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Inflação e calor devem deixar varejo têxtil quase estagnado no Dia das Mães

Em faturamento, a alta prevista para maio deste ano ante igual mês de 2024 é de 4,3%, totalizando R$ 26,4 bilhões, de acordo com a Iemi. Com a recente elevação dos preços, os consumidores compram menos peças, mas gastam mais por unidade. A inflação do setor tem superado a média geral: na passagem de março para abril, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a alta nos preços das roupas femininas acelerou de 0,55% para 1,45%, enquanto o índice geral do período caiu de 0,56% para 0,43%.

Além da inflação, outros fatores econômicos estão atrapalhando o desempenho do setor. Os juros altos, que encarecem os parcelamentos, muito comuns no varejo de moda, e os orçamentos domésticos pressionados por despesas com alimentação e serviços mantêm o consumidor cauteloso e limitam seu potencial de compras, ainda que ele tenha planos de presentear alguém no Dia das Mães. A taxa básica de juros Selic subiu nesta semana para 14,75% ao ano, maior nível desde 2006.

As vendas de roupas poderiam ser maiores se o clima estivesse mais frio. Neste ano, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o clima do país está sofrendo a influência do fenômeno La Niña, que faz com que as frentes frias passem mais rapidamente.

Se está frio, o fluxo de vendas no Dia das Mães aumenta muito, e as vitrines, os manequins, recebem os produtos mais caros, que são os produtos de proteção contra o frio. Se for um clima de outono, o fluxo e o ticket médio de gasto serão menores, e o volume de vendas ficará perto do 0,8% projetado.
Marcelo Villin Prado, diretor do Iemi

As oscilações climáticas e os eventos ambientais extremos também têm dificultado o planejamento das coleções sazonais pelas fabricantes. Segundo a Abvtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), as marcas precisam adaptar seus ciclos de produção para evitar tanto o excesso de estoque quanto a falta de produtos adequados às condições climáticas em cada momento.

A antecipação das tendências sempre foi um fator-chave no setor, mas a imprevisibilidade climática obriga as marcas a repensar seus ciclos de produção para evitar estoques excessivos ou falta de produtos adequados às condições do tempo.
Edmundo Lima, diretor-executivo da Abvtex

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