A modernização da base naval de Roosevelt Roads, em Porto Rico —fechada pela Marinha dos EUA há mais de 20 anos— dá indícios de preparativos para operações de longo prazo que poderiam apoiar possíveis ações dentro da Venezuela. Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, a base pode servir para dar apoio a uma eventual operação militar dentro do país sul-americano.
A Reuters teve acesso a imagens de satélite que mostraram construções e reformas na base em setembro, com equipes limpando e repavimentando pistas de pouso. Além das melhorias nas capacidades de pouso e decolagem em Roosevelt Roads, o governo Trump também está ampliando instalações em aeroportos civis em Porto Rico e na ilha de St. Croix, nas Ilhas Virgens Americanas.
Até a retirada da Marinha em 2004, Roosevelt Roads era uma das maiores bases navais dos EUA no mundo. A base ocupa uma posição estratégica e oferece amplo espaço para o armazenamento de equipamentos, afirmou um funcionário americano.
Tendas instaladas em pista de pouso da base naval Roosevelt Roads em Ceiba, Porto Rico, em 29 de outubro de 2025. — Foto: REUTERS/Ricardo Arduengo
Segundo três oficiais militares dos EUA e três especialistas marítimos ouvidos pela Reuters, as novas construções em Porto Rico e nas Ilhas Virgens indicam preparativos que poderiam permitir que os militares americanos realizassem operações militares em território venezuelano. Os dois territórios americanos ficam a cerca de 800 quilômetros da Venezuela.
Móveis de escritório descartados e aeronave abandonada em uma área inutilizada da base naval Roosevelt Roads, em Ceiba, em Porto Rico. Foto de 7 de junho de 2025. — Foto: REUTERS/Ricardo Arduengo
Para monitorar a atividade militar dos EUA na região nos últimos dois meses, a Reuters fotografou bases militares americanas e analisou imagens de satélite, dados de rastreamento de navios e voos, além de postagens em redes sociais. A agência também acompanhou os movimentos de embarcações militares dos EUA por meio de reportagens locais e material visual de fonte aberta.
O reforço militar na região é o maior não relacionado a operações de ajuda humanitária desde 1994, quando os Estados Unidos enviaram dois porta-aviões e mais de 20 mil soldados ao Haiti para participar da “Operação Uphold Democracy”.
Desde o início de setembro, os Estados Unidos realizaram ao menos 14 ataques contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico, matando 61 pessoas. Esses ataques aumentaram as tensões com a Venezuela e a Colômbia e voltaram a chamar atenção para uma região que, nos últimos anos, recebeu recursos limitados dentro das forças armadas americanas.
Questionada sobre a expansão militar na região, a Casa Branca afirmou que o presidente Donald Trump havia prometido, durante a campanha, enfrentar os cartéis de drogas da região. “Ele tomou medidas sem precedentes para interromper o narcoterrorismo, que resultou na morte desnecessária de americanos inocentes”, disse a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, em comunicado à Reuters.
Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson
Os governos Trump e Maduro travam uma escalada de tensões sem precedentes desde agosto, quando o presidente americano designou cartéis de drogas latino-americanos como organizações terroristas e ordenou operações militares contra eles.
O governo Trump também acusou Maduro de chefiar o Cartel de Los Soles, dobrou a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões e enviou dezenas de navios e aeronaves de guerra para o sul do Caribe, incluindo o maior porta-aviões do mundo —todas essas ações foram vistas por especialistas como instrumentos de pressão contra o presidente venezuelano.
Desde então, o exército norte-americano vem reunindo uma força de navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões no Mar do Caribe. Trump chegou até a admitir ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no país de Nicolás Maduro.
Segundo especialistas entrevistados pelo g1, o motivo do conflito se dá por conta do interesse dos norte-americanos em tentar derrubar Maduro, e pela vontade dos EUA de acessar as reservas de petróleo e às riquezas minerais da Venezuela.
"O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul", declarou Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo Iuperj.
O governo dos Estados Unidos, no entanto, afirma que esses movimentos são somente ações de combate ao narcotráfico.

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