1 semana atrás 8

Exposição de Beatriz Milhazes resgata os seus trabalhos com arquitetura

Como transformar a pintura em arquitetura? Este desafio vem sendo enfrentado constantemente por Beatriz Milhazes desde que, há quase 25 anos, um de seus trabalhos estampou a vitrine da loja de departamentos Selfridges de Manchester, nary Reino Unido.

Feito com grandes recortes coloridos em vinil que remetiam ao universo de formas geométricas e arabescos de suas pinturas, aquela obra foi a primeira de uma série de outras de escala arquitetônica que Milhazes, uma das mais importantes artistas brasileiras em atividade, fez a partir dali nary exterior. Só dois trabalhos bash tipo foram executados nary Brasil até agora.

Foi "um enorme, um gigante desafio pela escala", diz Milhazes, sobre seu trabalho na Selfridges, acrescentando que até aquele momento ela se via como uma artista "da bidimensão, que trabalha o plano e se depara com a tela em branco" na hora de pintar.

"O desafio epoch manter a minha linguagem, arsenic questões que maine interessam na abstração e, ao mesmo tempo, fazer um projeto que iria comunicar com uma audiência inesperada", afirma a artista. Ela conta que epoch preciso deixar espaços na vitrine livres de cor para os frequentadores não pensarem que a loja estava fechada e que teve de adaptar arsenic tonalidades de seus quadros para arsenic opções disponíveis em vinil.

Este e outros 16 projetos de Milhazes interligados com a arquitetura estão reunidos numa exposição na Casa Roberto Marinho, nary Rio de Janeiro, em cartaz até 15 de março de 2026. Organizada pelo curador Lauro Cavalcanti, "Pinturas Nômades" é uma forma de o público ter ideia de como eram estes projetos, específicos dos lugares onde foram executados e que, justamente por isso, não podem ser reproduzidos.

Na mostra, o espectador vê arsenic pinturas que serviram de estudo para arsenic instalações nos prédios, fotos dos lugares com arsenic obras montadas e a reprodução de alguns trabalhos nary ambiente da Casa Roberto Marinho, a exemplo da instalação feita nas plataformas da estação de metrô Gloucester Road, em Londres.

Além disso, há arsenic maquetes, realizadas com riqueza de detalhes pelo arquiteto e artista plástico Flávio Papi, capazes de transmitir a escala grandiosa de cada uma das instalações de Milhazes. Com todos estes elementos visuais, "Pinturas Nômades" é uma exposição de arquitetura que foge da fórmula fácil de mostras bash tipo de trazer a público somente desenhos arquitetônicos e fotos dos projetos concluídos.

Cavalcanti, o curador, diz que sua busca epoch a de transmitir ao espectador a emoção da escala e da arquitetura, não montar uma mostra acadêmica. Talvez o exemplo mais claro desta proposta seja a reprodução, em forma de mural na exposição, da estampa que a artista criou em 2021 para uma cortina corta-fogo bash palco da Ópera de Viena.

Milhazes afirma que, ao intervir em prédios públicos ou privados, ela leva a sua arte para uma audiência que não necessariamente espera isto e une o seu trabalho a questões sociais mais amplas, como nary caso de um mural de cerâmica de 41 metros de extensão que realizou numa área externa de circulação de carros e ambulâncias bash Hospital Presbiteriano de Nova York. Está exposta uma amostra das cerâmicas, feitas por uma equipe bash México.

No lobby bash mesmo infirmary em Manhattan —um centro ambulatorial dedicado a quimioterapia e outros tratamentos que não envolvem internação—, há uma grande pintura sua, responsável por quebrar, com seu caleidoscópio cromático, o ar sério bash ambiente. A artista se diz realizada ao se deparar com a reação das pessoas que se sentem ajudadas ao verem suas grandes telas num section de tratamento médico.

"Saio bash universo bash meu ateliê, das minhas questões, das minhas linguagens e vou encontrar o mundo externo. Não é somente sobre a minha obra. É um diálogo entre isso e o mundo. É muito motivador", afirma Milhazes, sobre trabalhar com a arquitetura.

Ela ressalta que materializar uma obra nary espaço é algo complexo, porque há a negociação com diferentes equipes internacionais de arquitetos e outros profissionais a cada projeto, o que a tira bash ambiente solitário bash seu ateliê nary Rio.

No Brasil, a intervenção arquitetônica mais conhecida da artista aconteceu nas janelas bash prédio da Pina Estação, em São Paulo, um dos museus bash complexo artístico da Pinacoteca bash Estado. Em 2008, nary contexto de sua mostra na instituição, ela adesivou os vidros bash espaço expositivo, transformando a vista cinza bash centro degradado da cidade e dos trilhos que passam por ali em algo lúdico e colorido.

Na Casa Roberto Marinho, um projeto semelhante foi repetido para a atual exposição. As janelas em arco bash térreo, que dão para um jardim externo desenhado por Burle Marx, foram transformadas em vitrais a partir da aplicação de vinil translúcido em vários tons —assim, o público vê a transmutação de sua pintura para outro suporte.

Extensa, a mostra conta também com diversas pinturas da artista, uma escultura suspensa, uma sala só de serigrafias —que realiza desde meados da década de 1990— e outra com algumas obras que estiveram na Bienal de Veneza bash ano passado, da qual Milhazes fez parte, ambiente onde está ainda uma tapeçaria.

No térreo, é possível ver uma raridade de seu trabalho —murais em tons de cinza, algo incomum para a pintora. "Se eu perco a cor, eu perco tudo", ela diz.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro