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Golpes mais comuns da Black Friday e como evitá-los, segundo especialista

Com a chegada da Black Friday, cresce não apenas o volume de promoções e descontos, mas também a ação de golpistas que aproveitam o momento de alto consumo para aplicar fraudes virtuais. Sites falsos, links maliciosos, boletos adulterados e falsas ofertas se multiplicam nesse período, o que faz com que o consumidor desatento possa perder dinheiro ou ter dados pessoais expostos. Em 2024, o número de tentativas de golpes aumentou consideravelmente, segundo dados de empresas de segurança digital, reforçando a necessidade de cautela redobrada nas compras online. Este guia reúne informações, orientações e estratégias para ajudar o consumidor a se proteger de golpes, identificar sinais de risco e agir rapidamente caso seja vítima de fraude durante a Black Friday.

 Reprodução/Pexels Golpes mais comuns da Black Friday e como evitá-los, segundo especialista — Foto: Reprodução/Pexels
 Reprodução/Pond5 Muitas lojas falsas utilizam o layout e o nome de lojas famosas para enganar consumidores — Foto: Reprodução/Pond5

Durante a Black Friday, um dos golpes mais comuns é o dos sites e lojas falsas, criados para enganar consumidores que buscam promoções atrativas. Criminosos aproveitam o alto volume de buscas e compras nesse período para desenvolver páginas que imitam com perfeição o visual de e-commerces conhecidos, como Americanas, Amazon e Mercado Livre. Esses sites utilizam nomes parecidos com os originais — por exemplo, americanas-ofertas.com em vez de americanas.com — e chegam até mesmo a exibir logotipos e layouts idênticos aos das marcas legítimas.

O golpe geralmente começa com um anúncio patrocinado em redes sociais ou um link compartilhado por e-mail ou WhatsApp. Acreditando estar comprando em uma loja real, a vítima realiza o pagamento e não recebe o produto, ou tem seus dados financeiros capturados por sistemas fraudulentos. Em casos mais sofisticados, criminosos chegam a enviar confirmações falsas de pedido e até números de rastreamento para aumentar a sensação de legitimidade.

Segundo Gustavo Torrente, Head de B2B & Technical Solutions da Alura + FIAP, não existe um perfil de público em classe social ou faixa etária para vítimas de golpes da Black Friday. No entanto, pessoas que se iludem com 'ofertas milagrosas' ou são enganadas por sites falsos tendem a estar mais vulneráveis. "Geralmente pessoas com menor familiaridade com tecnologia e segurança digital, pessoas que não dominam bem práticas como verificar URL, certificado de segurança, diferenciação entre sites legítimos e falsos", afirmou Torrente.

Os sinais de alerta são sutis, mas facilmente identificáveis com atenção. URLs com erros de digitação, domínios desconhecidos e páginas sem o cadeado de segurança (HTTPS) são fortes indícios de fraude. Outros fatores que devem acender o alerta incluem preços abaixo do mercado, ausência de informações sobre a empresa, erros de português no site e falta de canais de contato legítimos. Segundo especialistas em segurança digital, é importante desconfiar de promoções que parecem boas demais para ser verdade e sempre pesquisar a reputação da loja em plataformas como Reclame Aqui, Procon e Consumidor.gov.br. O ideal é comprar apenas de sites oficiais e evitar links enviados por mensagens, em especial durante grandes eventos como a Black Friday, quando a pressa pode ser o maior aliado dos golpistas.

 Reprodução/Shutterstock Redes sociais como o TikTok são inundadas por perfis falsos que oferecem falsas promoções — Foto: Reprodução/Shutterstock

Durante a Black Friday, as redes sociais se tornam terreno fértil para cibercriminosos que aproveitam o aumento no interesse por promoções para aplicar golpes. Plataformas como Instagram, Facebook e TikTok são inundadas por anúncios patrocinados falsos que imitam campanhas de grandes varejistas. Esses perfis ou páginas muitas vezes usam logotipos e nomes quase idênticos aos das marcas verdadeiras, com pequenas variações que passam despercebidas por usuários desatentos.

