Tudo isso aconteceu há apenas três anos. De lá para cá, o mercado de tecnologia entrou em um ritmo alucinado. O estado de FOMO (do inglês, medo de ficar de fora) tomou conta de todo mundo, e a IA virou a obsessão de todas as empresas de tecnologia, especialmente do Google.
O buscador passou por uma mudança significativa com a chegada do AI Overview e a empresa seguiu na luta para se posicionar como a líder no desenvolvimento da IA. O lançamento do seu novo modelo é o marco de que a estratégia pode ter dado certo.
O Gemini 3 não apenas representa um avanço técnico ao ultrapassar o ChatGPT em diferentes avaliações de desempenho, como vem ganhando tração na adoção. Em poucos meses saltou de 450 milhões para 650 milhões de usuários mensais, cada vez mais perto dos cerca de 800 milhões de usuários semanais do ChatGPT.
Essa chacoalhada no mercado deu um susto na OpenAI. Desde o lançamento do ChatGPT, a empresa liderada por Sam Altman foi o farol no progresso de IA.
Era para onde o mercado olhava para tentar decifrar qual seria a próxima fronteira da tecnologia. Mas essa posição privilegiada se desfez, não somente com o avanço do Google, mas também com a chegada de modelos chineses de código-aberto.
Esse é um dos motivos de Sam Altman ter declarado "código vermelho" em um memorando enviado aos funcionários nesta semana, conforme noticiado pelo Wall Street Journal.
O foco agora é melhorar o seu produto principal, o ChatGPT, para torná-lo ainda mais atrativo para os usuários, mesmo que tenha que atrasar outros projetos, como o especulado serviço de anúncios.
A dona do ChatGPT sabe que precisa se mover rapidamente para não perder espaço e tentar se consolidar como a fornecedora de IA principal para a maior parte dos usuários.
Aqui tem uma questão fundamental: à medida que os chatbots fiquem mais personalizados a partir do uso, a tendência é que as pessoas se sintam mais confortáveis. Habituar o uso das pessoas logo no começo é importante para que elas não migrem para serviços concorrentes.
A OpenAI também enfrenta uma pressão financeira. Para sustentar a próxima geração de modelos, a organização planeja investir mais de US$ 1 trilhão em data centers. É um valor próximo ao orçamento anual de países inteiros.
Não estamos falando de um produto digital de baixo custo, mas de uma indústria que depende de energia, chips, infraestrutura física e capital intensivo.
IA virou economia dura.
Nesse assunto, o Google joga com outra carta: lucro. Enquanto a OpenAI queima bilhões para desenvolver um único produto, o Google segue financeiramente estável com um ecossistema gigantesco de serviços digitais e com caixa para arriscar.
No momento em que o mercado global discute sobre uma possível bolha da IA, a questão que se coloca para 2026 é estratégica: quem terá fôlego financeiro para sustentar modelos cada vez maiores, mais caros e energéticos? Quem dominar a infraestrutura e o padrão de uso, dominará o mercado.
E não podemos nos esquecer dos chineses chegando com seus modelos mais otimizados e baratos para botar mais fogo nesse jogo.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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2 dias atrás
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