A crise aberta em Santa Catarina pela retirada de Caroline de Toni da disputa ao Senado não é apenas uma disputa local, mas mexe com o xadrez da política no âmbito nacional, especialmente no campo da direita. Carlos Bolsonaro (PL) é o escolhido por Jair Bolsonaro (PL) para concorrer a uma das vagas pelo estado, enquanto Jorginho Mello (PL) pode ter Espiridião Amin (PP) como seu indicado para a outra vaga. Os dados da Palver mostram que esse movimento desencadeou uma rearrumação mais profunda dentro do ecossistema bolsonarista.
A análise da Palver em mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram revela que Bolsonaro e sua família ainda dominam o debate digital, aparecendo em 36,91% das menções relacionadas ao tema do arranjo político em Santa Catarina. A distribuição das demais menções mostra um campo mais fragmentado, com Tarcísio de Freitas tendo 8,13% das menções, seguido por Nikolas Ferreira com 7,21%. Esses números confirmam o surgimento de novas referências políticas em meio a uma discussão sobre aliados e traidores dentro do movimento bolsonarista.
Os envolvidos diretamente na crise catarinense também aparecem com destaque. Esperidião Amin é citado em 2,55% das mensagens, enquanto Caroline de Toni soma 2,08%. Para uma disputa estadual, trata-se de um volume significativo, sinal de que o caso se nacionalizou rapidamente. Ana Campagnolo, que se tornou porta-voz da insatisfação com a opção do partido por Carlos Bolsonaro, aparece com 1,17%, marcando um ganho de relevância, a ponto de ter sido alvo de ataques vindos da ala bolsonarista nas redes.
A crise ganhou uma camada adicional quando o clã Bolsonaro reagiu publicamente às críticas. Eduardo Bolsonaro publicou vídeo acusando Campagnolo de indisciplina. Em outros momentos em que aliados questionaram as decisões tomadas pela cúpula do partido, o ecossistema bolsonarista respondeu da mesma forma, com conteúdos moralizantes, voltados a afirmar a autoridade da família, resgatando postagens e falas antigas com o objetivo de atacar a reputação e questionar a fidelidade dos "insubordinados", acusando-os de traição.
A movimentação do governador Jorginho Mello em direção ao PP e o consequente esvaziamento da candidatura de Carol evidenciou a dificuldade em manter o discurso ideológico ao mesmo tempo em que se faz necessária a composição política para a disputa eleitoral. Nos grupos monitorados, surgiram rapidamente conteúdos sobre "traição", "ingratidão" e "intervenção de cima para baixo", alimentados por vídeos de cortes, prints antigos e trechos fora de contexto.
Mesmo com o início do motim, os dados da Palver apontam que Bolsonaro e sua família continuam liderando o debate. No entanto, há um deslocamento perceptível em direção a outros nomes como Nikolas Ferreira e Tarcísio de Freitas, que teve um aumento de menções após sua aparição no Flow Podcast, ao lado de Guilherme Derrite, reforçando a pauta da segurança pública. A direita, ao mesmo tempo em que se fragmenta, parece ensaiar um novo eixo de poder, com outros nomes ocupando o centro das discussões.
A disputa em Santa Catarina, portanto, não é apenas sobre uma vaga ao Senado. Ela é sobre quem fala pela direita, quem distribui prestígio e quem tem capacidade de disciplinar a base. A sucessão de Bolsonaro já está sendo debatida, e esses movimentos políticos fazem parte desse processo. A família Bolsonaro tem o desafio de manter a coesão interna no partido ao mesmo tempo em que tenta permanecer competitiva na política eleitoral. O mais difícil, contudo, é manter a base ideológica aquecida ao mesmo tempo em que se alia aos partidos do centrão.

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