O golpe começa com uma oferta irresistível — como “liquidação direto da fábrica” ou “últimas unidades com 80% de desconto” — e leva o consumidor a um site falso. O comprador realiza o pagamento, mas nunca recebe o produto. Em muitos casos, o prejuízo vai além da perda financeira, já que os golpistas também coletam dados pessoais e bancários das vítimas.

O ambiente das redes sociais é propício a esse tipo de fraude por conta da facilidade de criar perfis falsos e da velocidade com que os anúncios se espalham. Criminosos se aproveitam da falta de verificação rigorosa nas plataformas e do senso de urgência criado por promoções relâmpago, o que induz decisões impulsivas. Há situações em que golpistas falsificam o selo de verificação azul em capturas de tela ou imagens para simular legitimidade. Por isso, é essencial desconfiar de descontos exagerados e verificar sempre o perfil oficial da loja, observando o nome de usuário, o histórico de postagens e os comentários. O consumidor deve priorizar compras diretamente nos sites das marcas ou em marketplaces reconhecidos para reduzir o risco de cair nesse tipo armadilhas.

Phishing e links maliciosos

 Reprodução/Canva E-mails de phishing podem induzir usuário a se expor a sites maliciosos — Foto: Reprodução/Canva

Durante a Black Friday, o phishing e os links maliciosos se destacam como uma das principais ameaças para consumidores que realizam compras online. Esse golpe funciona por meio do envio de mensagens fraudulentas — por e-mail, SMS, WhatsApp ou redes sociais — que se passam por comunicações oficiais de lojas ou serviços confiáveis. Essas mensagens contêm links que levam a sites falsos, construídos para imitar visualmente lojas legítimas e induzir o usuário a fornecer informações sensíveis, como números de cartão, senhas ou CPF.

A prevenção é a melhor forma de se proteger contra esse tipo de golpe. É importante manter os dispositivos atualizados e com soluções de segurança confiáveis, como antivírus e sistemas de proteção para navegação, que ajudam a identificar sites e links suspeitos antes que dados sensíveis sejam fornecidos. Em caso de fraude, a ação imediata é essencial: contatar a instituição financeira, reunir provas digitais como prints e e-mails, registrar boletim de ocorrência e notificar as plataformas utilizadas pelos criminosos. Medidas rápidas e coordenadas aumentam a chance de bloquear transações não autorizadas e minimizar prejuízos financeiros, permitindo que as compras online continuem mais seguras mesmo em períodos de intensa movimentação de consumidores.

 Divulgação/Buscapé Acompanhar o histórico de preços de um produto através de ferramenta como o Buscapé ajuda a evitar fraudes na Black Friday — Foto: Divulgação/Buscapé

O chamado golpe do falso desconto, popularmente conhecido como “tudo pela metade do dobro” ou “Black Fraude”, é uma prática recorrente durante a Black Friday e consiste na manipulação de preços para criar uma falsa sensação de economia. Lojistas elevam o valor de determinados produtos semanas antes do evento e, no dia das promoções, reduzem o preço apenas até um patamar próximo do original, simulando descontos maiores do que os reais. O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) já identificou casos em que os preços foram inflados em até 70% antes de serem “reduzidos” durante o evento, um artifício que engana consumidores desatentos e distorce a proposta de economia que marca a data.

"A prática de aumentar artificialmente os preços antes da Black Friday para simular descontos é considerada crime e pode prejudicar empresas e consumidores. Ela é proibida pelo artigo 67 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e é alvo de fiscalização dos órgãos de defesa do consumidor. A Senacon e Procons monitoram para coibir essa prática", disse Gustavo Torrente.

Evitar esse tipo de fraude exige planejamento e comparação de preços com antecedência. Ferramentas como Zoom, Buscapé e JáCotei ajudam a verificar o histórico de valores e confirmar se o desconto anunciado é legítimo. Também é importante observar práticas complementares de manipulação, como fretes excessivos ou mudança de preços no carrinho de compras, que podem anular o benefício da promoção. A atenção redobrada e o acompanhamento prévio dos preços continuam sendo formas eficazes de garantir que as compras da Black Friday sejam vantajosas e não apenas um golpe disfarçado de promoção.

