2 anos atrás 54

Família envolvida em confusão com Moraes pede devolução de celulares e computadores

O advogado dos três brasileiros envolvidos na confusão com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Aeroporto Internacional de Roma, em 14 de julho, pediu a devolução de celulares, computadores e pendrive apreendidos pela Polícia Federal em operação autorizada pela então ministra Rosa Weber, que presidia a Corte.

+ Leia as últimas notícias de Política no site da Revista Oeste.

Em petição ao ministro Dias Toffoli, relator do inquérito que apura a suposta agressão ao filho de Moraes e xingamentos a Moraes, o advogado Ralph Stettinger Filho afirma que não há mais razão para que os objetos de Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanata Bignotto permaneçam com a polícia.

Isso porque o conteúdo dos equipamentos apreendidos em 18 de julho já foi extraído pela autoridade policial. Apesar disso, afirma o advogado, “dois celulares, dois notebooks e um pendrive de propriedade dos requerentes continuam apreendidos, sem que exista qualquer justificativa para tanto, considerada a extração de dados havida”.

+ Moraes em Roma: ministro chama homem de ‘bandido’

Na petição, Stettinger Filho também reiterou o pedido de juntada do laudo pericial feito nos objetos apreendidos. “Recorda-se que o primeiro pedido de acesso foi realizado na data de 19/07/2023 e, até o presente momento, o pedido não mereceu a análise de Vossa Excelência”, escreveu o advogado.

alexandre de moraes - pf - aeroporto de romaO empresário Roberto Mantovani (camisa verde) ao lado de Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro Alexandre de Moraes | Foto: Reprodução

A família envolvida na confusão com Moraes também tenta obter acesso às imagens gravadas pelo circuito de segurança do Aeroporto de Roma, entregues recentemente à Polícia Federal. Toffoli decretou sigilo.

Entretanto, o ministro autorizou Moraes e sua família a figurarem como assistentes de acusação no processo, decisão criticada por juristas porque a legislação processual penal permite a existência desta figura somente depois de recebida a ação penal e não na fase de inquérito, como é o caso da confusão em Roma.

PGR criticou ‘privilégio incompatível’ a Moraes e sigilo de imagens

Elizeta Ramos procuradora - PGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaElizeta Ramos, procuradora-geral da República, pediu revogação de ‘privilégio incompatível’ a Moraes | Foto: Reprodução/ PGR

Até mesmo a Procuradoria-Geral da República criticou a decisão, afirmando que Toffoli conferiu a Moraes e sua família um “privilégio incompatível com o princípio republicano, da igualdade, da legalidade e da própria democracia”.

Sobre o sigilo das imagens, a procuradora-geral Elizeta Ramos lembrou que o STF havia decidido de forma diferente no caso da reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro em reunião com ministros e autorizou a divulgação das imagens com fundamento nos “princípios da publicidade, isonomia, transparência e a própria noção de Estado Democrático se aplicam a todos, indistintamente”.

+ O que as imagens não mostram sobre a ‘agressão’ a Moraes em Roma

Agora, porém, “equivocadamente, manteve a restrição da publicidade externa da mídia recebida por meio da Cooperação Jurídica Internacional com a República da Itália e ordenou o seu acautelamento na sede do Supremo Tribunal Federal, vedando a extração de cópia e a divulgação de seu conteúdo, passando a incluir expressamente em referidas restrições a Procuradoria-Geral da República”.

Leia também: Abuso de autoridade, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 189 da Revista Oeste.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro