O governo Lula (PT) vai homenagear o ex-reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Luiz Carlos Cancellier com a medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo na sexta-feira (14), em evento no Palácio do Itamaraty que contará com a presença do próprio presidente da República e do ministro da Educação, Camilo Santana.
Cancellier suicidou-se em outubro de 2017, 18 dias após ter sido preso na operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, e afastado do cargo.
Cancellier havia sido preso por supostamente tentar atrapalhar investigação da corregedoria da universidade —o que ele sempre negou—, mas não era suspeito de corrupção. A operação virou um dos principais motivos de críticas a investigações com métodos parecidos aos da Lava Jato.
Lula manifestou-se em mais de uma ocasião nos últimos anos em defesa de Cancellier.
"Sempre que a gente puder, temos que lembrar das pessoas que foram vítimas do arbítrio para que esse arbítrio, essa insanidade, nunca mais aconteça no nosso país", disse o petista, em 2023.
No mesmo ano, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, pediu à PF uma apuração administrativa sobre "possíveis abusos e irregularidades na conduta de agentes públicos federais" na Ouvidos Moucos, uma solicitação direcionada a abrir apuração sobre a delegada.
A PF chegou a investigar administrativamente "possível ocorrência, quando da Operação Ouvidos Moucos, de excessos, desvio de finalidade, arbitrariedades ou inobservância de requisitos indispensáveis à adequada e justa condução das investigações policiais".
Entenda o caso
Eleito reitor da UFSC em 2016, Cancellier foi preso em setembro de 2017 na operação Ouvidos Moucos da Polícia Federal, que investigava um suposto desvio de recursos de programas de educação a distância para locação de veículos. Segundo a PF, ele teria tentado obstruir as investigações, o que o reitor negava.
O professor foi liberado um dia após a prisão, mas continuou afastado da UFSC por decisão judicial.
"Este afastamento é um exílio. Eu moro a três metros da universidade. Saio de casa e estou dentro da universidade. E não posso entrar na casa em que vivo e convivo desde 1977. As manifestações me dão conforto. O corpo está muito sofrido, mas a solidariedade conforta a alma", afirmou Cancellier em entrevista dada na época ao Diário Catarinense.
Poucos dias depois, o professor cometeu suicídio. Um bilhete encontrado junto a seu corpo trazia a seguinte mensagem: "Minha morte foi decretada no dia do meu afastamento da universidade".

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