Getúlio Vargas, o presidente mais longevo do Brasil
O gaúcho Getúlio Dornelles Vargas (1883-1954) é conhecido por ser o presidente mais longevo da história do Brasil, tendo governado o país por 18 anos em dois períodos diferentes (1930-1945 e 1951-1954)
Ele começou a carreira política como deputado estadual pelo RS (1909-1913 e 1917-1923). Também foi deputado federal (1923-1926), ministro da Fazenda (1926-1927), governador do RS (1928-1930) e senador (1946-1951)
Após a derrota nas eleições presidenciais de 1930, Getúlio liderou a Revolução de 1930, um golpe de Estado que depôs o então presidente, Washington Luís, e o alçou ao poder, no que chamou de governo provisório
Ao assumir o Palácio do Catete, Vargas precisou enfrentar uma crise mundial que derrubou a produção cafeeira e aumentou o desemprego. Ele suspendeu eleições, destruiu instituições políticas e colocou interventores em cada estado brasileiro
Suas mudanças causaram a revolta da oligarquia paulista em 1932, mas o movimento foi esmagado e, em 1934, Vargas aprovou uma nova Constituição, que estabeleceu eleição universal direta e secreta e legalizou os sindicatos
Vargas determinou que só receberiam benefícios (como férias) os trabalhadores filiados aos sindicatos sob controle indireto do Ministério. Ele estabeleceu leis como férias, aposentadoria e salário mínimo, posteriormente reunidas na CLT
Durante esse tempo, a ANL (Aliança Nacional Libertadora) combatia o fascismo da Ação Integralista Brasileira (AIB). Getúlio usou o antagonismo desses grupos para concentrar poderes e aprofundar a repressão estatal
Ele decretou estado de sítio e mandou prender lideranças comunistas em 1935. Em 10 de novembro de 1937, o Congresso foi fechado, a Constituição de 34 anulada e partidos políticos proibidos, instituindo a ditadura do Estado Novo
Vargas ainda impulsionou a industrialização. Iniciou a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda, usando empréstimo dos EUA e fundos de previdência. Sua política foi marcada pela americanização da economia
Os laços com os EUA obrigaram o Brasil a aderir aos Aliados e entrar na 2ª Guerra Mundial em 1942. Na foto, ele está junto do presidente americano Franklin Roosevelt. O governo ditatorial sofreu críticas crescentes por democratização. Pressionado, Getúlio foi destituído do cargo em outubro de 1945
Getúlio foi eleito senador pelo PTB ainda em 1945. Em 1950, ele se candidatou novamente à presidência, vencendo Eduardo Gomes com 48,7% dos votos. A vitória foi celebrada pelo populismo com o refrão "Bota o retrato do velho outra vez"
Em 1951, Vargas assumiu novamente a presidência. Durante seu governo, ampliou os benefícios aos trabalhadores e criou a Petrobrás, com a campanha "O petróleo é nosso", garantindo o monopólio nacional sobre a commodity
Sua política populista incomodou as elites e a insatisfação ficou ainda maior após 1954, com o aumento de 100% do salário mínimo e o atentado a Carlos Lacerda, inimigo político declarado de Vargas
Militares e o vice Café Filho passaram a exigir a renúncia de Vargas, que avisou que só sairia morto do governo. Na madrugada de 24 de agosto, ele se suicidou em seus aposentos
Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História
Getúlio Vargas em carta-testamento encontrada após a sua morte
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