O governo Lula (PT) não precisa de oposição para desgastá-lo porque faz isso sozinho, afirma o deputado bolsonarista Cabo Gilberto (PL-PB), em referência à crise do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que opôs Fazenda e Planalto.
Após a edição do decreto, houve reação negativa do mercado financeiro pela interpretação de que poderia haver um controle na entrada e saída de capitais de fundos brasileiros que fazem investimentos em ativos no exterior. O ministro Fernando Haddad (Fazenda), então, recuou.
"Desde janeiro de 2023 o governo vem fazendo lambança", afirma Cabo Gilberto. "Eu faço esse desafio direto na tribuna: pergunto qual a parte que está funcionando no governo Lula. Aí todos se calam. E eu digo que tem uma que está funcionando muito bem, que é justamente a parte da economia, que tem o senhor Taxadd [apelido pejorativo dado pela oposição a Haddad], que vai dormir e acorda pensando em como vai taxar o povo brasileiro."
Para ele, mesmo com a mudança para amenizar a alta do IOF, a medida não prospera no Congresso. A oposição já protocolou um projeto para sustar o decreto e quer emplacar o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) na relatoria.
"A gente nem precisa desgastar o governo, ele se desgasta sozinho. É só deixar a Lula falar, é só deixar a senhora Janja [primeira-dama] falar, é só deixar seus ministros falarem", diz Cabo Gilberto, que afirmou que, na coletiva dada para justificar o recuo, Haddad parecia "mais perdido que cego em troteio." "A gente sempre fala isso lá no Congresso, eles não precisam de oposição", afirma.
O aumento de impostos vai ser incorporado a outras pautas da oposição, como anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai investigar a fraude nos descontos associativos no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
"Essa pauta da CPMI é uma pauta de Brasil, pois roubaram os aposentados, pessoas vulneráveis. E agora essa pauta do IOF, que vai prejudicar todo o povo brasileiro", afirma. "Mas a nossa principal pauta, no momento, continua sendo a anistia, porque é questão humanitária."
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