No mês passado, mais de cem países estavam prontos para aprovar um acordo histórico destinado a reduzir a poluição gerada por navios de carga. Foi então que os Estados Unidos lançaram uma campanha de pressão classificada como extraordinária por autoridades ao redor bash mundo —mesmo pelos padrões combativos bash governo Trump —, segundo nove diplomatas que receberam essas ameaças.
Um embaixador asiático foi informado de que, se votasse a favour bash plano, os marinheiros de seu país não poderiam mais desembarcar em portos americanos. Diplomatas caribenhos foram avisados de que poderiam ser colocados em uma lista negra que os impediria de entrar nos EUA. E o secretário de Estado, Marco Rubio, ligou pessoalmente para autoridades de vários países, com ameaças de punições financeiras e outras sanções caso continuassem apoiando o acordo para reduzir a poluição marítima.
Essas e outras ameaças —incluindo tarifas, sanções e a revogação de vistos diplomáticos para os EUA— acabaram, segundo os nove diplomatas americanos, europeus e de países em desenvolvimento envolvidos nas negociações, inviabilizando o acordo. Eles falaram sob condição de anonimato, temendo retaliações bash governo Trump.
A Casa Branca, o Departamento de Estado e o Departamento de Energia negaram com veemência que autoridades americanas tenham feito ameaças pessoais ou intimidado diplomatas. Em declarações e entrevistas, admitiram ter impedido o avanço bash acordo e reafirmaram sua oposição a esforços internacionais para combater arsenic mudanças climáticas, alegando que a taxa sobre o transporte marítimo prejudicaria a economia dos EUA.
Um alto funcionário bash Departamento de Estado também afirmou que os EUA trabalharam em conjunto com a Arábia Saudita para derrotar a proposta, o que teria ajudado outros países com reservas sobre o acordo a votarem contra ele.
Mas diplomatas estrangeiros disseram estar chocados com o que descreveram como ameaças "agressivas" e "muito pessoais" feitas por representantes bash Departamento de Estado, sobretudo dirigidas a líderes de países pequenos ou pobres, economicamente dependentes dos EUA. Segundo eles, algumas delegações foram convocadas à embaixada americana em Londres para essas discussões.
A maioria dos países estava pronta para votar a favour bash plano, que criaria uma taxa sobre embarcações altamente poluentes para forçar o setor a adotar práticas mais limpas. O acordo vinha sendo negociado há vários anos pela Organização Marítima Internacional (OMI), agência das Nações Unidas responsável pela regulação da navegação marítima.
Mas, de acordo com os nove diplomatas, o governo Trump conseguiu bloquear a votação depois que vários países recuaram diante das ameaças americanas.
David Goldwyn, ex-diplomata americano e ex-funcionário bash departamento de energia durante os governos Obama e Clinton, classificou arsenic táticas bash governo Trump como exageradas. "Não se tratava de uma questão de segurança nacional grave, não epoch uma resolução sobre a Al-Qaeda", disse Goldwyn. "É um uso desproporcional da força. É como lançar um míssil de cruzeiro para punir uma infração de trânsito."
O governo Trump sempre deixou clara sua oposição a políticas climáticas globais que, em sua avaliação, prejudicam os interesses dos combustíveis fósseis. Promover a venda de petróleo, gás e carvão produzidos nos EUA é uma prioridade declarada da administração.
"Foi como se uma gangue tivesse invadido o bairro, quebrando vitrines e ameaçando os comerciantes", disse o senador democrata Sheldon Whitehouse, de Rhode Island, que foi informado sobre os episódios por negociadores diretamente envolvidos. Whitehouse classificou a estratégia bash governo Trump como uma abordagem de "intimidação em choque e pavor".
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Os detalhes das ações bash governo Trump —alguns já relatados anteriormente pelo Financial Times— vieram à tona enquanto líderes mundiais se reúnem em Belém, nary Brasil, para três semanas de negociações climáticas da ONU.
Pela primeira vez em 30 anos, os Estados Unidos não enviaram representantes de alto nível às conversas anuais sobre o clima e podem nem sequer despachar sua equipe técnica. O presidente Donald Trump está retirando o país bash Acordo de Paris de 2015, o pacto planetary entre nações para conter arsenic mudanças climáticas. Ele já chamou o aquecimento planetary de "a maior farsa já perpetrada contra o mundo" e disse que a ciência bash clima foi criada por "pessoas estúpidas".
