EUA ordenam cancelamento de centenas de voos no 38º dia de shutdown

Redução de 4% das operações tira quase 700 voos da malha aérea americana por dia. Segundo estimativas da consultoria Cirium, levantadas pela Reuters, a redução determinada pela FAA vai provocar o cancelamento de 220 voos da American Airlines, 188 da United, outros 170 da Delta e mais 120 da Southwest.

Além da redução das decolagens, FAA anunciou mais três medidas para garantir segurança da aviação durante o shutdown. As determinações incluem impedimento de aproximações por voo visual em aeroportos com ausência de profissionais acima de determinado percentual, limitação de decolagens comerciais entre 22h00 e 6h00 e proibição de operações com paraquedas e missões fotográficas próximas a instalações com falta de profissionais.

Paralisação dos serviços públicos federais deixou 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes da Administração de Segurança no Transporte a trabalharem sem remuneração. Com isso, aumentou os casos de ausência de servidores nos terminais. Segundo a FAA, o setor está operando com cerca de 3,5 mil pessoas a menos que o normal.

Órgão regulador da aviação dos Estados Unidos afirmou que medidas foram tomadas após análise dos dados de segurança. A FAA considerou relatórios voluntários e confidenciais apresentados por pilotos e controladores de tráfego aéreo, que indicaram aumento de pressão sobre o sistema, o que eleva o nível de risco.

Companhias aéreas serão obrigadas a emitir reembolsos integrais para os tíquetes. A FAA não obriga, entretanto, que as empresas cubram outros custos secundários, como hospedagem ou alimentação. Esse é o padrão no mercado americano para casos em que atrasos ou cancelamentos não são culpa da companhia aérea.

Shutdown é o mais longo das história dos Estados Unidos. A paralisação de parte dos serviços do governo federal dos Estados Unidos teve início em 1º de outubro, depois que o Congresso falhou em aprovar uma nova peça orçamentária para o exercício fiscal 2025/2026. O período já representa o mais longo impasse da economia norte-americana.