Após ser eleito presidente da Argentina neste domingo (19), Javier Milei fez seu primeiro discurso, mais contido do que costuma ser. Pregou pautas liberais e criticou a classe política, mas adotou um tom mais conciliador. Não mencionou suas propostas mais radicais, como dolarizar a economia, nem detalhou medidas que pretende tomar.
Milei venceu Sergio Massa, candidato governista e atual ministro da Economia, com 55,82% dos votos.
"Hoje começa a reconstrução da Argentina", disse o presidente eleito no primeiro discurso. Milei agradeceu ao ex-presidente Mauricio Macri e à ex-candidata Patricia Bullrich, que decidiram apoiá-lo no segundo turno. "Colocaram o corpo para defender a mudança de que a Argentina necessita", afirmou.
Disse que é uma noite histórica e que considera um milagre a Argentina ter um presidente "liberal e libertário".
"Hoje começa o fim da decadência argentina, termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente", disse ele. "A Argentina tem futuro, e esse futuro é liberal", afirmou. "Se abraçamos essas ideias, não vamos apenas poder resolver os problemas de hoje, mas dentro de 35 anos voltaremos a ser uma potência mundial."
Ao se referir ao atual governo, pediu que "assumam sua responsabilidade até o fim do mandato". "Ao governo queremos pedir que sejam responsáveis, que entendam que chegou uma nova Argentina e atuem de forma consequente", afirmou. "Uma vez finalizado o mandato, poderemos transformar essa realidade tão trágica para milhões de argentinos."
Foi Karina Milei, irmã de Milei, quem primeiro subiu ao palco e agradeceu. Milei, então, apareceu e, aos gritos de "presidente, presidente", respondeu: "parece que sim". Vestindo terno e gravata, Milei subiu ao palco ao som da música "Vamos por la gloria", do grupo La Berisso.
Quem é Javier Milei: novo presidente da Argentina
Após alguns minutos e algumas interrupções do público presente, que entoava gritos de saudações, Milei encerrou o discurso com gritos de "viva a liberdade, caralho", expressão que virou um slogan durante a campanha, e "Deus abençoe os Argentinos".
Embora, no dicionário, a palavra espanhola "carajo" tenha o mesmo sentido de palavra muito parecida em português, na Argentina, o termo não tem o mesmo peso obsceno que no Brasil.
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