 Reprodução/depositphotos.com/rafapress O pagamento via Pix facilita a aplicação de golpes durante a Black Friday — Foto: Reprodução/depositphotos.com/rafapress

Os golpes com boletos e Pix falsos se tornaram cada vez mais frequentes durante a Black Friday, período em que consumidores buscam agilidade nas compras e criminosos aproveitam essa pressa para aplicar fraudes sofisticadas. Nesses esquemas, os golpistas criam boletos falsificados com informações adulteradas ou alteram boletos verdadeiros, desviando o pagamento para contas pessoais. O mesmo ocorre com o Pix: golpistas disponibilizam QR Codes e chaves falsas para induzir o comprador a transferir o valor diretamente para criminosos. A limitação de formas de pagamento — especialmente em lojas que aceitam apenas Pix ou boleto — é outro sinal de alerta, já que a ausência de intermediadores financeiros reduz a possibilidade de contestar a transação. Por serem métodos de pagamento instantâneos, essas operações têm baixo potencial de reembolso, o que faz delas alvos preferenciais de quadrilhas digitais.

Para evitar cair nesse tipo de golpe, é essencial verificar cuidadosamente quem é o beneficiário do pagamento antes de concluir qualquer transação. No caso de boletos, confira o nome da empresa emissora, o CNPJ e o valor cobrado — qualquer divergência indica fraude. Já no Pix, sempre valide a chave e desconfie de descontos ou prazos limitados que pressionem a decisão de compra. Por isso, dê preferência ao cartão de crédito, especialmente na modalidade cartão virtual, que oferece camadas extras de segurança e permite contestar cobranças indevidas. Caso desconfie de fraude, interrompa imediatamente o pagamento e entre em contato com o banco para relatar o ocorrido. A atenção aos detalhes e a verificação prévia continuam sendo as principais defesas contra golpes financeiros durante o período promocional.

Checklist do que conferir antes de comprar na Black Friday

Antes de aproveitar as ofertas, é importante adotar uma postura de verificação. A primeira etapa é avaliar a reputação da loja, conferindo o CNPJ, endereço e canais de atendimento. Plataformas como Reclame Aqui, Procon e Consumidor.gov.br ajudam a identificar se há histórico de fraudes ou reclamações recorrentes.

Outro ponto essencial é analisar o site em si. Veja se ele utiliza o protocolo de segurança HTTPS, se há erros de digitação no domínio e se o layout parece legítimo. Evite clicar em links enviados por e-mail, SMS ou redes sociais — acesse o site diretamente pelo navegador.

Por fim, verifique se as formas de pagamento são variadas e se há políticas claras de troca e reembolso. Prefira sempre lojas conhecidas e desconfie de preços muito abaixo do normal. Durante a Black Friday, a pressa é a maior aliada dos golpistas, por isso, reservar alguns minutos para checar a confiabilidade da oferta pode evitar grandes prejuízos.

Como se proteger durante compras na Black Friday?

 Reprodução/Gettyimages É necessário ter atenção redobrada na segurança digital durante a Black Friday — Foto: Reprodução/Gettyimages

Durante a Black Friday, a pressa em aproveitar descontos pode abrir brechas para golpes e armadilhas online. Por isso, é importante manter o foco na segurança antes de qualquer compra. Segundo Gustavo Torrente, é importante verificar se o site é seguro e tem presença de HTTPS no endereço e selos de segurança, como certificação SSL. Muitas pessoas se enganam pois existem domínios suspeitos ou parecidos com o original (ex: “amaz0n.com”. “magazineluliza.com.br”). Desconfie de promoções enviadas por links em redes sociais, SMS ou e-mails — principalmente se prometem preços muito abaixo do mercado.

Além disso, evite usar redes Wi-Fi públicas ao inserir dados de pagamento, pois elas facilitam o acesso de criminosos às informações. Também pesquise a reputação da loja em plataformas como Reclame Aqui e redes sociais e compare preços em sites confiáveis para evitar falsas promoções. Outra medida essencial é adotar práticas de proteção digital no dia a dia. Utilize senhas fortes, autenticação em duas etapas e cartões virtuais para reduzir riscos de fraude.

Após a compra, monitore o extrato do cartão e guarde todos os comprovantes de pagamento e e-mails de confirmação. Se notar qualquer cobrança suspeita, comunique imediatamente o banco ou a operadora. Agindo com cautela e atenção aos detalhes, o consumidor consegue aproveitar as promoções da Black Friday sem comprometer a própria segurança financeira.

