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Haddad deve viajar o país para exaltar isenção do IR e divulgar aposta eleitoral de Lula para 2026

Aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmam que ele deverá viajar pelo Brasil para divulgar a aprovação do projeto que dá isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 e defender a pauta de justiça tributária do governo.

Promessa de campanha do presidente Lula (PT), o projeto é considerado uma das principais apostas do Palácio do Planalto para alavancar a popularidade do petista antes da disputa das eleições de 2026.

O projeto de lei foi aprovado no Senado na quarta (5) e aguarda a sanção presidencial. Além da isenção, a proposta prevê um desconto progressivo no IR para os contribuintes que recebem entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais.

De acordo com interlocutores do ministro, a ideia é que Haddad possa percorrer o país em agendas do governo para exaltar o projeto de lei e destacar outras propostas do Executivo que tratam da justiça tributária, impulsionando a aprovação delas no Congresso.

Na avaliação de um aliado, a aprovação do projeto faz essa agenda voltar ao foco do debate público do governo federal, num momento em que a crise de segurança pública no Rio de Janeiro gera desgastes à gestão petista.

Em vídeo publicado nas redes sociais após aprovação da norma, Haddad falou em uma "avenida que vai se abrir" para outros projetos dessa agenda, reforçou a importância da medida e disse que "todo mundo vai ganhar com esse projeto".

"É uma roda que gira virtuosamente, que todo mundo ganha, até aqueles do andar de cima, que vão pagar um pouquinho mais. Todo mundo vai ganhar com esse projeto porque nós vamos ganhar uma sociedade melhor, mais justa, que é aquela que distribui melhor as oportunidades", afirmou.

Um aliado de Haddad diz que é natural que essas viagens ocorram agora, após a sanção do projeto, e lembra que já havia uma orientação do presidente da República para que os ministros aumentassem a presença nos estados para mostrar as realizações do Executivo e fazer a disputa política no país.

Esse governista afirma enxergar a aprovação da isenção do IR associada a essas viagens também como uma possibilidade de o ministro melhorar positivamente sua imagem, assim como a do próprio governo. Haddad é um dos aliados mais próximos de Lula e apontado como um possível sucessor político dele.

Desde o começo do governo, a política fiscal de Haddad vinha sendo criticada —até mesmo por aliados do presidente. Integrantes do Executivo diziam que propostas apresentadas pela Fazenda, consideradas impopulares, afetavam a imagem do governo federal como um todo e acusavam a pasta de ser responsável por afetar a popularidade da gestão petista. O ministro chegou a receber da oposição o apelido de "Taxad" por medidas que aumentavam os tributos.

Governistas classificam a isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 como uma das principais realizações da gestão Lula 3 e defendem aproveitar a sanção presidencial para dar maior destaque e visibilidade à proposta, já que milhões de brasileiros serão beneficiados com ela.

Há uma expectativa de realizar uma cerimônia de sanção da proposta no Palácio do Planalto com a participação de políticos, parlamentares e representantes da sociedade civil a partir da próxima semana, após Lula retornar da COP30 (conferência de mudanças climáticas) da ONU, que ocorre em Belém. O próprio petista indicou essa possibilidade em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta (6), ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

"Estou cumprimentando o presidente Alcolumbre pela rapidez que o Senado votou a questão do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. Foi uma coisa extraordinária e já está na minha mesa para sancionar. Eu vou sancionar quando voltar, a partir do dia 11, com a presença dele [Alcolumbre] porque o povo vai ficar orgulhoso de ter sido isento de pagar IR", afirmou Lula.

Em outra frente, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência e o próprio PT deverão destacar essa sanção em peças na televisão e nas redes sociais, além das inserções partidárias.

Nos últimos meses, integrantes do governo e até o próprio presidente reforçaram o discurso político de que é preciso cobrar dos ricos em favor dos pobres. A avaliação de aliados do petista é que a defesa dessa agenda teve grande repercussão e alcance para além dos círculos da esquerda, tirando o governo das cordas no debate políticos nas redes e encontrando respaldo na sociedade.

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