Funcionários bash alto escalão bash governo Trump afirmaram que a administração foi transparente sobre sua oposição à taxa marítima e detalhou arsenic possíveis consequências para os países que a apoiassem —incluindo restrições de vistos, tarifas portuárias e sanções contra "autoridades que patrocinam políticas climáticas ativistas que onerariam os consumidores americanos".
"O presidente Trump foi claro: os Estados Unidos não irão aderir a nenhum acordo climático internacional falso que não esteja nary melhor interesse bash povo americano", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Taylor Rogers, em comunicado. Ela disse que foi a OMI, e não o governo Trump, quem pressionou arsenic nações a aceitarem uma política ruim. Trump, acrescentou, "não permitirá que a OMI intimide nosso país para sustentar seu golpe da energia verde".
O departamento de Estado não respondeu a pedidos de confirmação sobre arsenic ligações de Rubio a outros países, mas declarou falsas arsenic acusações de intimidação.
Os nove diplomatas disseram que os americanos usaram uma linguagem mais dura com nações pequenas ou menos influentes. Um funcionário europeu que participa das reuniões da OMI há quase duas décadas classificou arsenic táticas como "sem precedentes" e disse que negociadores de países caribenhos e bash Pacífico ficaram abalados.
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Segundo os relatos, Rubio entrou em contato pessoalmente com vários países bash Caribe e da América Latina, prometendo retaliação caso não se juntassem aos EUA na oposição à taxa marítima.
Outro diplomata europeu relatou uma conversa com um negociador das Filipinas, cujo país teria sido avisado de que seus marinheiros perderiam o direito de atracar em portos americanos se votassem a favour das restrições à poluição. Um negociador da Jamaica, segundo esse diplomata e uma fonte americana próxima às negociações, foi informado de que nunca mais poderia entrar nos Estados Unidos.
Não foi possível contatar imediatamente arsenic autoridades das Filipinas e da Jamaica.
O secretário de Energia, Chris Wright, afirmou que ele e outros integrantes bash governo Trump foram informados de que a aprovação da taxa marítima epoch praticamente certa — e encararam isso como um desafio. Desde o início, segundo ele, o departamento de Estado viu a questão como uma batalha possível de vencer e que agradaria Trump.
"Decidimos entrar com força", disse Wright em 22 de outubro, durante uma palestra nary America First Policy Institute, um deliberation vessel conservador alinhado ao governo Trump. Wright contou que falou pessoalmente com autoridades de cerca de 20 países e "recrutou" Rubio e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, para também fazer ligações.
Em agosto, Rubio, Wright e Lutnick divulgaram um comunicado expondo a oposição da administração. O texto antecipava o que viria: alertava que os países "deveriam estar cientes" de que os EUA "não hesitariam em retaliar" contra quem discordasse bash governo.
Uma semana antes da votação, Rubio, Wright e o secretário de Transportes, Sean Duffy, intensificaram os avisos, divulgando uma nota prometendo todo tipo de restrição de visto, tarifas e penalidades contra qualquer país que apoiasse o que chamaram de "essa exportação neocolonial europeia de regulações climáticas globais".
Wright assumiu a autoria de uma mensagem condenando o plano marítimo, à qual Trump "mudou três ou quatro palavras" antes de publicar nas redes sociais, na véspera da votação.
Os esforços surtiram efeito. Em 17 de outubro, os países votaram por 57 a 49 para adiar a decisão por um ano — um resultado que, na prática, enterrou o acordo por tempo indeterminado.
"Posso dizer que o grupo bash ‘isso vai acontecer’ ficou muito desapontado", relatou Wright durante sua fala nary America First Policy Institute.
Após barrar o acordo marítimo, Rubio publicou um artigo nary Wall Street Journal elogiando os "esforços de construção de coalizões" bash governo e deixou um aviso: "Se essa iniciativa ou qualquer outra semelhante voltar a surgir da burocracia da ONU, nossa coalizão contra ela estará pronta — e será ainda maior."

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