Proteção de dados pessoais

 Reprodução/Vecteezy Manter senhas fortes auxiliam na proteção virtual durante a Black Friday — Foto: Reprodução/Vecteezy

Durante o período da Black Friday, golpes digitais se disfarçam de ofertas, brindes e promoções tentadoras para obter informações pessoais dos consumidores. É essencial nunca compartilhar dados sensíveis em situações duvidosas — entre eles, senhas bancárias, códigos de segurança completos do cartão e CPF por WhatsApp ou redes sociais. Esses dados permitem que criminosos acessem contas, realizem compras não autorizadas e até solicitem crédito em nome da vítima. Também é importante desconfiar de links e formulários que prometem “brindes grátis” ou cupons em troca de informações detalhadas, já que essa é uma das práticas mais usadas para coleta de dados e posterior revenda.

Para se proteger, crie senhas fortes e exclusivas para cada conta online, combinando letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos. Evite repetir a mesma senha em diferentes plataformas e utilize gerenciadores de senhas para mantê-las seguras. Ative também a autenticação em dois fatores (2FA) sempre que possível — esse recurso adiciona uma camada extra de segurança, exigindo uma segunda confirmação (como um código via SMS ou aplicativo) antes de permitir o acesso. Ao seguir essas práticas, o consumidor reduz significativamente o risco de ter seus dados comprometidos durante as compras online.

Caí num golpe da Black Friday, e agora?

Passo 1. Corte a fonte do prejuízo: contate o banco ou a operadora do cartão imediatamente. Bloqueie o cartão ou peça cancelamento, solicite o estorno provisório (quando aplicável) e peça orientação sobre medidas de segurança adicionais (bloqueio de compras, alteração de senha, cartão substituto). Quanto antes o banco souber, maiores as chances de impedir novas transações.

Passo 2. Reúna provas digitais sem apagá-las. Salve prints das mensagens, e-mails, páginas, QR Codes, comprovantes de pagamento, número do pedido e qualquer comunicação com o vendedor ou golpista. Essas evidências serão essenciais para contestação, BO e reclamações em órgãos de defesa do consumidor.

Passo 3. Conteste a transação junto à administradora do cartão. Abra contestação formal explicando que foi vítima de fraude e entregando as provas reunidas. Peça o protocolo do atendimento e anote prazos informados pela administradora para retorno.

Passo 4. Registre o Boletim de Ocorrência (BO). Faça o BO online ou presencial na delegacia especializada em crimes cibernéticos de seu estado. Inclua todas as provas, descreva o golpe passo a passo (como ocorreu, horários, valores, dados do recebedor) e guarde o número do BO.

Passo 5. Denuncie e reclame nas plataformas apropriadas. Se a compra foi por marketplace, acione o canal de resolução do próprio marketplace. Registre reclamação no portal consumidor.gov.br e procure o Procon da sua cidade/estado. Essas instituições orientam e podem mediar soluções.

Passo 6. Denuncie o site, perfil ou anúncio nas plataformas onde apareceu o golpe. Use as ferramentas de denúncia do Facebook, Instagram, WhatsApp, Google Ads e marketplaces para tentar derrubar o site/perfil/ anúncio fraudulento. Informe o endereço fraudulento, prints e o BO, se disponível.

Passo 7. Monitore suas contas e proteja seus dados. Acompanhe extratos bancários, faturas e movimentações de cartões; altere senhas de contas utilizadas e ative autenticação em dois fatores. Se houve exposição de CPF, considere bloqueios ou monitoramento de crédito (Serasa, SPC) para detectar uso indevido.

Passo 8. Siga os prazos e acompanhe os protocolos. Anote todos os protocolos e prazos fornecidos por banco, polícia, Procon e plataformas. Se a contestação for negada inicialmente, solicite o motivo por escrito e reforce a reclamação com novas evidências ou pela via administrativa/ judicial, se necessário.

Passo 9. Compartilhe o caso para evitar novas vítimas. Avise amigos e familiares e publique relato em sites de reclamação (seu relato ajuda outras pessoas a não caírem no mesmo golpe). Forneça apenas informações factuais — evite expor dados sensíveis de terceiros.

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