IA ou realidade? Veja 6 dicas infalíveis para descobrir se um vídeo é falso

No índice abaixo, confira os tópicos que serão abordados nesta matéria do TechTudo.

Um dos indícios mais evidentes de que um vídeo foi gerado por inteligência artificial são as falhas visuais e os erros de continuidade. Esses defeitos aparecem em distorções de objetos, mudanças súbitas na aparência de personagens ou elementos que piscam e desaparecem entre os quadros. Um exemplo é o vídeo que viralizou recentemente, mostrando um menino rezando sozinho no elevador. É possível notar borrões ao redor da criança, o que indica manipulação da imagem — provavelmente extraíram a imagem real da criança em uma situação específica e a inseriram em outro ambiente.

Em uma era em que praticamente qualquer dispositivo grava em alta definição, vídeos com imagens de baixa resolução e má qualidade visual são suspeitos. Muitas deepfakes são propositalmente renderizados em baixa resolução para mascarar imperfeições — como as citadas no tópico anterior. Por isso, conteúdos com aparência granulada, pixelada ou que lembram filmagens antigas de câmeras caseiras podem ser um sinal de que o vídeo foi gerado artificialmente.

Paradoxalmente, a aparência incrivelmente realista pode denunciar que um vídeo é falso. A pele dos personagens surge lisa demais, sem poros; a iluminação parece mais sofisticada do que a usada em produções de Hollywood; e os movimentos corporais — principalmente os faciais — parecem coreografias ensaiadas. Em alguns vídeos, os olhos não piscam naturalmente ou os rostos mantêm expressões fixas, rígidas. Essa hiper-realidade, que ultrapassa o que é comum em vídeos espontâneos, gera automaticamente uma sensação de estranhamento — o chamado “vale da estranheza” — e indica que o conteúdo foi gerado por IA.

Muitos vídeos gerados por IA têm fluidez exagerada, com movimentos suaves em excesso e ritmo desacelerado que resultam numa atmosfera quase onírica. Embora essa estética possa ser atraente visualmente, ela não corresponde à dinâmica natural de gravações normais. Exemplos típicos são vídeos que simulam passeios históricos ou cenas de filmes recriadas com IA, nos quais a câmera se move de forma excessivamente estável e os personagens atuam como se estivessem em câmera lenta — elementos que evidenciam a artificialidade da produção.

A falta de sincronia entre o áudio e os movimentos labiais dos personagens é outro indício de vídeo feito com IA. Em conteúdos falsos, é comum que a fala não esteja perfeitamente sincronizada com os movimentos da boca, ou que os sons emitidos não correspondam às expressões faciais. Além disso, o som ambiente parece artificial com a ausência de ruídos de fundo ou ecos naturais. Em alguns casos, o vídeo pode até estar completamente silencioso, o que é incomum em gravações autênticas.

Por fim, o conteúdo de muitos vídeos gerados por IA é tão absurdo que deveria levantar suspeitas imediatamente. Bebês desfilando em passarelas, animais realizando feitos heroicos ou celebridades em situações bizarras são exemplos de cenas que desafiam a lógica. Para gerar engajamento, esses vídeos apelam ao emocional e ao sensacionalismo. No entanto, basta um pouco de bom senso para perceber que são, no mínimo, improváveis — quando não completamente impossíveis. Como diria Arnaldo César Coelho: "A regra é clara". Se um vídeo parece surreal demais para ser verdade, provavelmente ele é mentira.

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