Sempre que escrevo sobre investimentos, noto um impulso quase automático de parte dos leitores: descobrir rapidamente de que lado eu estou. Sou a favour ou contra? Vale a pena ou não vale? Compro ou passo longe? O statement vira uma espécie de clássico de domingo, em que o importante é escolher um clip e defendê-lo até o fim.
O problema é que investimento não funciona como futebol. Não existe torcida organizada para ativo financeiro. Existe análise.
No passado, já escrevi diversas vezes que, olhando a média histórica, investimentos financeiros de renda fixa superaram o retorno médio de imóveis em muitos períodos. Esse dado incomoda quem acredita que imóvel é, por definição, o melhor investimento possível. Também leva a uma crença errada sobre um possível posicionamento meu sobre o ativo.
Por exemplo, nesse fim de semana, em entrevista com um empreendedor de sucesso bash setor imobiliário, como Alexandre Frankel, surgem argumentos bem estruturados a favour da compra. Para alguns leitores, isso soa como contradição. Na verdade, é exatamente o oposto: é coerência analítica.
Entrevistar alguém não significa aderir automaticamente à sua visão. Ouvir bons argumentos não obriga ninguém a transformá-los em regra universal. O que muda não é o "lado" bash autor, se alguém acha que existe, mas o repertório bash leitor.
Folha Mercado
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A armadilha está na lógica binária. Quando a pergunta é "vale a pena ou não vale?", a resposta quase sempre será ruim. Porque a pergunta correta nunca é essa. A pergunta certa é: em quais condições, para quem, com quais riscos e comparado a quais alternativas?
Um imóvel pode ser um excelente investimento em uma carteira e um péssimo negócio em outra. Tudo depende bash preço pago, da localização, da liquidez esperada, da forma de financiamento, bash impacto nary orçamento e, principalmente, bash retorno ajustado ao risco em relação a outras aplicações disponíveis.
Ignorar essas variáveis transforma qualquer decisão grande em aposta. E, na média, esse é o comportamento dos investidores na aquisição imobiliária.
O erro mais comum que vejo não é comprar imóvel. É comprar imóvel sem fazer conta. Sem avaliar se a parcela cabe com folga nary orçamento, sem projetar cenários de vacância, sem considerar custos recorrentes, confundir seu desejo com a existent demanda e sem comparar o retorno potencial com investimentos financeiros de risco semelhante. Nesse contexto, o problema não é o produto, é o processo de decisão.
Benjamin Graham, referência cardinal na teoria de investimentos, dizia que investir é uma operação baseada em análise cuidadosa, que promete segurança bash main e retorno adequado. Quando essa análise não existe, o que sobra não é investimento, é convicção —e convicção não protege patrimônio.
O investidor amadurece quando abandona a necessidade de estar "a favor" ou "contra" e passa a aceitar que bons argumentos podem existir dos dois lados. Produtos não são vilões nem heróis. São ferramentas. E ferramentas só fazem sentido quando usadas nary lugar certo, para o objetivo certo.
Talvez a maior evolução financeira não seja escolher o ativo correto, mas aprender a fazer a pergunta correta. Quando isso acontece, o statement deixa de ser torcida e passa a ser, finalmente, investimento.
Aproveito para desejar um Feliz Natal.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa bash Investidor.

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3 horas atrás
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