Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) voltaram a elevar as expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano e no próximo. O Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (23) projeta também uma taxa básica de juros maior ao final dos próximos dois anos.
Como devem ficar os juros
Mercado prevê taxa Selic mais alta ao final de 2025 e 2026. As novas previsões mostram que a taxa básica de juros deve saltar 2,5 pontos percentuais no próximo ano, dos atuais 12,25% ao ano para 14,75% ao ano. A expectativa também é de menor intensidade das quedas em 2026, com a taxa Selic estimada em 11,75% ao ano, ante variação prevista de 11,25% ao ano há uma semana.
Copom (Comitê de Política Monetária) estima Selic em 14,25% ao ano em março. Ao elevar a Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano, os diretores do BC sinalizaram para mais duas altas semelhantes dos juros nos dois primeiros encontros de 2025.
Reunião foi a última comandada por Roberto Campos Neto. A cadeira de presidente do Banco Central será assumida por Gabriel Galípolo. Em declarações recentes, ele tem sinalizado para a manutenção da política monetária contracionista, com "juros mais altos por mais tempo".
Selic é principal ferramente de política monetária para conter os preços. Com o avanço dos preços em meio ao aquecimento da economia, a elevação dos juros é utilizada como alternativa para limitar o consumo e inibir, consequentemente, segurar a alta do IPCA.
Como deve ser a inflação
Mercado prevê inflação em 4,91% ao final de 2024. A variação estimada corresponde à quarta alta consecutiva das previsões dos analistas para o IPCA deste ano. Há uma semana, a aposta era de alta do índice em 4,89%. Há quatro, a projeção sinalizava para uma alta de 4,63%.
Projeção mostra o IPCA acima do teto da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) determina que o IPCA deve terminar este ano em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.
Divulgação é a primeira após BC admitir furo da meta. O RTI (Relatório Trimestral de Inflação) divulgado na semana passada prevê o IPCA em 4,84% ao final deste ano. A nova projeção da autoridade monetária considera a disparada dos preços doa alimentos, puxados pelo encarecimento do boi gordo e da carne bovina industrializada.
IPCA estimado para o mês dezembro é de 0,6%. Se confirmado, o percentual a ser divulgado em janeiro de 2025 vai resultar em um ganho de força na comparação a variação de 0,39% do índice em novembro. Para que a inflação não fure o teto da meta, é necessário que o índice oficial de preços fique abaixo de 0,2% em dezembro.
Mercado financeiro vê dólar cotado a R$ 6. A expectativa surge diante da escalada recente da moeda norte-americana diante de ruídos sobre as contas públicas e o fortalecimento da divisa após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Há quatro semanas, era esperado que o dólar encerasse dezembro negociado e R$ 5,70.
Expectativa para os preços administrados sobe. De acordo com as previsões do mercado financeiro, o índice, que incluí o preço dos combustíveis, planos de saúde e energia elétrica, deve aumentar 4,69% neste ano, variação 0,07 ponto percentual maior em relação à estimada na semana passada (4,62%).
Estimativas de IPCA para 2025 e 2027 também aumentam. As previsões apontam que a inflação deve ficar em 4,84% no próximo ano, ante alta prevista de 4,6% há uma semana. Já para 2027, as expectativas subiram de 3,66% para 3,8%. A projeção para 2026 permanece em 4%.
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