1 semana atrás 7

Fed corta juros dos EUA pela 3ª reunião seguida, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano

  • 🔎 Shutdown é a paralisação parcial do governo dos EUA quando o Congresso não aprova o orçamento. Durante o período, órgãos públicos suspendem serviços não essenciais — incluindo a divulgação de dados econômicos.

Veja os vídeos em alta no g1:

Veja os vídeos que estão em alta no g1

Veja os vídeos que estão em alta no g1

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou, em comunicado, que a criação de empregos diminuiu neste ano, enquanto a taxa de desemprego aumentou ligeiramente. "Indicadores mais recentes são compatíveis com esses movimentos", diz o texto.

A inflação, por sua vez, "continua ligeiramente elevada”, acrescentou o colegiado. Atualmente, a taxa está em 3%, acima da meta de 2% estabelecida pelo Fed.

"O Comitê busca alcançar o máximo emprego e inflação de 2% no longo prazo. A incerteza sobre as perspectivas econômicas continua elevada. O Comitê está atento aos riscos relacionados aos dois lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos negativos para o emprego aumentaram nos últimos meses", diz o texto.

Isso significa que os dados levaram o BC dos EUA a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços. Isso acontece porque o banco central dos EUA tem um mandato duplo: precisa estimular o emprego e controlar a inflação.

  • 🤔 De um lado, cortes nos juros costumam tornar o ambiente mais favorável ao mercado de trabalho. Do outro, também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível.

➡️ A política de juros nos EUA gera reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas caem, tende a diminuir a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) permaneça elevada. Além disso, há possíveis efeitos sobre o câmbio, com valorização do real frente ao dólar. (leia mais abaixo)

Economistas, agentes do mercado e o próprio Fed têm destacado os impactos nos EUA das sobretaxas aplicadas por Trump. Um dos principais receios é o aumento da inflação ao consumidor americano, uma preocupação que levou o BC do país a postergar a decisão de reduzir os juros.

Nos últimos meses, no entanto, dados de um mercado de trabalho mais fraco indicaram uma desaceleração da economia americana, permitindo cortes pelo Fed. Ao mesmo tempo, a inflação permaneceu sob controle, embora continue acima da meta da instituição.

Mudança na presidência do Fed

Trump chegou a afirmar em algumas ocasiões sua pretensão de indicar o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent — que recusou o convite. Com isso, o nome de Kevin Hassett, conselheiro econômico da Casa Branca, passou a ser apontado como o favorito para o cargo.

Em entrevista ao site Politico, publicada na terça-feira (9), o presidente dos EUA foi questionado se apoiar a redução dos juros seria um requisito para o próximo indicado a comandar o Fed. Ele respondeu: “Sim”.

Os governadores do Fed, Christopher Waller e Michelle Bowman, também aparecem entre os cotados para assumir a presidência da instituição. A escolha ocorrerá justamente em um momento marcado pela pressão de Trump por cortes nos juros.

Nos últimos meses, o presidente dos EUA se dedicou a indicar pessoas alinhadas à sua agenda econômica para a diretoria do banco central norte-americano.

Caso a Justiça confirme a demissão de Lisa Cook, Trump terá garantido ao menos duas indicações para a diretoria do Federal Reserve — além da presidência, que está no horizonte.

Em meio às movimentações no Fed, caso Trump alcançasse a maioria de aliados no conselho da instituição — que tem sete membros —, ele teria maior influência sobre a aprovação das nomeações nos 12 bancos regionais. Assim, ampliaria sua interferência sobre a política monetária.

Efeito dos juros no Brasil — e nos mercados

Juros mais baixos nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries, os títulos públicos norte-americanos.

Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que direcionam seus recursos para os EUA, fortalecendo o dólar.

Dessa forma, quando os juros caem por lá, investidores podem buscar oportunidades em outros países, como o Brasil, aumentando o fluxo de capital e valorizando o real em relação à moeda norte-americana.

Além disso, um dólar mais fraco reduz a pressão sobre a inflação por aqui, com reflexos no ciclo de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil.

Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington, EUA (maio/2020) — Foto: Kevin Lamarque / Reuters

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro