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Invasão do aço chinês reduz reciclagem e aumenta emissão de CO2 no Brasil

O aço chinês é despejado em diversos países do mundo porque é subsidiado pelo governo. Maior fabricante mundial do metal, a China despacha sua produção para diversas partes do mundo a preços até 19% mais baixos do que o custo de produção, o que é conhecido como dumping. Só para a América Latina foram 10 milhões de toneladas em 2023, contra 85 mil há 20 anos. Para frear a entrada indireta de aço chinês em seu mercado, o governo dos Estados Unidos sobretaxou recentemente todos os exportadores de aço.

Aço no Brasil polui menos

Fumaça sai de chaminés de usina siderúrgica na China
Fumaça sai de chaminés de usina siderúrgica na China Imagem: Kim Kyung-Hoo/Reuters

A fabricação de aço no Brasil é mais "limpa" que na China. Enquanto a tonelada de aço chinês à base de carvão mineral emite 2,4 toneladas de gases de efeito estufa, a produção brasileira emite 1,7 tonelada de CO2, em média. Isso ocorre porque as siderúrgicas nacionais integram o uso de carvão mineral ao carvão vegetal, originado de florestas plantadas, que ajudam a reduzir emissões de carbono.

Essa produção, no entanto, é mais cara, aumentando o preço do aço brasileiro. "O aço da China gera muito mais CO2 e ainda vem com incentivos do governo, uma competição desleal", explica Clineu Alvarenga, presidente da Inesfa. "Eles compram o minério de ferro da Vale, produzem o aço na China e vendem para o Brasil mais barato que o nosso."

Importar o aço chinês também "desincentiva a produção nacional, mais limpa". "O metal da China não consegue entrar na Europa com a mesma facilidade por causa disso", diz Alvarenga. "O Brasil sofre pressão para importar porque a China é o nosso maior parceiro comercial."

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