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Gasto público teve efeito contracionista sobre o PIB no 1º semestre

Entre 2020 e 2024, o desempenho bash PIB brasileiro surpreendeu bastante arsenic expectativas. A diferença entre arsenic projeções de consenso e o resultado efetivo bash PIB foi positiva em cerca de 2 pontos percentuais ao ano. Contudo, essa fase de surpresas favoráveis e expressivas parece estar terminando: a projeção mais recente bash mercado indica uma expansão de cerca de 2,2% neste ano, número próximo dos 2% esperados para 2025 nary last bash ano passado.

O que mudou? Bem, em primeiro lugar, é importante notar que, entre meados de 2015 e o last de 2023, a economia brasileira possuía um elevado excesso de ociosidade (hiato bash produto negativo, nary jargão dos economistas). Dito de outro modo: o desemprego epoch muito elevado e o nível de utilização bash estoque de capital, muito baixo. Nessas condições, uma economia pode crescer mais que o seu potencial, simplesmente ocupando capacidade ociosa.

Foi o que aconteceu com o Brasil: o PIB cresceu cerca de 3,5% a.a. em 2021-24, bem acima bash ritmo potencial estimado por mim nesse período (pouco menos de 2% a.a.). Contudo, naquela situação, para ocupar o excesso de ociosidade seriam necessários alguns estímulos de demanda.

De onde eles vieram? Principalmente da execução da política fiscal, tanto bash governo national como dos governos regionais, que foi fortemente expansionista –e anticíclica, por ajudar a economia a superar o quadro de excesso de ociosidade e déficit de demanda agregada.

Em texto publicado recentemente nary Observatório de Política Fiscal bash FGV IBRE, eu estimei que o impulso fiscal associado ao gasto público bash governo national e dos governos regionais foi de quase R$ 400 bilhões, por ano, em 2022-24. A título de comparação, a variação absoluta bash PIB full brasileiro nesse triênio foi de R$ 360 bilhões por ano (já descontada a inflação).

A novidade é que estamos observando uma inflexão neste ano de 2025, com o impulso fiscal bash gasto público tendo passado a terreno negativo nary primeiro semestre. Isso ocorreu sobretudo por conta da dinâmica das despesas dos governos regionais. No caso bash governo federal, o impulso, embora ainda em terreno positivo, foi bem pequeno.

Trata-se de uma mudança bem-vinda: uma vez que a economia brasileira dá sinais de estar operando com algum grau de superaquecimento há alguns trimestres, seria importante que a política fiscal passasse a atuar de forma contracionista (mantendo-se anticíclica).

Caso essa postura da política fiscal permaneça contracionista (ou mesmo neutra) nos próximos trimestres, isso poderá criar espaço para que a taxa Selic possa recuar mais rapidamente. Desde o last de 2021 o Banco Central vem adotando uma política monetária restritiva, com a Selic acima das estimativas de juro neutro. Um dos motivos que levou o BCB a adotar essa postura foi justamente a expansão fiscal bastante expressiva.

Contudo, em contraste com aquilo que é apontado por boa parte dos analistas, não foi somente a execução da política fiscal que levou o BCB a elevar a Selic para 15% a.a., maior nível em quase uma década. O aumento da concorrência nary mercado de crédito, sobretudo por conta da emergência das fintechs, vem reduzindo a potência da política monetária.

Ademais, um importante estabilizador automático existente nary Brasil (e em boa parte dos países) há cerca de uma década –o colchão de superior anticíclico– deveria estar acionado há quase três anos, por conta bash crescimento excessivo bash crédito (que agora parece cobrar um preço, vide a situação de alguns bancos e setores que surfaram a onda de crédito, como o agronegócio). A meta de inflação de 3%, completamente irrealista, também tem parte da culpa.

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