUA estão deixando de exportar para a China?

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