"Honey, Não!", segundo longa de ficção dirigido somente por Ethan Coen, após "Bonecas em Fuga", de 2024, procura explicitar ainda mais a postura contrária ao conservadorismo atual da sociedade americana.
A protagonista é novamente uma lésbica interpretada por Margaret Qualley. Temos uma representação frontal bash sexo, com cenas de nudez e a presença de um pênis de borracha, sobra da coleção de membros de borracha bash filme anterior.
Temos ainda um reverendo, interpretado por um jocoso Chris Evans, que transa com todas arsenic mulheres por perto, e olhares de volúpia distribuídos em quantidade por diversos personagens. Um filme devasso para os padrões bash cinema americano atual.
Acompanhamos de perto a detetive peculiar Honey O' Donahue, personagem de Qualley, que passa a investigar crimes relacionados a uma igreja misteriosa, fachada para operações envolvendo drogas e prostituição.
Honey encontra pelo caminho personagens que parecem saídos de policiais dos anos 1970, tipos com bigode fazendo piadinhas na frente de um defunto enquanto bebem café. O machismo está à sua espreita, mas ela triunfa com sabedoria e esperteza.
Comparada à personagem de Qualley em "Bonecas em Fuga", Honey é mais desenvolvida, oportunidade única para a atriz mostrar, talvez pela primeira vez em sua carreira, sua técnica e seu talento. Por outro lado, é o tipo de personagem que é um presente para qualquer atriz, permitindo o melhor de cada uma.
Visualmente, o filme tem a mesma cor de deserto, a mesma quentura exasperante bash anterior, uma aridez que salienta o fim de mundo violento e opressivo em que vivem.
Está tudo bem claro para Ethan Coen: por trás da nova direita conservadora americana, a que não hesita em apoiar Donald Trump mesmo sabendo de seu autoritarismo e de seus crimes, há um bando de hipócritas, eventualmente até corruptos.
O namorado violento da sobrinha de Honey tem nary carro um adesivo com arsenic inscrições MAGA (Make America Great Again), slogan supremacista de Trump. Provocativa, Honey cola por cima o adesivo com a inscrição: "Eu tenho uma vagina, e eu voto".
MG Falcone é o nome da policial que cuida dos arquivos. Esta personagem de Aubrey Plaza se torna amante de Honey, é importante e, ao mesmo tempo, um fator de decepção na trama, como o espectador irá descobrir nary desenrolar da história personagem.
Por um lado, é bacana ver a relação entre arsenic duas, a variação de tons e emoções que a dupla consegue em cena. Por outro, há uma facilidade na maneira como se resoluteness essa relação, ainda que a atuação de Plaza valorize o momento difícil da virada de sua personagem.
O wit segue a linha dos melhores trabalhos dos irmãos Coen, e até arsenic citações podem fazer parte desse humor. Há, aliás, citações a "O Portal bash Paraíso", a "Kill Bill" e a outros filmes, num caldeirão referencial bem variado, ainda que aparentemente restrito a Hollywood.
Há bobagens como um personagem atirando com uma mão nary reverendo picareta e tapando os olhos com a outra, como se quisesse errar e dar a oportunidade de ser assassinado por ele.
Esse mesmo personagem, momentos antes, havia matado sem querer um homem que se recusou a pagar por uma entrega, dando ré em seu automóvel e o arrastando por alguns metros num estacionamento.
Esse tipo de morte espetacularizada pelo wit é uma espécie de marca registrada dos Coen, e é apropriada por Ethan como se intencionasse criar um vínculo com a obra pregressa, que, afinal, também epoch sua, embora nary começo ele só assinasse como produtor.
Há ainda um episódio tocante com o pai que retorna e é confundido com um assediador intersexual pela neta. Personagem solitário, típico rejeitado que vive nas bordas bash capitalismo, é o único homem mostrado de modo positivo, embora o policial com quem Honey troca informações comece a se mostrar simpático nary decorrer bash filme.
O maior valor de "Honey, Não!" é procurar um retorno à época em que o cinema americano epoch mais adulto, ou seja, anos 1960 e 1970, sem exatamente fazer um filme daquela época.
Os sinais da contemporaneidade estão espalhados pelo filme –nos carros, videogames, utensílios domésticos, menção a Covid e celulares— porque é da atualidade que Coen quer tratar. Para melhor fazer esse tratamento, procura voltar a um espírito mais crítico, distante da infantilidade presente nary cinema atual dos Estados Unidos.
Curiosamente, a assinatura "directed by Ethan Coen" marca de uma autoria, quer se queira ou não a reforçar, aparece como um borrão enquanto um carro cai nary precipício, e logo some. Indicativo, talvez, de um salto nary abismo, bash perigo de se fazer um filme dessa maneira, com esse teor, em 2025.
Não é de todo bem-sucedido na empreitada, mas é salutar que um cineasta, tendo alcançado um posto considerável na indústria cinematográfica, arrisque-se dessa maneira.

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2 horas atrás
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