O achado não é apenas quantitativo. Evidências recentes sugerem que muitos desses geoglifos eram parte de caminhos rituais usados em procissões cerimoniais — um mapa espiritual esculpido no solo para conectar humanos, deuses e a paisagem.
A orientação, a escala e a disposição das novas linhas reforçam que o conjunto não era aleatório: tratava-se de uma paisagem sagrada integrada. A hipótese dialoga com o trabalho pioneiro de Maria Reiche, matemática e arqueóloga alemã que passou décadas mapeando essas figuras.
Patrimônio sob pressão
A geografia e o clima estável ajudaram a preservar o local. Por lá, é possível ver beija-flores, macacos, aranhas, pelicanos e até baleias esculpidos no solo.
Mas apesar da importância cultural, as Linhas de Nazca enfrentam uma ameaça crescente. Recentemente, o governo peruano reduziu a área protegida de 5.600 km² para 3.200 km², alegando ajustes baseados em estudos topográficos e arqueológicos.
A decisão preocupa especialistas. Eles alertam para o risco de que a diminuição da proteção exponha o local à ação de centenas de minas informais que já operam na região. As Linhas de Nazca são Patrimônio Mundial da Unesco desde 1994 e uma das atrações turísticas mais visitadas do Peru.
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