3 horas atrás 2

Fed corta juros dos EUA pela 2ª reunião seguida, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 3,75% a 4% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (29), veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.

A decisão desta quarta foi motivada pela preocupação do BC dos EUA com o enfraquecimento do mercado de trabalho, apesar da escassez de dados atualizados sobre a taxa de ocupação — consequência do shutdown, que já dura 29 dias.

  • 🔎 O shutdown é a paralisação parcial do governo dos EUA quando o Congresso não aprova o orçamento. Durante o período, órgãos públicos suspendem serviços não essenciais — incluindo a divulgação de dados econômicos.

Veja os vídeos em alta no g1:

Veja os vídeos que estão em alta no g1

Veja os vídeos que estão em alta no g1

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou, em comunicado, que os ganhos de emprego desaceleraram neste ano, enquanto a taxa de desemprego aumentou ligeiramente. "Indicadores mais recentes são compatíveis com esses movimentos", diz o texto.

Enquanto isso, a divulgação excepcional dos dados de inflação — realizada apesar do shutdown — mostrou números abaixo do esperado. Esse resultado levou o Fed a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços.

Isso acontece porque o banco central dos EUA tem um mandato duplo: precisa estimular o emprego e controlar a inflação.

  • 🤔 De um lado, cortes nos juros costumam tornar o ambiente mais favorável ao mercado de trabalho. Do outro, também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível.
"O Comitê busca alcançar o máximo emprego e uma inflação de 2% no longo prazo. A incerteza em relação às perspectivas econômicas permanece elevada. O Comitê está atento aos riscos que afetam os dois lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos de enfraquecimento do emprego aumentaram nos últimos meses", declarou o Fomc.

➡️ A política de juros nos EUA gera reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas caem, tende a diminuir a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) permaneça elevada. Além disso, há possíveis efeitos sobre o câmbio, com valorização do real frente ao dólar. (leia mais abaixo)

Economistas, agentes do mercado e o próprio Fed têm destacado os impactos nos EUA das sobretaxas aplicadas por Trump. Um dos principais receios é o aumento da inflação ao consumidor americano, uma preocupação que levou o BC do país a postergar a decisão de reduzir os juros.

Nos últimos meses, no entanto, dados de um mercado de trabalho mais fraco indicaram uma desaceleração da economia americana, permitindo o corte pelo Fed. Ao mesmo tempo, a inflação permaneceu sob controle, embora continue acima da meta de 2% da instituição.

"A inflação subiu em relação ao início do ano e continua um pouco elevada", declarou o Fomc em comunicado.

O colegiado também afirmou que "continuará monitorando as implicações das novas informações para as perspectivas econômicas" e que está "preparado para ajustar a política monetária, se necessário, caso surjam riscos que possam comprometer o alcance de seus objetivos".

"Temos um chefe incompetente do Fed. Temos um cara ruim, mas ele sairá de lá em alguns meses e teremos alguém novo", afirmou.

Trump acrescentou que gostaria de ver Scott Bessent no comando do banco central dos EUA, mas disse que seu secretário do Tesouro recusou a ideia. “Estou pensando nele para o Fed, mas ele não aceitará o cargo. Ele gosta de ser secretário do Tesouro.”

Após meses criticando Powell — a quem já chamou de "burro" e "teimoso" — o republicano também passou a mirar na indicação de nomes alinhados à sua agenda econômica.

Caso a Justiça confirme a demissão de Lisa Cook, Trump terá garantido ao menos duas indicações para a diretoria do Federal Reserve.

Em meio às movimentações no Fed, caso Trump alcançasse a maioria de aliados no conselho da instituição — que tem sete membros —, ele teria maior influência sobre a aprovação das nomeações nos 12 bancos regionais. Assim, ampliaria sua interferência sobre a política monetária.

Efeito dos juros no Brasil — e nos mercados

Juros mais baixos nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries, os títulos públicos norte-americanos.

Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que direcionam seus recursos para os EUA, fortalecendo o dólar.

Dessa forma, quando os juros caem por lá, investidores podem buscar oportunidades em outros países, como o Brasil, aumentando o fluxo de capital e valorizando o real em relação à moeda norte-americana.

Além disso, um dólar mais fraco reduz a pressão sobre a inflação por aqui, com reflexos no ciclo de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil.

Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington, EUA (maio/2020) — Foto: Kevin Lamarque / Reuters

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro